DEPUTADO JOÃO RODRIGUES (PSD) FALA EM “MORAL DA FAMÍLIA” E É LEMBRADO DE TER ASSISTIDO FILME PORNÔ EM PLENÁRIO
Não saiu, ao que li, em nenhum órgão de imprensa do estado, mas aqui sairá. Realmente vivemos tempos sombrios no país e no mundo. Mas na política brasileira, cada semana tem o seu sustento de hipocrisias, baixo nível e falta de estatura de um parlamento que vota contra interesses do povo brasileiro, não permite a investigação de crimes do presidente da República, Michel Temer (PMDB), e ainda vez ou outra quase transforma o Plenário do Congresso Nacional em ringue de luta livre.
Foi o que aconteceu esta semana em Brasília (DF) com um deputado federal de Santa Catarina. O deputado João Rodrigues (PSD-SC) afirmou nesta terça-feira (3), na tribuna da Câmara, que parlamentares que apoiem performances como a do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em que um homem se apresentou nu têm que “levar porrada” e “levar cacete”.
A apresentação de Wagner Schwartz foi feita na terça (26/9), na estreia do 35º Panorama de Arte Brasileira, tradicional exposição bienal que aborda a arte no país e propõe reflexão sobre a identidade brasileira. Segundo o MAM, no evento, aberto a visitantes, havia sinalização sobre a nudez na sala onde a performance ocorria.
Disse, da tribuna, o nobre deputado catarinense: “Eu não consigo acreditar que tem algum pilantra, algum vagabundo dentro desta Casa que aplauda isso. Se tiver, tem que levar porrada. Se tiver, tem que levar cacete. Bando de safado, bando de vagabundo, bando de traidores da moral da família brasileira”, afirmou João Rodrigues nesta terça. Em 2015, ele ganhou destaque no noticiário ao ser flagrado assistindo a um vídeo pornográfico no plenário da Câmara durante uma sessão que discutia propostas de reforma política.
O episódio foi lembrado por deputados nesta terça, após as afirmações de Rodrigues. O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) reagiu e, sem citar o nome de João Rodrigues, afirmou que falta de moral era ter deputados que viam filme pornográfico dentro do plenário. O deputado catarinense foi flagrado assistindo a um vídeo com conteúdo explícito em 2015 durante uma sessão de plenário. “Tenham vergonha na cara aqueles que querem puxar a orelha daqueles que têm compromisso com a arte”, afirmou do microfone.
Palavrões, empurrões e até apologia a tortura
Após esse comentário, os deputados quase partiram para a agressão física. Edmilson foi novamente ao microfone dizer que foi chamado de “filho d p.” por João Rodrigues. “Isso é um desrespeito com a minha mãe que é viva e tem 83 anos”, disse. A confusão aconteceu durante a votação da Medida Provisória do Refis no Plenário. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu calma. Outros deputados continuaram se manifestando sobre o assunto.
Após esse comentário, os deputados quase partiram para a agressão física. Edmilson foi novamente ao microfone dizer que foi chamado de “filho d p.” por João Rodrigues. “Isso é um desrespeito com a minha mãe que é viva e tem 83 anos”, disse. A confusão aconteceu durante a votação da Medida Provisória do Refis no Plenário. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu calma. Outros deputados continuaram se manifestando sobre o assunto.
Um deles, Laerte Bessa (PR-DF), chegou a fazer apologia à tortura no plenário, dizendo que, nos “bons tempos”, um artista como o que fez a performance em São Paulo seria tratado com “pau de guatambu” e “rabo de tatu” nas delegacias do País. Bessa é ex-delegado de polícia.
“Se aquele vagabundo fosse fazer aquela exposição lá no Goiás, ele ia levar uma ‘taca’, que ele nunca mais ia querer ser artista e nunca mais ia querer tomar banho pelado”, disse. Após o comentário, Maia pediu para os deputados “manterem o nível” e para que a fala do deputado fosse retirada dos anais da Câmara. Assim, Maia contribui para “apagar” as lambanças que nossos deputados fazem na Câmara, mas em tempos de internet…
É lamentável que um deputado catarinense esteja envolvido, novamente, com situações em que promessas de violência – porrada na cara – e discussões que nos remetem à Idade Média, e a tempos em que não se vivia a liberdade plena que a democracia oferece. Lugar de socos, porradas, cotoveladas e até ponta-pés tem outro lugar: ringues de luta livre, MMA, boxe, etc.
Parlamento é o lugar do debate de ideias, posições, de convencimento pelas palavras – parlamento, já diz tudo. Jamais pela violência. Quem entende a política sabe que Rodrigues, ao fazer sua performance nestes casos, se comunica com o público que o elege, e não são poucos. Ele foi o segundo deputado federal mais votado de SC em 2014.
E apenas para valorizar o nosso papel no jornalismo de SC, é bom relembrar: nenhum outro veículo noticiou o caso envolvendo o deputado pessedista, cotado inclusive para chapas majoritárias ao Senado, Governo e vice-Governador. Em momentos difíceis como vivemos, com aumento da violência contra mulheres, minorias, o exemplo para a sociedade não é nenhum pouco interessante. Precisamos de paz. De parlamentares que discutam ideias, e não ameacem e defendam “porrada”. Ainda vivemos na democracia, pelo menos aparentemente…
http://scempauta.com.br/deputado-joao-rodrigues-psd-fala-em-moral-da-familia-e-e-lembrado-de-ter-assistido-filme-porno-em-plenario/
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