Reserva Biológica União
A área foi propriedade também da Companhia inglesa “The Leopoldina Railway Company Limited”, que a adquiriu em 1939 para fornecer lenha nativa para as antigas locomotivas movidas a vapor. Com esse mesmo objetivo foram realizados os primeiros reflorestamentos com eucaliptos na fazenda, visando o abastecimento de lenha, em face da devastação florestal que já estava ocorrendo.
Posteriormente, na década de 50, devido à grave crise financeira que atravessava, a Companhia Inglesa passou ao domínio brasileiro. Para operacionalizar o transporte ferroviário sob o domínio estatal foi criada em 1957 a Rede Ferroviária Federal S.A., que, por conseguinte, ficou responsável pela administração da Fazenda União.
Com a mudança da fonte de energia que movia as locomotivas, de vapor para óleo combustível, os plantios de eucaliptos passaram a ter como objetivo a produção de dormentes, que são peças de madeira onde os trilhos da ferrovia são apoiados e afixados. Esse objetivo permaneceu até 1996, sendo a produção de dormentes a principal atividade da Fazenda União.
Em 1994 a Fazenda União recebeu, através da técnica da Translocação, as primeiras famílias de micos-leões-dourados, oriundas de pequenos e ameaçados fragmentos de Mata Atlântica da região. A presença dos micos-leões-dourados na área e sua extensa e bem conservada Mata Atlântica, tornou-a prioritária para conservação.
Com o processo de privatização da R.F.F.S.A., iniciado em 1996 pelo governo Federal, a Fazenda União é colocada à venda, gerando uma grande mobilização da comunidade científica nacional e internacional, ONG’s, Instituições Públicas da área ambiental e ambientalistas de várias nacionalidades, para que a área fosse protegida em forma de Unidade de Conservação.
No dia 22 de abril de 1998 o vice-presidente da República, Marco Antônio de Oliveira Maciel, assina o Decreto de Criação da Reserva Biológica União, com o objetivo de assegurar a proteção e recuperação de remanescentes da Floresta Atlântica e formações associadas, da fauna típica, que delas depende, em especial o mico-leão-dourado Leontopithecus rosalia.
PRINCIPAIS ATRATIVOS
Essa Unidade de Conservação, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, possui uma área total de 2.548 ha de Mata Atlântica, onde ainda podem ser encontrados trechos de mata primária e ser observados exemplares da flora como: o vinhático (Plathymenia foliolosa), o jequitibá (Cariniana estrellensis), o xaxim ou samambaiaçú (Dicksonia sellowiana), o palmito (Euterpe edulis) etc.
Pesquisas apontam que a Mata Atlântica da REBIO União possui a maior riqueza e diversidade vegetal entre todos remanescentes estudados no estado do Rio de Janeiro. A floresta exótica de eucaliptos que foi introduzida na área da UC antes de sua criação está sendo eliminada e em seu lugar está sendo reestabelecida a Mata Atlântica.
A floresta abriga ainda uma grande e importante população silvestre de mico-leão-dourado, primata endêmico do Rio de Janeiro e ameaçado de extinção, símbolo da conservação da natureza no Brasil. Diversas outras espécies da fauna ameaçadas de extinção também podem ser encontradas na Reserva, como a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), a jaguatirica (Leopardus pardalis), a lontra (Lutra sp), entre outros. Destaca-se também, uma grande variedade de peixes, répteis, anfíbios e insetos.
Pesquisas apontam a ocorrência de um significativo número de espécies de aves, com 225 já registradas. Destas, 35 são endêmicas, sendo 5 ameaçadas de extinção, como o Papagaio Chauá (Amazona rhodocorytha). Outras 15 espécies são migratórias, sendo 4 ameaçadas de extinção, como a Araponga (Procnias mudicolris). Em função disto a Reserva Biológica União foi incluída no mapeamento de áreas chave para a proteção de aves endêmicas, raras e ameaçadas de extinção.
