18 de abr. de 2018

NÃO HÁ CADEIA NEM COVA SUFICIENTE QUE MATE A LUTA REVOLUCIONÁRIA. - Editor - Este parece ser o melhor momento de uma luta revolucionária, mesmo sendo via urnas, mas é um grande momento depois de cinco séculos que as pseudas elites mandam e desmandam. É tão gritante o fosso entre os mais ricos e todas as camadas economicas da população até chegar a base, que pouco ou nada se analisou das transformações na base da piramide e isso desde o inicio do governo Lula do PT. A conscientização e politização dessas populações foi enorme, inclusive pela ação cultural. A estruturação e ações do MST- MTST , de partidos como PSOL, PCO PCdoB, os Movimentos Femininos, a eleição de legisladores-ras, embora poucos e poucas, mas atuantes. Os Movimentos pela Negritude, Quilombolas, Indígenas que se sobressaiu bastante A amálgama de milhões de atuantes nas redes sociais, lutando por uma sociedade melhor, denunciando, enfim nos mandatos do PT, outorgados pela maioria nas urnas, já foi uma revolução. O fogo revolucionário, voltou a arder após o golpe de 2016, onde além da perda da democracia, houve a perda do medo,embora o ódio ascendesse violentamente e os autores do golpe foram desnudados pelo povo – Imprensa – Judiciário partidarizado – Empresários corruptos – Políticos golpistas, oportunistas e corruptos. Um dado importante para o despertar dessa revolução, dá-se pela interligação dos problemas enfrentados pelo povo pós-golpe, ou seja, a quebra dos direitos trabalhistas, que afetaram os trabalhadores em todos os patamares economicos,, o pavor e a confirmação da quebra geral da empregabilidade e a volta da escravidão na carne dos remediados e mais humildes, advindo a perda da casa própria, a retirada de filho-s- da escola particular, a não compra de novo carro, a não viagem anual, e daí por diante. A penúria, a miséria a fome e o desespero economico, adentraram e todos os extratos sociais abaixo da burguesia e após dois anos, os paneleiros, coxinhas remediados, abriram os olhos. A revolução vem avançando, mas precisa politizar e conscientizar a população, do que é a quebra da soberania e seus reflexos no dia-a-dia. A revolução teve uma avant-premiére no carnaval com o desfile da Tuiuti com o Vampirão, com o assassinato de Marielle Franco e continua com os descalabros da Judiciário. Esses descalabros dos donos do Brasil, é que abriram os olhos do povo. A deusa platinada, tirou todas as suas vestes e mostrou quem ela é de corpo mente e ações.Mais um passo revolucionário, pois eles próprios foram os que mais politizaram e conscientizaram e jogaram o pavio para ascender a revolucionaridade do povo. O PIG, com todos seus interesseiros, além de terem tomado um pé no traseiro, inflamaram o povo contra o atual estado de escravidão e golpismo. A parte partidária do Judiciário,marcou dez gols contra, jogando mais gasolina, ao ser escancarado as manipulações jurídicas encetadas contra a Nação e seu povo. Essa mesma Justiça, que só pelo fato de encarcerar Lula, mesmo que fosse por 24 horas, jogou gasolina e forneceu os fósforos ao povo, que ainda prudente, mas com o revolucionarismo no sangue, dá a última oportunidade, visando transpor mais essa etapa e voltarmos a democracia, com eleições limpas e Lula concorrendo. É evidente que nessa redemocratização, caberá aos donos do Brasil, se enquadrarem e apoiarem a Democracia do Povo, visando Justiça Social, Políticas Públicas, Qualidade de Vida, Educação, CUltura e tudo que eleve a dignidade humana aos degraus de ser humano e não animais escravizados. A Revolução a Brasileira tem suas características,que nem todo SOCIÓLOGO CAPTA, mas em si é uma Revolução que mudará passo a passo esse Brasil desigual, desumano e injusto.


NÃO HÁ CADEIA NEM COVA SUFICIENTE QUE MATE A LUTA REVOLUCIONÁRIA

17 de Abril de 2018 : 15h26
Por Felippe Sammarco, militante do PSOL
A fragmentação sempre foi uma estratégia de controle.
No caso Lula, tem sido bastante comum a aderência ao discurso que fragmenta a realidade e isola o fato: Lula roubou, Lula deve ser preso.
Qual o problema dessa lógica? O problema é que o momento histórico gerador do fato é colocado em segundo plano. E por que isso é um problema? Porque ele é o lastro de realidade que temos; ele é a origem do processo.
A mídia reforça muito a descontextualização de mundo. Sabe-se que palestinos e israelenses estão em conflito há décadas, que regiões da África vivem na miséria e que Bin Laden era terrorista.
Somos enciclopédias superficiais.
Paulo Freire cunhou o termo “educação bancária” para uma estrutura educacional que apenas deposita uma gama de informações abstratas nas mentes do alunos-passivos. Uma série de fatos concretos não-articulados e isolados de seus contextos simplificam a compreensão de um todo dialético e nunca maniqueísta.
É necessário, portanto, jogar Lula no mundo e perceber que seu processo e sua prisão representam a continuação de um golpe jurídico-parlamentar-midiático iniciado com a abertura do processo de impeachment contra Dilma. É necessário perceber também que, desde o golpe, a culpa pelos problemas do país tem caído em cima da classe trabalhadora e da esquerda, resultando numa estratégia de repressão e silenciamento desses grupos.
A prisão de Lula é, além disso, um grande ato simbólico que satisfaz o gozo do antipetismo insuflado pelas estruturas de poder desde o surgimento de sua liderança sindical. Os egos antipetistas hoje estão delirantes, pois “nunca confiaram”, pois “sempre souberam”. Estaríamos chegando ao “fim do lulismo” também como motor psíquico da oposição raivosa?
Lula concentrou em sua figura muito do que se odeia no país: a desordem dos sindicalistas, o povo nordestino, a língua que não segue a norma culta, as referências populares no discurso, o povo pobre. Esses desqualificados jamais poderiam dar ordens a uma elite. O lugar deles é no silêncio de qualquer posição subalterna; e, em caso de alguma insubordinação, na cadeia.
Um erro da análise fragmentada, liberal, individualista é desconsiderar que, ainda que os indivíduos sejam símbolos importantes, a luta revolucionária é um ideário, não um indivíduo.
Matam Marielle, prendem Lula, mas isso não encerra a História. Todos os explorados e oprimidos continuarão tomando consciência de sua situação e continuarão se insubordinando contra as estruturas. Esse é o motor da história.
O lulismo foi o auge de uma estratégia da esquerda em um determinado momento. Outras construções de esquerda estão sendo feitas a todo o momento.
Não há cadeia nem cova suficiente que mate a luta contra todas as formas de opressão.
Nos manteremos unidos. Incomodaremos. Construiremos. Estaremos no poder. Moveremos as estruturas. Moveremos a História.

PEDRO BREIER

Pedro Breier, colunista d'O Cafezinho, é formado em direito mas  gosta mesmo é de jornalismo. Nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo.

https://www.ocafezinho.com/2018/04/17/nao-ha-cadeia-nem-cova-
suficiente-que-mate-a-luta-revolucionaria/#comment-505328
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