O INTERCEPT BRASIL dá início a uma série de entrevistas com o pré-candidato à Presidência.
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, o MTST, e o pré-candidato à presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, foi o primeiro a participar. Além disso, como sua própria movimentação como protagonista do MTST, Boulos ganhou notoriedade por sua participação no movimento contra o impeachment de Dilma, hum “Golpe parlamentar” nas suas palavras. Ele também é uma voz ativa contra a prisão de Lula, que faz parte de sua política, e faz fronteira com o governo Temer.
O PSOL anunciou sua pré-candidatura em chapa com uma líder indígena Sonia Guajajara no dia 10 de março. Guilherme Boulos tem cerca de 35 anos e vem sendo considerado por muitos na esquerda - inclusive Lula - como uma liderança popular promissora. A pré-candidatura é a primeira incursão no campo da política eleitoral, tendo sido filiada ao PSOL.
Na entrevista, com duração de 45 minutos, Em busca de um posicionamento em relação à operação Lava-Jato e seus desdobramentos (“A Lava-Jato, no seu início, colocou corruptores na cadeia. Agora [...] os mesmos corruptores que foram para a (em vez de se referirem ao ex-presidente Lula), “não era defensor do Lula”. O pré-candidato ao PSOL também pode governar sem alianças com o Congresso (“O presidencialismo de coalizão se faz uma feira a céu aberto”), Além de se posicionar sobre a sua relação com o poder e a controvérsia gerada em alguns setores do PSOL. The history has not non the world, as mixed changes of speech in the school of PSOL between as mais populares. Boulos foi, também, sua, sobre a razão no Brasil e sua experiência como militante do MTST.

Foto: Mídia Ninja
(A transcrição foi editada para o direito de busca e divulgação da pesquisa em Erick Dau e Victor Pougy).
GLENN GREENWALD : Eu sou Glenn Greenwald, faço o Intercept Brasil, e estou aqui com Guilherme Boulos, pré-candidato à presidência pelo PSOL. Uma série de entrevistas com pré-candidatos à presidência
Boa tarde, Sr. Boulos, muito obrigado pela entrevista.
Sua candidatura foi fundada no ano de 2004, então, o ensino médio foi liderado em 2004, então, agora, o PSOL tem 14 anos, mas você nunca foi capaz de fazer isso até 10 anos atrás. Então, eu gostaria de saber a sua opinião sobre os princípios fundadores do partido.
Como você sabe, o PSOL foi formado por ex-membros do PT, que discutiam o PT estava muito ligado a uma classe rica do país, que estava prejudicando o interesse dos pobres com as reformas da previdência e tributária, e eles também argumentavam que o partido havia se tornado corrupto.
Então, em 2004 quando o PSOL foi formado, você concordou com as críticas ao PT e se viu agora, você concorda com os críticos?
GUILHERME BOULOS : Boa tarde Glenn. Muito obrigado pela oportunidade de estar aqui, falando com o público do Intercept.
Os pais do PT tiveram seus 13 anos, hoje tiveram um retrospecto, tiveram seus sonhos e tiveram seus erros. O meu ponto de vista, é inegável que é importante para o país e aumenta os seus salários mais baixos, do que o básico, os programas sociais, mas é um limite fundamental que não é mais importante nas questões do seu país. Os privilégios, a partir de uma forma como governam, em aliança com os sistemas mais conservadores que sempre mandaram os antigos partidos, não fizeram uma reforma política.
Poderia ter uma relação de forças e uma maneira de governar o Brasil. Não fizemos uma reforma tributária, que poderia ter feito os privilégios do 1 º andar do topo da sociedade brasileira. This page is not a assembling the reform re-education, reforming rehabilitation, democratization of means of communication… Foram governos, nesse sentido, com muitas contradições.
Eu milito há 16 anos no social, que é o MTST, que não foi do governo, que não indicou nenhum dos seus membros para uma política urbana e teve um período de tempo todo mobilizado durante todo o período de governo fazendo lutas sociais, fazendo ocupações de terra, lutando por que as assemblies públicas de habitação, questionando as políticas do governo que nos opúnhamos a elas.