Com relação aos recursos hídricos, os rios que nascem e correm dentro da REBIO União contribuem com três importantes bacias hidrográficas do estado: a do Rio São João, a do Rio das Ostras e a do Rio Macaé.
A UC possui uma sede administrativa equipada com computadores e internet. Integram também a infraestrutura da Rebio um refeitório e alojamentos com 30 leitos. Essa infraestrutura é voltada principalmente para atender as atividades didáticas e científicas que são desenvolvidas na Unidade de Conservação pelas instituições de ensino e de pesquisa do Brasil e do Exterior.
A Rebio União possui ainda um Centro de Vivência com capacidade para receber até 100 pessoas. Esse espaço também é adaptado para pessoas com deficiência, sendo utilizado para encontros e troca de experiências vividas durante as visitações com finalidade educativa e científica, palestras, reuniões e eventos de capacitação ligados a área ambiental.
A trilha interpretativa existente na Unidade de Conservação tem extensão de 3.300 m e resguardando sua história, recebeu o nome de “Trilha Interpretativa do Pilão”. Nela pode-se observar parte da rica biodiversidade da Mata Atlântica, a importância da floresta para a manutenção dos serviços ambientais que ela nos proporciona como por exemplo, a proteção das nascentes, do solo, dentre outros e interpretar elementos naturais e processos ecológicos de vital importância para o meio ambiente.
Os primeiros 1.000 metros da trilha interpretativa são adaptados para pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida como, por exemplo, os idosos. Seu percurso em ambiente natural tem como objetivo contribuir no processo de integração das pessoas com deficiência à sociedade e permitir que essa importante e numerosa parcela da sociedade conheça e usufrua dos benefícios proporcionados por esse rico e ameaçado Bioma e que também possam se conscientizar da necessidade da proteção e da preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
COMO CHEGAR
A área da Reserva Biológica União se estende pelas terras dos municípios de Rio das Ostras (53%), Casimiro de Abreu (46%) e Macaé (1%).
A Sede Administrativa da UC localiza-se no KM 185 da BR 101, na localidade de Rocha Leão, município de Rio das Ostras/RJ. O principal acesso a Reserva é pela BR 101, que corta a UC.
A Sede Administrativa da Unidade de Conservação dista cerca de: 21 km de Casimiro de Abreu; 25 km de Rio das Ostras, 35 km de Macaé, 120 km de Campos dos Goytacazes e 160 km da cidade do Rio de Janeiro.
Existem vários horários regulares de ônibus, tanto durante o dia como a noite, da empresa Autoviação 1001, que faz a linha Rio de Janeiro Macaé, que passam pelo interior da UC.
O tempo médio de viagem de ônibus do Rio de Janeiro à Reserva Biológica União é de cerca de 02h45.
Dois vôos regulares, da viação Azul, saem diariamente do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Macaé.
ONDE FICAR
Os municípios de Rio das Ostras, Casimiro de Abreu e Macaé, próximos a Reserva Biológica possuem boa estrutura de hotéis e pousadas.
ORIENTAÇÕES / REGRAS DE VISITAÇÃO
As visitações em Reservas Biológicas são permitidas somente com finalidades educativas (Lei nº 9.985/00 - SNUC).
Na Reserva Biológica União as visitações são realizadas na Trilha Interpretativa do Pilão, de média dificuldade, onde é abordado o tema Mata Atlântica, sua biodiversidade e os serviços ambientais prestados pela floresta.
As visitas são guiadas e realizadas em grupos compostos de no mínimo 10 pessoas e no máximo 20.
Devem ser previamente agendadas através dos telefones (22) 2777-1115/1113 ou e-mail rebiouniao@icmbio.gov.br.
http://www.icmbio.gov.br/portal/visitacao1/unidades-abertas-a-visitacao/4057-reserva-biologica-uniao
Confira outras informações neste portal, dentro da página da UC
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