TERMALISMO NO
BRASIL:
A PIC “OVELHA
NEGRA”
By Fabio
Lazzerini – vice presidente OMTh – 19/11/2013
Sendo um entusiasta do Termalismo, parabenizo Lazzerini, colocando-me ao inteiro dispor,visando o soerguimento do setor, de suma importancia social, medicinal, turistica e economica para o Brasil como um todo- O Demasi
Denominada comumente na
China como “Medicina Europeia” a Crenologia vem
criando identidade
global através do conjunto temático: termalismo, hidroterapia,
balneoterapia ou SPA
terapia. Também se associam os segmentos: onsen, shiatsu, kneipp,
water cure,
climatoterapia, talassoterapia, argiloterapia, espeleoterapia,
radonioterapia,
ambiente, turismo ou
resort de saúde e até mesmo às paisagens terapêuticas.
Talvez por esta forte
tradição no continente Europeu, onde milhares de pacientes são
tratados em seus
centros termais todos os anos e com subsídios dos sistemas públicos de
saúde; apenas mais
recentemente tais práticas estão sendo consideradas como
complementares,
alternativas ou integrativas medicinas (CAIM em inglês ou PIC em
português); tanto em
pautas políticas como pesquisas científicas da saúde.
Assim, começa a ser
corrigida a distorção estatística dos escassos protocolos em
ensaios clínicos de
padrão internacional, sobre suas eficácias terapêuticas com relação às
outras práticas CAIM
(ou PIC); principalmente considerando o grande número de artigos
publicados apenas no
segmento do termalismo. A adoção sistemática destes critérios
metodológicos segue a
tendência internacional para o rigor científico nas pesquisas médicas
para estas práticas
(MEDLINE Database, EMBASE, ISI WEB of Knowledge, COCHRANE
database Method.,
AMED, CINAHL, PubMed, Web of Science, Physiotherapy Evidence
Science Direct, Scopus
and Ingenta) cada vez mais importantes no tratamento e melhora da
qualidade de vida das
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). E, portanto, atividade
estratégica ao sistema
de saúde pública Europeu, que está em pleno processo de
unificação.
Em todo o Mundo, as
DCNT vêm aumentando sua magnitude como problema de
saúde pública,
correspondendo a mais de 72% das causas de mortes e custando acima de
60% do gasto total aos
sistemas públicos de saúde; podendo alcançar em 2020 o patamar
de 80% (WHO, 2003).
Estima-se que as pessoas portadoras de DCNT costumam recorrer
as CAIM, de duas a
cinco vezes mais que as portadoras de outros tipos de patologias
(Willison et al.,
2007).
Ao se observar a
classificação das CAIM de acordo com o modo primário de ação
terapêutica (National
Center for Complementary and Alternative Medicine - NCCAM at
The
National Institute of
Health - NIH), pode-se sugerir que as modalidades relacionadas ao
termalismo possuem
propriedades fundamentadas em quatro das seis categorias, sendo:
bioquímica,
biomecânica, mente-corpo e energética.
As principais
instituições internacionais e dos países praticantes do termalismo social
(ISMH, SITH, OMTH,
FEMTEC, AFRETH, FoRST - Fondazione per la Ricerca Scientifica
Termale/ITA, Voprosy
kurortologii fizioterapii i lechbnoi fizicheskoi kultury/RUS, diversas
universidades
Japonesas - ONSEN, centros Franceses de Clinical Research, Erasmus
University/NDL,
University of Ulster/IRE...); possuem atualmente intensa atividade de
pesquisa neste
enfoque.
Apesar disto, o
termalismo como CAIM pode ser considerado como “ovelha negra”
pois pouca é sua
expressão nos principais bancos de dados especializados acima citados
(clinical trials
databases), por exemplo (palavras chave- healthy nature, SPA therapy,
hydrotherapy and
thermalism): WHO articles, CAMbase.de, Pan-European research network
for CAM (CAMBRELLA) =
ZERO; também raras citações na NCCAM (USA) e pelos
pacientes canadenses
das CAIM (Sirois, 2008); COCHRANE LIBRARY = 4 (Wieland et al.,
2011); IOM = 2;
MEDLINEPLUS-NIH = 26 e CLINICALTRIALS.GOV (SPA therapy)= 11.
Releva-se que muito
recentemente a Organização Mundial de Saúde (WHO), enfim
começa a observar mais
atentamente a hidroterapia (provavelmente com todo conjunto das
terapias correlatas),
diante de seu potencial terapêutico, eficácia e benefícios comparativos
às outras CAIM;
através do Projeto HydroGlobe/2013. Espera-se assim que, recursos e
ambientes naturais
possam em breve ser considerados como potencialmente
medicamentosos ou
curativos por esta importante organização internacional; donde muito se
descreve quase
exclusivamente os efeitos danosos à saúde em exposições à natureza
degradada.