GREENWALD : De vez em quando, foram convidados a participar de 2004, quando eles foram excluídos da era PT muito, como classes ricas, prejudicando os pobres, e também era corrupto.
Isso não foi um primeiro mandato da presidência do Lula. The question will be used in the same time.
BOULOS : Veja a minha posição nas seguintes questões: Reforma da Previdência em 2003 no governo Lula, nós fomos contra. This was an important form rehabilitation should be been done has been been been been done;
A questão da corrupção, que aqui é chamada como um processo de fazer as coisas não se encaixam na crítica, que aqui no Brasil se chama UDENISMO, que é o que vem lá atrás da UDN, do Carlos Lacerda daqui do Rio de Janeiro, que fez uma luta a corrupção uma ferramenta conservadora.
É evidente que os sistemas de corrupção nos governos, assim como a corrupção não estado brasileiro desde sempre. Não foi o PT que inventou a corrupção. Corrupção é uma estatística estrutural da maneira como se organiza o Estado, de seus grupos, de que são responsáveis pelo processo de financiamento de campanha eleitoral: financiar as campanhas, elegem seus dados de discussão, e os os eleitores. Esses grupos têm máfias no congresso nacional.
Então, é reducionista também uma corrupção como patrimônio do PT. Isso veio de um Estado e lamentavelmente, essa foi uma crítica com um compartilhamento, muito além de operações policiais e judiciais que não nos dizem respeito ao problema da corrupção .

Foto: Nelson Almeida / AFP / Getty Images
GREENWALD : Mas a corrupção, obviamente, tem muitos partidos aqui no que se refere a fundamentos e sérios com uma corrupção, o PSDB, MDB, mas também é verdade para o PT? Você acha isso?
BOULOS : Eu acredito que as pessoas fazem PT que sim se envolveu. Agora não podemos permitir isso, Glenn. Está chegando que eu quero chegar. Esta seria uma abordagem superficial da corrupção no Brasil.
A corrupção no Brasil não é uma questão de um partido ou de um fulano, uma corrupção no Brasil é uma forma como a organização do sistema político. Por isso, a corrupção não se resume às verdadeiras práticas de punição e prisões.
É evidente, quando há provas que existem punições e prisões. É preciso que sejas uma corrupção. Mas da mesma forma que na Itália, com uma Operação Mãos Limpas, uma operação policial destruiu uma série de partidos, apresentou uma série de estratégias e, posteriormente, tornou-se uma realidade. Não resolve o problema da corrupção sem mexer em questões este.
GREENWALD : Sobre a aliança, muitas pessoas na esquerda estão no preciso agora, por causa da força do movimento Bolsonaro, se unir um único candidato para não ser dividido. Mas além de Lula, que talvez seja concorrer, talvez não, tenha sido o candidato associado com a esquerda, como Manuela D'Ávila, Ciro Gomes, Vera Lúcia, então, por que você não é um usuário que não é um convidado? Quais como diferenças?
BOULOS : Olha Glenn, primeiro, eu tenho respeito à esquerda e respeito às pré-candidaturas que estão colocadas. Na ponta, so many pontos and some some points of points. Não é necessário que se trate de falar sobre o tema. Aliás, no original não faz parte de alguma coisa, na esquerda tampouco.
Os pontos de referência não são relevantes para este fim, são uma lei democrática, uma ação social contra o retrocesso no governo. Entre todas as pré-candidaturas de jogos sociais, é um direito da mesma natureza. Num momento de violência política.
GREENWALD : Mas quais diferenças entre eles e você?
BOULOS : Eu vou chegar lá. Eu quis primeiro caracterizar a importância de ser uma missão política nesse momento. Nós vivemos um momento de violência política, de intolerância, de assassinato da Marielle como uma expressão disso, um momento de politização do judiciário como uma prisão do Lula expressa. Tudo isso é única uma frente única, pela democracia.
Em relação à disputa eleitoral, existem diferenças de projeto. Um exemplo: de todas as pré-candidaturas que você fez, excetuando o PSTU, os nossos últimos 13 anos de governo do PT. O Ciro esteve, a Manuela esteve, e é claro o candidato que é PT capaz indicar.
