14 de jan. de 2017

Indígenas reagem a indicação de presidencia da FUNAI-Fundação Nacional do Índio Editor - chega de massacre, inclusive o religioso, pois desde que religiosos chegaram nestas terras, só aviltaram com as crenças dos moradores que aqui estavam. Para gerir a FUNAI, somente os índios. Ao índio o que é do índio.

 

Indígenas reagem à indicação de presidência da Funai

Logo após anúncio da Casa Civil de Temer para o presidente e diretor da Funai, pastor Antônio Toninho Costa e general Franklimberg Rodrigues, respectivamente, APIB lança nota anunciando que suas bases jamais recuaram na defesa de seus direitos.
Indígenas realizam ato por demarcação de terras no gramado do Congresso Nacional. Foto: Mídia NINJA
Indígenas realizam ato por demarcação de terras no gramado do Congresso Nacional. Foto: Mídia NINJA
Após a nomeação do novo presidente da FUNAI anunciada nesta quinta-feira, 12 de janeiro, a APIB - Associação dos Povos Indígenas do Brasil divulgou nota que reafirma a mobilização permanente de indígenas de todo país para garantir seus direitos frente à ameaça que é ter um pastor na presidência e um general do Exército na diretoria do órgão do governo responsável por proteger as populações originárias.
A nova equipe da FUNAI com os principais cargos (presidência e diretoria) comandados por membros do PSC - Partido Social Cristão assusta aqueles que há anos batalham incansavelmente para se defender e garantir não só o avanço das políticas para os indígenas, mas principalmente para se barrar os possíveis retrocessos. No Congresso Federal a PEC 215 - Proposta de Emenda Constitucional que prevê a transferência da responsabilidade de demarcação de terras do Ministério da Justiça para o Congresso - vai e volta de acordo com a força da bancada ruralista. Essa é uma das tentativas de alterar a legislação contra os povos indígenas, mas é uma dentre as inúmeras, que vez ou outra surgem ou retomam em votação.

Resistência contínua

Em Brasília, ato #OcupaFunai ocupou prédio da Fundação Nacional do Índio e depois seguiu em marcha até o Congresso Nacional. Foto: Mídia NINJA
Em Brasília, ato #OcupaFunai ocupou prédio da Fundação Nacional do Índio e depois seguiu em marcha até o Congresso Nacional. Foto: Mídia NINJA
Em julho de 2016 a mesma APIB que hoje lança nota reforçando a mobilização contra os retrocessos organizou o #OcupaFunai, que em vários estados brasileiros e com 81 etnias protestou ocupando prédios da fundação contra o fim da Funai e o assassinato sistemático de indígenas. Na semana da ação três foram assassinados em emboscada de fazendeiros.
Confira a nota publicada na íntegra:

Recuar jamais na defesa dos direitos conquistados

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB, diante das indicações à presidência e cargos de diretoria na Funai, preenchidas como parte da cota do Partido Social Cristão (PSC) decorrente das articulações do golpe parlamentar que levou Temer à Presidência da República, reafirma publicamente as suas anteriores manifestações nas quais repudiou as tentativas de militarizar e desmontar o órgão indigenista, com a nomeação de militares para presidi-lo, a redução drástica do orçamento e do quadro de servidores, a paralisação das demarcações das terras indígenas, as mudanças por meio de iniciativas legislativas ou medidas administrativas do procedimento de demarcação, a crescente criminalização de lideranças indígenas.
A decisão da Casa Civil de efetivar indicações do PSC não poderia ser diferente, pois esse é o perfil e a cara do ilegítimo Governo Temer, alavancado pelas bancadas ruralista, evangélica, da mineração, do boi, da bala, e assim por diante. Contrariando o entendimento do movimento indígena e de seus aliados, apoiado por amplos setores da opinião pública nacional e internacional, o governo manteve a decisão confrontar os povos indígenas, nomeando para compor a equipe da Funai um diretor militar, o general Franklinberg, rotundamente contestado pelas mobilizações indígenas quando pretendia ser presidente do órgão.
O movimento indígena não pode esquecer que o PSC é parte do batalhão de parlamentares que perseguem suprimir os direitos constitucionais dos povos indígenas: votou a favor da PEC 215, compõe a CPI da Funai / Incra por meio do deputado Bolsonaro filho, e é postulador do projeto de lei do infanticídio voltado a criminalizar os povos indígenas. Ou seja, trata-se de um partido anti-indígena. Será que o novo presidente, Antônio Costa, vai conseguir re-erguer a Funai, se contrapondo às diretrizes do seu partido, assegurando a implementação de todas as reivindicações publicamente conhecidas dos povos e organizações indígenas?
A APIB chama a suas bases a estarem vigilantes, fortemente unidos, e a não recuarem jamais na defesa de seus direitos conquistados.
Brasília – DF, 13 de janeiro de 2017.
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIBMobilização Nacional Indígena

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