Apesar dos custos das
terapias de SPA serem pouco superiores a alguns outros
tipos de tratamentos,
parece ser consenso a evidente melhora na qualidade de vida dos
pacientes. Também se
considera importante notar que para os habitantes nas redondezas
das ocorrências destes
recursos naturais terapêuticos, tais custos são bem menores e
nestes locais ficam
bastante facilitadas as aplicações dos conceitos de integralidade das
práticas de
saúde.
Mas a principal
tendência do termalismo está na diversificação em três áreas:
.RECREAÇÃO E BEM
ESTAR
.SPA, NUTRIÇÃO,
ESTÉTICA E COSMÉTICA
.TRATAMENTOS DE
MEDICINA HIDROLÓGICA TRADICIONAIS OU BREVES
(STOP-TAG).
Estima-se que entre
2005 a 2015 o Brasil perderá 49 bilhões de dólares da renda
nacional com mortes
prematuras devido às DCNT, com mais de 10 milhões de óbitos
e
tendência de
crescimento em 72% deste total (WHO, 2005). Em 2025, serão mais de 30
milhões de indivíduos
com mais de 60 anos, e a maioria deles, cerca de 85% apresentará
pelo menos uma DCNT
(IBGE, 2010).
Para todas as 12
principais DCNT consideradas no país: hipertensão, dor de coluna,
artrite ou reumatismo,
bronquite ou asma, depressão, doença do coração, diabetes;
tendinite ou
tenossinovite, insuficiência renal crônica, câncer, cirrose e tuberculose*
(PNAD,
2008); foram
encontradas publicações científicas com pesquisas sobre seus tratamentos
relacionados ao
termalismo (vide anexo FORST).
Mas as melhores
evidências e quantidade de trabalhos indicam esta prática para
doenças reumáticas,
que constituem a segunda causa dos gastos públicos em benefícios de
auxílio-saúde
concedidos à população Brasileira.
De acordo com Falagas
et al., (2009); dentre os mais de 200 artigos científicos
relevantes
investigativos sobre balneo-hidroterapias ou SPA terapias utilizados em
tratamentos das
diversas especialidades médicas; a proporção de 75,8% está relacionada à
reumatologia. Uma
razão equivalente também é observada em avaliação mais atual na
Europa (HydroGlobe,
2013).
A legislação de
mineração nacional sofre profundas modificações no país e as águas
como recursos
minerais, estão inclusas nas dúvidas que rondam este setor. E neste
cenário
aparecem novas
oportunidades para maior atenção da governança da saúde pública sobre
os recursos naturais
potencialmente medicamentosos como águas, ambientes, lamas,
areias, etc. Uma vez
que, dentre as CAIM, o termalismo participa com apenas 1% do total
praticado no país e
por isso aqui comparado à “ovelha negra”.
Também atrelada ao
Ministério de Minas e Energia deveria funcionar a Comissão
Nacional Permanente de
Crenologia, que possui atividades apenas esporádicas, com
enfoque basicamente
voltado à indústria de água mineral engarrafada e que há mais de seis
anos está sem uma
legítima participação da Sociedade Brasileira de Termalismo. Esta
instituição (SBT), com
nova diretoria, começa a buscar apoio político e empresarial, bem
como agregar interesse
por parte da comunidade que atua neste setor. Com novo
link:
www.sbtermalismo.org.br
, estão em andamento parcerias com: AGENCIA
NACIONAL DE
ÁGUAS (ANA), ABINAM,
ATHISC, ABCSPAS, AGRO-GRÃO e outras cooperativas
agrícolas; bem como
participações em editais públicos para projetos em saúde, turismo e
meio ambiente. E a
organização conjunta para Abril de 2014 do V THERMAL MEETING
OMTh BRAZIL e do II
SYMPOSIUM OF THE BRAZILIAN SOCIETY OF THERMALISM &
SPA (em comemoração
aos 40 anos da SBT).
A situação das 76
estâncias hidrominerais existentes e dos 35 municípios onde
ocorrem atividades
correlacionadas vem apresentando boa evolução quando sob
empreendimentos
privados, especialmente como SPAs e parques aquáticos; mas a grande
maioria e que é
administrada por governos municipais, encontra-se muito aquém do
sucesso socioeconômico
condizente ao termalismo mundial, com raras exceções.
A grande esperança
está no recente interesse demonstrado pela Área Técnica de
Práticas Integrativas
e Complementares - Departamento de Atenção Básica do
SAS/Ministério da
Saúde; em apoiar o Termalismo Social – Crenologia através do
financiamento de
projetos observatórios em locais relevantes e do treinamento de
profissionais
Brasileiros da área de saúde para realização de ensaios clínicos
(“clinical
trials”), sob
orientações de médicos especialistas na execução destas pesquisas
padronizadas,
provenientes de centros internacionais renomados, especialmente Europeus.