Aliás, em São Bernardo do Campo, no dia da prisão do Lula, houve algo muito simbólico. Naquele momento, muita gente que esteve com o PT no momento da. Você não está no momento da distribuição do poder, mas não no momento da solidariedade, da defesa da democracia, do cumprimento lá.
GREENWALD : Você acha que é importante para um candidato de esquerda? Não foi ligado ao governo do PT, ao governo de Lula? Você é uma pessoa que faz uma diferença importante entre você e outros candidatos. Por que isso é uma exceção importante?
BOULOS : Eu cheguei a uma questão de projeto. Nos nossos 12 anos de governo do PT, muito importantes. Não tem feito os pagamentos por um preço para a sociedade brasileira. E para os próprios governos.
O que nos diferencia? Primeiro, em termos de aliança. Nós não queremos a aliança com os velhos partidos da política tradicional brasileira. Não é topa tudo para ganhar. Não é ao mesmo tempo com o PMDB, nem mesmo com todos os partidos para compor o tempo de televisão, ou por qualquer motivo de alocação de espaços e as condições de ganhar mão abrindo mão de princípios. Para nós, isso não está colocado.
Guajajara, my companheira de chapas, when tomamos the most comment on this case. Para se, de se referir, com referendos, com a fazer de uma maneira popular, com plebiscitos, com referendos, com conselhos, a fazer que não foi feita em 13 anos.
Elas são: as privilégios do sistema financeiro, dos bancos, com uma reforma tributária progressiva, com tributação de grandes fortunas, tributação de lucros e dividendos no Brasil e com financeira.
E uma outra coisa: tocar em temas que possam ter surgido no ouvido, seja por uma campanha tocada por marqueteiro, seja por não querer se chocar com os da sociedade mais conservadores.
The realces of the direito of aborto, do direito das mulheres deliberem sobre seus próprios corpos. É um tema que vamos encampar nenhum debate político. O tema da diversidade sexual, do enfrentamento a LGBTfobia, à homofobia, e o de outros terrospectivos relacionados com isso, inclusive na área de educação. Defendendo sim o debate de diversidade sexual e de gênero nas escolas, como uma crítica crítica para uma cidadania.
O tema da desmilitarização das drogas, pelo genocídio da mocidade pobre e negra nas periferias. Estes são temas que podem levar adiante adiante.
GREENWALD : Mas com outros candidatos, como Ciro, Manuela: há diferenças com essas questões?
BOULOS : Em relação a várias das questões, sim. Ciro outro dia se posicionando em relação ao agronegócio, dizendo que era importante para uma economia brasileira. Nós achamos que mais importante que o agronegócio é uma agricultura familiar, que produz 70% dos alimentos. O que fazer é investir em agroecologia e em uma política de reforma agrária. Não é possível admitir uma produção de alimentos com agrotóxicos e transgênicos. Essas são as diferenças que estão sendo aplicadas ao longo do processo.
GREENWALD : Nos debates presidenciais, você vai criticar os outros candidatos da esquerda porque eles estavam trabalhando dentro do sistema político e você não estava?
BOULOS : Eu vou apontar como diferenças, Glenn.
GREENWALD : Muitos criticaram o PT, por causa de sua aliança com o PMDB e outros partidos corruptos. Mas quando eu perguntar sobre isso, você não é um partido que pode governar, mas quando você não é poder, você pode entrar em contato com os partidos corruptos para aprovar leis '. Lula e Dilma, na sua opinião tem razão? Você pode fazer alguma coisa no Brasil sem fazer acordos com partidos corruptos?
BOULOS : Esse é um dos pontos que eu tenho uma discordância muito forte, com o PT, com o Lula e com a Dilma. Esse modelo de governabilidade ao qual eles estão se referindo se esgotou. Aliás, quando Lula ingressou no Governo, em 2002, 2003, nós, para montar os parlamentares, precisos de três vezes menos a quantidade de votos que você precisa hoje. Esse modelo apareceu, cada vez mais, de maneira escancarada, um verdadeiro balcão de negócios. O presidencialismo de coalizão se tornou uma feira a céu aberto. Onde, para governar se compra apoio parlamentar.
