28 de dez. de 2016

Presente italiano - Editor - a bandalheira do istema [e internacional, os bancos fazem o que querem e ainda quebram, em quem paga a conta , [e sempre o povo.




Presente italiano


O «resgate» à banca italiana não visa defender os interesses do seu povo e do país – serão os contribuintes italianos a pagar os desmandos do sector financeiro.

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Créditos/ CC BY-SA 4.0

Os últimos dias do ano presentearam os italianos com mais um «resgate» bancário, desta vez ao Monte dei Paschi di Siena. Já em 2013 o banco tinha sido recapitalizado com 3,9 mil milhões de euros dos cofres públicos; agora fala-se em cinco mil milhões.
O governo italiano já reservou 20 mil milhões de euros para a banca e na calha podem estar outras instituições, como o Veneto Banca, Unicredit, Banca Popolare di Vicenza ou Banca Cariage. Prevê-se que o valor não seja suficiente, com especialistas a apontarem para necessidades superiores ao dobro desse valor.
Preparam-se novas nacionalizações dos prejuízos para que, mais à frente, se venham a privatizar os lucros. Algo que, em Portugal, conhecemos bem.
Uma situação que nos faz lembrar muito do que por cá se passou nos últimos anos. Primeiro foi o BPN, depois o BPP, até que chegou a troika com os seus 78 mil milhões, 12 dos quais reservados para a banca.
Em 2014 alguns celebraram a «saída limpa», empurrando o lixo com a barriga. Meses depois, o Estado foi chamado a pagar a falência do BES e, há um ano, do Banif: num valor superior ao que será agora injectado no banco italiano.
Mas as semelhanças ficam-se por aqui.
Em Itália, o processo de recapitalização da banca não vai seguir as regras da União Bancária que impuseram, por exemplo, a entrega do Banif ao Santander, depois de limpo com dinheiros públicos.
Recorde-se que, há um ano, a operação no Banif foi apresentada com a urgência imposta pela entrada de novas regras em Janeiro deste ano, segundo as quais os pequenos investidores e os depositantes até aos 100 mil euros seriam os primeiros a pagar a factura. Ora, no Monte dei Paschi di Siena, estes estão garantidos a 100%.
Afinal, parece que, tal como «a França é a França», também Itália tem direito a tratamento de excepção pelos dirigentes das instituições europeias. Na Primavera, veremos como esta operação será contabilizada para efeitos do cálculo do défice das contas públicas italianas.
Mas desenganem-se os incautos: por diferente que seja na forma, o «resgate» à banca italiana não visa defender os interesses do seu povo e do país – serão os contribuintes italianos a pagar os desmandos do sector financeiro.
Se a Itália é a Itália é porque, acima de toda e qualquer regra, se impõe defender a moeda única de tudo o que a possa pôr em causa.
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