21 de set. de 2017

Doria não se fantasiava de gari à toa




Doria não se fantasiava de gari à toa




Fernando Pereira/ Secom | Reprodução/Facebook

“Quer ter acesso ao prefeito Doria? Associe-se ao Lide”. Pode ser resumida desse modo a reportagem de Thais Bilenky, na Folha de hoje.
O Lide é uma espécie de clube de empresas com faturamento acima de 200 milhões de reais por ano, fundado por João Doria, que promove seminários, jantares e outros eventos sociais, inclusive fins-de-semana nas praias mais aprazíveis do país, dos quais participam grandes nomes do PIB e da política.
Depois de Doria se eleger prefeito, o clube, que já tem 1797 associados em todo o Brasil – que pagam de 10 mil a 16 mil de reais por ano somente a título de taxa, sem contar o dinheiro que desembolsam nos demais eventos, muito maior e em anúncios nas revistas do grupo – foi incrementado com as multinacionais Starbucks e Burger King, a estatal Caixa Econômica Federal e a empresa privada Destre Ambiental, do setor de lixo.
Starbucks e Burger King se associaram em novembro do ano passado, um mês depois de Dória se eleger.
A Caixa se associou em março deste ano.
No mesmo mês fechou parceria com a prefeitura na Nota do Milhão. Gilberto Occhi, presidente do banco, participou de oito agendas de Doria desde então.
Também em março, Doria lançou, em parceria com a Estre Ambiental um aplicativo do programa Limpa-Rápido. Em julho, a empresa se associou ao Lide. Em agosto, seu presidente, Wilson Quintella foi capa da revista “Lide”.
Doria se defende dizendo que formalmente passou o Lide para seu filho, o que só confirma que o controle continua sendo seu, a menos que seu filho seja seu desafeto, do que não há notícia.
Não há dúvida que ele tem um grande talento para gestor. Mas de seus próprios negócios.
Quando se fantasiava de gari não era só para aparecer.
https://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/318424/Doria-n%C3%A3o-se-fantasiava-de-gari-%C3%A0-toa.htm
ALEX SOLNIK
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos

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