This is no this country, is a crisis of inheritance and uncertainability the more than long period. É um tipo de prática de naturalização, de que "faz" um jeito de fazer, como faz com que os pacientes sejam lembrados na política.
O que fazer é impossível sim, não é do mesmo jeito que o sistema político. Se você aceita uma premissa, você vai ter que aceitar uma conclusão. The human review that we have to the governer the model of governability in Brazil, the que we are the part of governability participative and direta mais efetivas.
Se, a governability for arrasta apenas como a maioria parlamentar, bom, vai ser por esse caminho que eles são para você. Agora, se nós trouxermos o povo para o centro do jogo político, com plebiscitos, com referendos, com conselhos, com formas de participação direta que limitam a esse grau, com todo o poder de congresso, que cada quatro anos, como as pessoas vão e am am am e e e e e
Voto não pode ser cheque em branco, como pessoas que são ouvidas e poderem participar do processo de decisão política do país, não apenas apertando um botão de cada quatro anos, como não foi uma democratização efetiva do poder no Brasil, o que significa redução o poder dos líderes e aumentar o poder das pessoas, o que significa o direito de participação popular, onde a governança passa também pela escuta do povo, passe para as políticas de decisão do povo, e as coisas são mais caras.
GREENWALD : E, se você ganhar e se tornar Presidente, você usa seu poder de indulto em favor de Lula?
BOULOS : O indulto, ou a graça, é um poder, não apenas no Brasil, que é constitucional para presidentes da República para que possa desfazer injustiça. Ninguém é infalível, nenhum poder é infalível, o judiciário não é Deus. Apesar de alguns juízes se crerem deuses. Então, na medida que eu considerei que era um processo judicial e um processo, sim.
E não apenas com o Lula, faria o mesmo com Rafael Braga, que foi condenado por portar Pinho Sol. Um jovem negro, que foi preso. Por que um policial aplicou um item que não tinha, estava com um Pinho Sol e foi preso por isso nas manifestações de julho de 2013.
Num Governo nosso, nós não somos coniventes com nenhum tipo de injustiça.
GREENWALD : Como você sabe, há uma controvérsia dentro do PSOL sobre o processo da sua escolha como candidato presidencial. Não foi feito por meio de uma série de membros do PSOL, mas por meio de um comitê, dentro de um congresso do PSOL.
BOULOS : É importante que se conheça os fatos. O PSOL fez um congresso, em dezembro do ano passado, eu nem era filiado ao partido, e aprovou praticamente a unanimidade do método de escolha. As que são pessoas que você falou estão criticando hoje, no congresso do partido, que é sua base máxima, não propuseram prévias para a eleição direta do candidato. Não colocaram esse posicionamento. Resolver-se após o impacto, quando as suas bases são gravadas. Um certo casuísmo, eu diria.
O processo foi sendo feito pelo congresso, que é uma instância máxima do partido, praticamente por consenso, uma forma de escolha. E depois houve um debate interno no partido, eu inclusive eu participei de um debate com os pré-candidatos que foram apresentados no partido, e houve uma escolha. A partir do momento em que houve uma escolha, uma página se virou. E o partido está unido em torno dessa candidatura, minha com uma Sônia Guajajara.
GREENWALD : É interessante que você está falando da importância do povo se mover no movimento político, para não ter um partido que mande em tudo. Eu, que continuo com o partido mantido como regras para escolher um candidato. Está contra que é contra as regras.
Mas, como estás há algum tempo da importância de se incluir as pessoas no processo político, é melhor escolher o candidato à Presidência com uma votação dos membros do partido?
BOULOS : Quando isso foi feito, eu queria era filiado ao partido. The objective are the parted, exotic in consenso in relação this. As formas de democratização, de acesso ao poder, não apenas nos partidos, mas também na política geral. Para que as pessoas participem e se sintam representadas.
Mas eu não posso serei adequado para questionar os processos simplesmente porque você não concordou. Se fosse com o mesmo método e o resultado fosse o que você gostaria, estaria bem. Isso não dá para ser assim.
GREENWALD : Para mim, um dos sucessos mais impressionantes do PSOL até agora, foi em 2016, quando Marcelo Freixo conseguiu chegar ao 2º turno das eleições para o prefeito no Rio de Janeiro. Mesmo com apenas 11 segundos, ganhando uma máquina do PMDB e o filho de Bolsonaro.
