Governo Temer e os “bacanais dos bacanas”
Por Wellington Calasans, Colunista do Cafezinho, na Suécia
Recebi o texto que publico a seguir do Presidente da Fenafisco – Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital, Charles Alcantara. A Fenafisco é uma entidade que representa 31 mil filiados e é composta por mais de 30 sindicatos.
No texto vemos mais um exemplo de como a elite brasileira assaltou o poder para se apossar do Estado que só é ruim para esta mesma elite quando oferece Bolsa Família ou outros programas sociais voltados às camadas menos favorecidas. A luta de classes é diariamente escancarada no Brasil. É preciso barrar esses abusos. Boa leitura!
A crise atual não é obra da natureza e nem do acaso; é obra humana, fruto de escolhas.
No caso brasileiro, fruto de uma série de escolhas que provocaram a calamidade de estados e municípios e dilapidaram as contas públicas, e que servem para dourar de legitimidade o austericídio fiscal infligido contra os de sempre.
No caso brasileiro, fruto de uma série de escolhas que provocaram a calamidade de estados e municípios e dilapidaram as contas públicas, e que servem para dourar de legitimidade o austericídio fiscal infligido contra os de sempre.
E quem são os de sempre, contra os quais se emprega o ajuste fiscal criminoso?
O estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), PNUD (Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento) e Fundação João Pinheiro, divulgado esta semana, aponta uma parte das vítimas do ajuste: 4,1 milhões de pessoas entraram na linha da pobreza em 2015.
O estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), PNUD (Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento) e Fundação João Pinheiro, divulgado esta semana, aponta uma parte das vítimas do ajuste: 4,1 milhões de pessoas entraram na linha da pobreza em 2015.
Ao invés de enfrentar a tal crise e fazer o tal ajuste cobrando de quem tem fundos para pagar, o governo articula e negocia um novo – mais um – Refis.
Perdoando boa parte das dívidas de grandes empresários, que seguem lucrando com a crise, a renúncia com o programa de regularização tributária pode chegar a R$ 160 bilhões.
Desta feita com descontos que podem chegar a 99% nas multas e nos juros e parcelamentos a perder de vista, os sucessivos Refis tornaram-se regra e incorporaram-se ao calendário do país com a mesma frequência do carnaval. Mas, diferente do carnaval, a “festa” do Refis nada tem de popular.
Nada de bloco de sujo, nem fanfarra em praça pública franqueada ao povo.
Nada de bloco de sujo, nem fanfarra em praça pública franqueada ao povo.
O baile do Refis é pra gente chique, tutti buona gente. No camarote da folia tributária, sonegadores e políticos especializados em mercancia eleitoral empanzinam-se com o dinheiro público e embebedam-se com o sangue do povo brasileiro.
Mas os bacanas não se contentam com o bacanal do Refis. É pouco!
Há outros bacanais temáticos: dos ruralistas; dos bancos; dos que faturam milhões em lucros e dividendos; dos grandes proprietários.
Há outros bacanais temáticos: dos ruralistas; dos bancos; dos que faturam milhões em lucros e dividendos; dos grandes proprietários.
É com esses que Temer gasta todo o estoque de bondades. Ao resto – os de sempre – as maldades, em forma de crise. Difícil não pensar que a crise é uma escolha quando o governo, em meio a esses bacanais dos bacanas, oferece como parte do ajuste o desmonte do serviço público e a cabeça dos servidores públicos.
Ao anunciar o pacote contra o serviço e os servidores públicos, o governo federal calcula uma “economia” de R$ 70 bilhões em 10 anos. Repito: R$ 70 bilhões, em 10 anos. Isso mesmo!
À exceção dos militares, todos os servidores federais do Executivo com reajuste negociado para 2018 só receberão a diferença salarial em 2019 (será?).
À exceção dos militares, todos os servidores federais do Executivo com reajuste negociado para 2018 só receberão a diferença salarial em 2019 (será?).
O adiamento vai pegar em cheio professores, gestores públicos, policiais militares e civis do Distrito Federal e ex-territórios, entre outros.
Enquanto isso, a volta da tributação sobre lucros e dividendos, o “salário” dos ricos, poderia gerar R$ 60 bilhões para os cofres públicos em apenas um ano. Sim, R$ 600 bilhões, em 10 anos, a preços de hoje. Isso mesmo!
Quase 10 vezes o que o governo diz que vai economizar com o arrocho salarial que quer impor a professores, policiais, auditores, auxiliares administrativos, médicos, motoristas…
Não é crise, são as escolhas. No caso brasileiro, escolhas genocidas contra os mesmos e os de sempre.
http://www.ocafezinho.com/2017/08/19/governo-temer-e-os-bacanais-dos-bacanas/
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