Com relação as
pesquisas e ensaios clínicos, devido ao bom número de trabalhos
realizados nas décadas
de 30 e 40 (Poços de Caldas, Lambari, Caxambú e Araxá/MG;
Águas de São Pedro,
Águas de Lindóia e Ibirá/SP e Caldas de Cipó/BA), bem como pela
carência destes
estudos atualmente, pode-se considerar a Crenologia no Brasil, até mesmo
como medicina
tradicional!
Após minucioso
levantamento, podem ser ressaltados os seguintes trabalhos clínicos
atuais
publicados:
•
Águas de Lindóia/SP
(Taveira & Penachi, 2012): Feridas crônicas
•
Caldas Novas/GO
(Haesbaert, 2013): Feridas crônicas
•
Rio de Janeiro/RJ
(Cantinho & Silva, 2009): Grandes queimaduras
•
Peruíbe/SP (Britschka
et al., 2007; Gouvea, 2011): Artroses (argiloterapia)
•
Natal/RN (Andrade et
al., 2008): Fibromialgia (talassoterapia)
•
Presidente Prudente/SP
(Liborio & Penatti, 2007): Dores lombares
•
Araxá/MG (Pires,
2006): Artrite reumatóide
•
Japi/SP (Nunes &
Tamura, 2011): Dermatologia
•
Ibirá/SP (Antonio,
2001): Dermatologia
•
Guarapari/ES (Mello,
1971): Reumatologia (psamoterapia monazítica).
Além da prática
cotidiana em alguns balneários dos doutores: Maria Cristina Biasoli,
Christiane Márcia
Cassiano Machado e Maurício Garcia (UNIFESP/SP), Teresa Cristina
Alvisi (Poços de
Caldas/MG), Jaqueline de Moraes Cunha (Caxambú/MG), Maria Celina
Mattos (São
Lourenço/MG), Rodrigo Montandon Esteves Pires (Araxá/MG), Marta Regis
Fogaça (Gravatal/SC),
Mauricio Pupo (Adatina Cosméticos/SP), Juan Lopes (S.J. Rio
Preto/SP), Celso
Henrique de Azevedo Marques (Águas de São Pedro/SP), Nélida Amélia
Fontana (Ibirá/SP) e
V. Israel (Curitiba/PR - editor board Balnea Journal).
O Brasil detém 12,6%
do total Mundial dos recursos hídricos (Aquastat, 2010), muito
disto, ainda
preservado ou até mesmo desconhecido. A governança destas águas tem
o
termalismo como opção
de reconhecida sustentabilidade e excelentes indicadores possíveis
numa gestão integrada
da água urbana de acordo com o Projeto Millennium (IUWM-
ONU/2011), oferecendo
diversos serviços de saúde ambiental, elevada renda média e
segmentos verdes com
base em baixo volume extraído dos recursos naturais locais
(especialmente
aquíferos).
Junto a esta rica
hidrodiversidade, o país possui aspectos bioclimáticos únicos nas
umidades tropicais de
conhecidos benefícios à saúde (Lemaire, 1957), gigantesco litoral
banhado por águas das
mais mornas e salgadas da Terra (ideal à talassoterapia),
evidencias de boa
qualidade do ar (baixas emissões de CO
2
, CO e tamanho do
aerossol)
que podem ser vistas
do espaço (NASA, 2013) e a Amazônia com sua biodiversidade e
particular microclima
de evapotranspiração.
Este resumo faz parte
da apresentação de 19/10/2013, na Conferencia Internacional
OMTh: “The new
frontiers of the European healthcare system - The implementation of the
EU Directive on the
application of patient’s rights in cross-border traditional and thermal
healthcare; em Palazzo
delle Terme - Levico Terme (TN) – Italy”. Cuja íntegra deste e outros
trabalhos de nove
países que praticam o termalismo, está disponível no
link:
Anexo
Forst
ELENCO PUDMED LAVORI
SULLE ACQUE TERMALI
»SKIN;
(51)
»RHEUMATIC;
(56)
»PSYCOLOGICAL/NEUROLOGICAL/PAIN;
(22)
»RESPIRATORY/COPD;
(36)
»INFLAMMATION/ANTIOXIDANT;
(29)
»BLOOD CELLS;
(17)
»CARDIOVASCULAR;
(25)
»EPIDEMIOLOGY/METANALISYS/LIFESTYLE;
(45)
»ENT
(Otorhinolaryngology); (28)
»URINARY;
(12)
»ENDOCRINE/METABOLIC;
(20)
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