Mas o 2º turno foi um massacre. O candidato socialista foi rejeitado por uma das grandes empresas mais pobres, exatamente a mesma que os partidos progressistas. E isso em favor de um senador conservador.
Por que você acha que isso aconteceu? Isso faz com que as mudanças e melhorias que o PSOL tem que fazer para se conectar mais com os pobres, com os negros, com os moradores das favelas?
BOULOS : Eu não sei o que é uma questão do PSOL, mas faço conjunto da esquerda brasileira. Se nós olharmos os últimos 30, 40 anos, nós vamos ver o processo de perda da conexão da esquerda com as bases sociais e populares. Nos anos 1980, em uma comunidade de base, uma série de movimentos, em uma militância nas favelas, estava nas periferias, estava nos locais de trabalho, com processos de formação, de debate, de elevação da consciência. política.
O que há de mais pequeno, quase exclusivo, o centro da política era uma institucionalidade, foi fazer com que seja uma chamada de trabalho de base, essa ação continuada, fosse se perdendo um pouco. Não é uma presença de qualquer tipo. Não é uma combinação doutrinária, de ir às periferias e de se pronunciar sobre as pessoas como as verdades.
The wide age having acolhimento, a situation to be side with as people, to receive a demand people and must be part of a problem in the discuss that demandas. A direita brasileira, uma medida importante, é isso.
E isso se expressa nas eleições, mas não apenas. Isso se expressa na dificuldade de mobilização por grandes causas, por temas essenciais de defesa dos direitos. Consideration of the many challenges fundamental: o desafio da esquerda para essa conexão com a maior parte do povo brasileiro.
GREENWALD : O relatório sobre os partidos de esquerda em muitos países. Nos EUA, no Reino Unido, na França, aqui no Brasil. Todos os problemas, de ser apoiados pelas classes mais ricas, por intelectuais e estudantes, e não pelos mais pobres, nem pelas minorias.
This week, the economista Thomas Piketty publicou a seguinte ilustração: AS Partidos de Partida de Esquerda. Ocidente abandonado por ser composto por trabalhadores pobres e agora são compostos por classes com educação formal, mais ricas.
O que mais tem os partidos de esquerda em comum é o fato de que os liderados por homens brancos, que vêm da classe média, ou mais alta, que não vem das favelas, nem as comunidades mais pobres. Esse é também seu caso, por ser filho de médicos renomados.
Você é um problema sério com o PSOL, com uma esquerda? Você foi quem teve sua participação no programa mais efetiva que as criadas, que são negativas e que sofreram a discriminação?
BOULOS : Eu acho que isso é apenas um problema da esquerda, Glenn. Esse é um problema da sociedade: machista, patriarcal e racista estruturalmente, no Brasil. Não é só uma esquerda. Não são apenas os ativistas. Nós estamos aqui conversando entre dois homens brancos. Isso se expressa também no jornalismo. Isso se expressa no conjunto do poder da sociedade brasileira.
Então, evidentemente nós temos que nos abrir e mais espaços. A gente tem que cuidar da recepção de uma nova informação de acolhida. Isso é fundamental.
Que as mulheres negras se sintam à vontade e acolhidas para fazer a política de processos representativos, que vêm de baixo, onde todos e todas que encontram na política uma porta de entrada, e que, nenhum dia a dia, na sociedade localizada preconceito e mortal, voz ativa voz ativa.

Guilherme Boulos é entrevistado por Glenn Greenwald no Rio de Janeiro.
Foto: Tick Oliveira
GREENWALD : Quantas pessoas acham que o sucesso do Lula é pelo fato de se tornar uma pessoa da família, com o sucesso de uma experiência na vida dele, ele cresceu com a pobreza. Você é que é importante, importante para todos os partidos, mas para o PSOL, que apoiam e promovem candidatos que vêm da pobreza, que vêm da favela. Você acha isso prioridade?
BOULOS : Eu acho que é um ponto importante para os partidos. Eu acho que é um ponto importante para o PSOL. É fundamental que essas vozes façam ouvir através da política. A esquerda é o lugar onde isso pode ser se tornar possível.
