9 de nov. de 2017

DEUS E O DIABO NA TERRA DOS CONFLITOS - Editor - ALGUMA SEMELHANÇA COM AS BANCADAS NO CONGRESSO NACIONAL


1964 JULHO

DEUS E O DIABO NA TERRA DOS CONFLITOS

Filme de Glauber Rocha remete às lutas agrárias e revoluciona o cinema


"Deus e o Diabo na Terra do Sol" é considerado um marco do Cinema Novo. Segundo longa-metragem do cineasta Glauber Rocha, ambientado no sertão da Bahia, o filme começa como um típico "western", opondo o vaqueiro Manuel (Geraldo Del Rey) ao patrão que toma seu gado. Manuel mata o patrão numa briga e foge com a mulher, Rosa (Yoná Magalhães). Os donos da terra mandam no seu encalço o jagunço Antônio das Mortes (Maurício do Valle). 
A partir daí, Glauber surpreende com uma narrativa não convencional, estabelecendo o conflito de Manuel entre seguir Deus (o líder messiânico Sebastião, interpretado por Lídio Silva) ou o Diabo (o cangaceiro Corisco, com Othon Bastos). A esses elementos tipicamente nordestinos, o diretor acrescenta a narrativa de um cego cantador conduzindo a marcante trilha sonora de Sérgio Ricardo, que se completa com uma das Bachianas de Heitor Villa-Lobos.
Gravado em 1963 em Monte Santo, região onde viveu e pregou Antônio Conselheiro, "Deus e o Diabo" estreou para o público três meses depois do golpe. A direção surpreendente e a temática do conflito pela terra – quando as Ligas Camponesas já estavam banidas – provocaram impacto. O filme foi aclamado no Festival de Cannes. Mais tarde, seria proibido pela censura.

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