Durante roda de conversa neste sábado, dentro da programação da 6ª Festa do Fandango, foram discutidos os desafios desta manifestação cultural típica de Paranaguá e dos litorais do Paraná e São Paulo.
Fotos: Márcio Tibilletti
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A platéia era composta na maioria por estudantes universitários de História e Artes interessados no Fandango, bem como produtores de Curitiba e membros de grupos locais e de outras cidades.
Presentes estavam os mestres Nemésio, do grupo Pés de Ouro, Aorélio Domingues, do Mandicuera, ambos de Paranaguá, e também Cleiton Martins, do Manema, de Iguape – São Paulo, e Zé Muniz, de Guaraqueçaba. A mediação foi feita pelo professor Ari Jordani, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), pesquisador de Fandango.
Em tom de brincadeira, Aorélio falou que pensa em deixar o Fandango porque outros mestres estão morrendo. Bastante jovem comparando com outros mestres, ele falou sério na hora de expressar seu amor por essa manifestação cultural. “Nossa idéia é levar cultura popular para os jovens”, comentou o mestre fandangueiro, que faz parte da associação que atua na confecção de instrumentos como rabeca e adulfo, além de preservar tradições locais como a Folia do Divino, o Boi de Mamão e o Terço Cantado.
Mestre Nemésio, aos 66 anos, preocupa-se em passar a tradição desta manifestação cultural para a atual e às futuras gerações. De forma descontraída ele também brincou com o fato de muitos mestres fandangueiros que conhece já terem falecido e também garantiu: “Não vamos deixar acabar o Fandango”.
Paranaguá tem 4 grupos de Fandango. Todos recebem incentivos da Fumcul. A presidente da entidade, Maria Angélica Lobo Leomil, destaca que manter essa manifestação viva “é uma ação difícil, com um trabalho sempre intenso”. “Dentro dos próprios segmentos existem disputas que a gente tem que a necessidade de primeiro unir e que todos precisam valorizar um ao outro”, explicou.
Neste momento, os esforços estão concentrados, ainda de acordo com Maria Angélica, na valorização do segmento “e entender a cultura como um todo”. “Para que depois a gente possa fazer essas ações para fora, para o munícipe e para o turista. Neste momento estamos buscando fazer com que os grupos entendam a cultura e de que forma ela tem que ser trabalhada e divulgada”, completou.
As discussões serviram ainda para que os grupos saibam sobre as qualidades e os problemas enfrentados, buscando a união de esforço, conforme a presidente da Fumcul. “Porque, senão, fica numa queda de braço entre os grupos e entre as áreas na cultura caiçara e a gente não avança. Essa oxigenação é nesse sentido, a gente criar a identidade da cultura caiçara e quando conseguir sedimentar vamos conseguir divulgar e conseguir outros adeptos”, destacou Maria Angélica.
MAIS EVENTOS
A programação da 6ª Festa do Fandango incluiu ainda a Conferência “Patrimônio Vivo: das Políticas de Transmissão à Transmissão de Políticas”, com apresentação de Maria Acselrad, do Departamento de Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Em seguida, a Fumcul ofereceu Barreado aos participantes das discussões no período da manhã.
No período da tarde aconteceu mesa de discussão sobre Planos de Manejo e Sustentabilidade do Fandango Caiçara. E ainda, lançamento do projeto “Artesanias Caiçaras: a Sustentabilidade do Fandango através da construção de instrumentos musicais”.
No Mercado do Café, a partir das 21h, está marcado o grande baile de Fandango. Participarão os grupos Mestre Romão, Mandicuera, Pés de Ouro e Manema. Amanhã, a partir das 14h, ocorre o trajeto afetivo na Ilha dos Valadares, com inscrições antecipadas.
fonte Prefeitura de Paranaguá PR
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