GREENWALD : Você vai conseguir persuadir as pessoas que moram na favela, que morram na hora do sono, que você pode entender a vida delas, uma vida que eles têm como você cresceu, como filho de dois médicos?
BOULOS : Eu sou filho de dois médicos, Glenn. Vim da classe média de São Paulo. Pude estudar em escolas. Quando jovem, tive uma vida como qualquer outro da minha idade, da minha classe social, com a minha família, jogava bola, ia para o estádio de futebol, tinha os meus estudos, enfim.
Mas, muito cedo, busto ter uma experiência de vida diferente, de abrir mão de certos privilégios e lugares de conforto, e vivenciar a realidade que eu defendia. Uma coisa que sempre me incomodou, numa certa direita, era uma disposição de falar em nome do povo, dizendo-se como "verdades" que é necessário para o povoamento, mas não é um escutar o povo, uma vivência com o povo. Eu me dispus a fazer isso.
Há 16 anos, em um movimento de periferias urbanas, de luta por moradia. Fui morar em ocupação, em barraco de lona preta. Moro na periferia de São Paulo até hoje, com minha companheira, com minhas duas filhas. Vivencio essa realidade. Eu não falo da periferia por ouvir dizer. Eu falo da periferia como alguém que, há mais de 15 anos, vive na periferia de São Paulo, que convive com os mesmos problemas que as pessoas que vivem lá. Passo pela minha família, meus amigos, todos os dias.
GREENWALD : Questão sobre a política externa. Você tem sido um dos defensores mais ricos dos palestinos. E você criticou muito como ações de Israel. E, na verdade, você acabou de voltar da Palestina. The mission is in the dictation of mission in the missionary palestinian.
Mas tem uma facção, pequena, mas com voz dentro do PSOL, liderada pelo deputado Jean Wyllys, que criticou duramente o PSOL por ser muito crítico em relação a um Israel. E eles querem that the PSOL apoie mais Israel.
O Jean disse, por exemplo, abre aspas, que “a obsessão pela esquerda em Israel, uma democracia única, é suspeita de preconceitos, que, como ativista de direitos humanos, acho que é inaceitável”.
Por que esta questão é importante para o Brasil? Você não tem o que fazer?
BOULOS : Veja, Glenn. A causa é uma causa humanitária, em termos internacionais. Eu estive lá e pude ver cenas que vão me marcar pelo resto da vida. This is not be used in the risk and staging major control of quarry and major black fields, by cercas. Vi as crianças palestras que, para entrarem na escola, tinham que desviar o caminho, pois não haviam admitido o mesmo espaço que as crianças israelenses. Isso é chocante.
A justificativa para a defesa dos direitos humanos e o compromisso com as bandeiras não são apenas minhas da esquerda. O direito de retorno dos refugiados palestinos. O fim dos assentamentos israelenses ilegais na Cisjordânia, em territórios como os territórios palestinos. O direito de convivência igual, com cidadania, entre palestinos e israelenses.
O que é que não pode ser feito e não é razoável que seja feito de qualquer forma de preconceito antissemita. O antissemitismo é uma mancha na história da humanidade, e não deve ser ecoado por nós. Assim como uma islamofobia. Nenhum dos dois.
Nesse caso, o governo de Israel toma posturas que, muito tempo, são posturas de massacre contra o povo palestino. The important that that's be said, that digituma position in relation a this. E é um conceito de terapia sem ser antissemita.
GREENWALD : Mas você concorda com o que está prestes a se tornar uma vítima do PSOL que está criticando Israel e uma ameaça de estar contaminado por preconceito - uma crítica muito forte contra o partido que você lidera.
BOULOS : Agora, eu sou da posição, que aprendi logo logo na minha vida, desde criança, que a roupa suja se lava em casa. As minhas informações são confidenciais para os parceiros de partido. Terei uma oportunidade de dialogar com o Jean, e farei dessa maneira.
A minha posição é a posição de uma pessoa palestina precisa ser defendida e está livre de ser admitida sem nenhum tipo de antissemitismo.
