Deputado indicado à diretoria de ética da CBF vem de família envolvida em nepotismo
O deputado federal Marcelo Aro (PHS/MG) era diretor estatutário efetivo da Federação Mineira de Futebol (FMF). Sua nomeação gerou muitas críticas por parte da imprensa e do movimento Bom Senso FC.
Por Wallace Oliveira,
De Belo Horizonte (MG)
Recentemente, a CBF instituiu sua Diretoria de Ética e Transparência. No comando, o presidente Marco Polo Del Nero nomeou o deputado federal Marcelo Aro (PHS/MG), que, até então, era diretor estatutário efetivo da Federação Mineira de Futebol (FMF). A nomeação suscitou muitas críticas por parte da imprensa e do movimento Bom Senso FC.
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Deputado Marcelo Aro | Foto: Flickr/Senado |
O pai de Marcelo Aro é José Guilherme Ferreira Filho, e seu tio é o falecido Elmer Guilherme Ferreira, filhos do coronel José Guilherme Ferreira. O coronel assumiu a presidência da FMF, em 1966, quando trabalhava no gabinete do governador Magalhães Pinto. A partir de então, sua família comandou a entidade por mais de três décadas.
Em 2003, os dois filhos do coronel, avô de Marcelo Aro, foram afastados da FMF, acusados de formação de quadrilha, falsificação de documentos e apropriação indébita de recursos. As denúncias tinham sido apuradas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol do Senado, de 2001. Elmer chegou a confessar, durante uma sessão, que sonegava impostos e praticava nepotismo.
Por isso mesmo, a indicação do deputado mineiro causa tanta desconfiança. Como pode alguém com histórico familiar tão “conturbado” – para usar um eufemismo – dirigir uma comissão de ética e transparência?
A escolha também contrariou o Bom Senso FC. Aro é integrante da comissão que analisa a Medida Provisória (MP) 671, que institui o Programa de Modernização da Gestão e Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro. O movimento é favorável à aprovação da MP, ao passo que a CBF, que agora tem Aro como colaborador, é contra vários pontos do documento.
Segundo o Bom Senso, o deputado deveria ser afastado da comissão, por ser membro de uma entidade com interesses particulares nos debates sobre a MP. Em nota, os jogadores declararam: “Causam indignação aos defensores da ética e da democracia os métodos utilizados pela CBF na defesa de suas posições. O convite e a nomeação de um deputado como diretor da entidade, em meio à tramitação da MP 671, desmoraliza o futebol brasileiro e o Congresso Nacional”.
https://www.brasildefato.com.br/node/32004/
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