13 de jan. de 2018

Marilena Chauí defende diálogo da esquerda com o 'subproletariado'. - Editor - O DIÁLOGO PRECISA SER CONSTRUIDO EM VÁRIAS FRENTES, PRIORIZANDO BASES LOCAIS E AMPLIANDO ATRAVÉS DOS DIVERSOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA, TENDO A POLITIZAÇÃO IDEOLÓGICA E FILOSÓFICA COMO PARAMETRO. ESSE ESFORÇO CONTÍNUO, TEM QUE UNIR TODOS OS ESPECTROS DE PENSAMENTO QUE VISAM A MELHORIA DE QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS, INCLUINDO TAMBÉM ENTIDADES, SINDICATOS, CENTRAIS DE TRABALHADORES, CENTROS E GREMIOS ESTUDANTIS, A CULTURA, EDUCAÇÃO. O DIÁLOGO É CONTÍNUO, COMO A LAVAGEM CEREBRAL É PERMANENTE.


INCLUSÃO NO DEBATE

Marilena Chauí defende diálogo da esquerda com o 'subproletariado'

Para professora emérita da USP, é preciso saber o que pensa essa nova e crescente classe trabalhadora, formada por precarizados, subempregados, excluídos e órfãos dos programas sociais
por Redação RBA publicado 13/01/2018 09h49, última modificação 13/01/2018 15h11
ACERVO/UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
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Para Marilena Chauí, é preciso ouvir essas populações no enfrentamento à desconstrução do estado e dos direitos
São Paulo – A filósofa e professora emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Marilena Chauí, defende aproximação dos movimentos de esquerda com a nova classe trabalhadora, que surge sobretudo da precarização do trabalho pela perda dos direitos trabalhistas e dos programas sociais.
“Não sabemos o que pensam as pessoas que estão voltando à condição de miséria. Em São Paulo, o grau de exclusão atingiu uma situação alucinante, com desempregados morando nas ruas com suas famílias, o que não se via nem durante a ditadura e nem no governo de Fernando Collor. Ao mesmo tempo, em um contexto neoliberal, surgem uma nova classe trabalhadora totalmente precarizada e mais miséria. Não temos a dimensão de seus valores e percepção política e eleitoral”, disse Chauí nesta sexta-feira (12), em entrevista aos blogueiros Wellington Calasans e Romulus Maya, do Duplo Expresso.
A filósofa considera essa distância da esquerda um “problema gravíssimo”. “Tenho estudado o assunto e não vejo as esquerdas pensando nisso”, disse, ressaltando considerar que a vitória de João Doria (PSDB), para prefeito de São Paulo, não é uma simples vitória da abstenção.
“Há o grande risco de envolvimento dessa nova classe trabalhadora no processo de despolitização, da crença de que a política é corrupta e que você precisa é de um gestor. A mídia vem construindo imagens para nomes com chances de vir a ser candidatos à Presidência da República. Lula é apresentado como messiânico, populista, salvador; Bolsonaro como o nome da segurança e da ordem, e Geraldo Alckmin como o grande gestor. Nenhuma dessas imagens é política”, disse.
Ela destacou que esse diálogo é importante para o debate sobre caminhos para a desconstrução de ideologias neoliberais baseadas na supervalorização do empreendedorismo como alternativa ao emprego, ao desmonte e privatização do estado com perda de direitos.
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/01/marilena-chaui-defende-dialogo-da-esquerda-com-o-subproletariado
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