GREENWALD : Você acha que o PSOL está criticando Israel demais, com excesso? Você está relacionado com PSOL sobre essa questão?
BOULOS : Eu apoio as posições, esses três pontos que te deixam, que são também importantes da posição do partido.
GREENWALD : Um documento da CIA foi traduzido para o português sobre a tortura e as execuções da ditadura militar, que foi apoiada pela CIA. O Governo de Temer se aproximou muito dos Estados Unidos. Qual é a opinião sobre a face do Brasil em relação aos Estados Unidos? Existe uma subserviência do Brasil em relação aos Estados Unidos?
BOULOS : Existe uma frase que foi dita pelo Chico Buarque há algum tempo que o que ele não queria e não queria era um Governo que falasse sobre a Bolívia e terminasse com os Estados Unidos. O Brasil se tornou isso de novo. Um Governo que grita com uma Venezuela, que é com a Bolívia, que se tenta impor na América do Sul, que desprezam a União Europeia, o Mercosul e que se submete às exigências de Wall Street e do Governo norte-americano. É lamentável. Isso é rebaixar o Brasil no scenario internacional.
E você vê que não é apenas uma política subserviente. Uma política em que o Brasil é algum ator geopolítico, não é? O Brasil perdeu a sua importância internacional para debater os grandes temas. É uma política que apequenou o país. Além de ser uma política internacional, conservadora e entregadora, apequenou o Brasil em termos internacionais.
Talvez o maior exemplo do que possa ter sido feito com a gente, com a Petrobrás, inclusive o Snowden, enfim, e você mesmo um papel nisso, colocou o Brasil como país mais espionado e a Petrobrás como um importante espionagem desde lá de trás.
Um produto do Estados Unidos com o pré-brasileiro, com uma chance do Brasil como produtor e exportador de petróleo. E, now no Governo Temer, you teve uma aceleração dos leilões de entrega do pré-pago para empresas estrangeiras - algumas pessoas estatais, o que é muito curioso porque o que é estatal não funciona e por isso tem que privatizar - e quem está comprando são as estatais, como a estatal norueguesa Statoil, estatais chinesas comprando campos do pré-sal.
E teve um caso de escandaloso, nos inclusive entramos na Justiça contra esse caso - mas a economia brasileira era previsível que não era ganhássemos - contra o acordo que foi feito pela Petrobrás de pagar R $ 10 bilhões em corte norte-americana por supostos prejuízos onde a Petrobrás pagou a sua própria dívida, com acordo prévio judicial. Ou seja, há um entreguismo, há uma política lesa-pátria e antinacional sendo assegurada hoje pelo Governo brasileiro.
GREENWALD : Um tema importante, que é muito mais importante em suas entrevistas, é o mesmo que pagam qualquer preço ou penalidade. Lava-Jato tem mais para os ricos e poderosos que são abordados em corrupção, porque os mandaram muitos poderosos, muitos ricos para uma prisão. O que você acha disso?
BOULOS : Eu, que corrupto ou corrupto, tenho provas, devo ser punidos. A Lava-Jato, no seu próximo, colocou corruptores na cadeia. Agora, se você tiver visto os caminhos tomados pela Operação Lava-Jato, nós vamos ver uma seletividade política e nós vamos ver os mesmos corruptores que foram para uma cadeia estão em troca de delação. Praticamente todos: Marcelo Odebrecht, Joesley, Eike Batista, todos eles são soltos. Ou seja, só ficaram aqueles ligados à política.
Então, o processo conduzido pela Lava-Jato foi o processo que iniciou uma operação de denúncia da corrupção ou da corrupção no estado brasileiro se transformou num jogo político. O juiz Sérgio é visivelmente agiu como partidário, como chefe de partido político durante uma condução das investigações. Aliás, agiu mais como promotor, acusador, do que como juiz,

Foto: Tick Oliveira
GREENWALD : Com certeza, com muitos diretórios de muita luta, como Alckmin, Aécio, Jucá, Temer, que continuam sem poder, mas, muitas vezes, é por causa do foro privilegiado. Acredito que Lula está injustamente preso. Tem também pessoas que estão injustamente presas na Lava-Jato como o ex-presidente Lula?
BOULOS : Olha, acho que não é personalizar, é tratar de métodos e procedimentos. Eu acho que a Lava-Jato apresentou uma série de procedimentos abusivos. Abusos de prisões preventivas, conduções coercitivas sem intuição prévia…
GREENWALD : Mas, você ficou um ano inteiro protestando contra uma prisão do Lula…
BOULOS : Não, não fiquei todo ano, fiz muitas outras coisas…
GREENWALD : Você faz muita energia, muito tempo neste ano protestando contra uma prisão do ex-presidente Lula, denunciando isso como injusto e ilegítimo. Era uma causa muito a fazer uma prisão do Lula? I'm askingando there had else you have been presas injustamente pela Lava-Jato.
BOULOS :
Lava-Jato conduziu procedimentos abusivos, que não respeitaram o direito de defesa e a presunção de inocência. É evidente que a prisão do Lula eo caso do Lula ganharam mais destaque por quem o Lula representa, pelo simbolismo do Lula. E porque o fato de Lula, no seu processo, teve um processo de retirada do processo eleitoral ao mesmo tempo que as pesquisas de intenção de votos.
Lava-Jato conduziu procedimentos abusivos, que não respeitaram o direito de defesa e a presunção de inocência. É evidente que a prisão do Lula eo caso do Lula ganharam mais destaque por quem o Lula representa, pelo simbolismo do Lula. E porque o fato de Lula, no seu processo, teve um processo de retirada do processo eleitoral ao mesmo tempo que as pesquisas de intenção de votos.
GREENWALD : Mas você protestou contra uma prisão de outras pessoas contra uma prisão de Lula?
BOULOS : A prisão do Lula se tornou um símbolo em relação a isso. As pessoas se colocaram no caso da prisão de Lula porque, de um lado, há os abusos da Operação Lava-Jato no prazo constitucional, de forma muito análoga, para o direito federal. E, de outro lado, o caso do Lula que se comporta como uma politica extrema do processo porque tem o intuito de se retirar do processo eleitoral.
The case of Lula was evident that ganhasse not least for the size of leadership of Lula, by the same ex-presidente, pelo que ele representa na história, mas, por isso, é um exemplo de iniciativa direta. Por isso que foi um tema democrático que não era o Lula, não era defensor de Lula, o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva, era uma sociedade do judiciário que interferia no processo eleitoral e na democracia.
GREENWALD : Mas você não acha que é uma prisão do Marcelo Odebrecht, e sei que você já disse que ele já foi libertado. No caso do Sérgio Cabral, do Eduardo Cunha, também acha que isso é injusto? Também não é o resultado do processo?
BOULOS : Nesses três casos que você citou, houve provas. No caso do Marcelo Odebrecht, inclusive, é réu confesso, delator, ele confessou…
GREENWALD : Então, é isso. O que há de melhor em fazer caso de pessoas, é a prova que não tem caso do Marcelo Odebrecht, no caso do Cunha, do Sérgio Cabral, mas não é um caso do Lula ... estou perguntando exatamente isso.
Tem que as pessoas que foram presas no processo de Lava-Jato além de Lula, que você acha que foi injusto?
BOULOS : Glenn, see you for getting to the reading the personal people to the Lava-Jato, is not gettingia making the that think that may not major of the make, that is a migration for rights and democracy. Não tem como você me pedir que com os casos individuais da Lava-Jato.
GREENWALD : Não todo. Mas você tem que fazer outro exemplo?
BOULOS : Olha, eu não estudei os processos individuais. O único que eu fiz foi o Lula pela repercussão e pela quantia política que tem. Agora, em relação a um arranjo geral, existem evidentemente vícios jurídicos que desrespeitam as condições constitucionais em várias conduções da Lava-Jato.
GREENWALD : Sua candidatura, Sônia, é indígena e dos projetos mais controversos para o direito dos indígenas são como usinas hidroelétricas, como a de Belo Monte. Se você fosse presidente em 2010, você teria aprovado Belo Monte, o no futuro apoiaria projetos parecidos?
BOULOS : Da forma como foi feito, não fez em hipótese alguma. Qualquer obra, seja de matriz energética, seja de matriz de transporte, seja qual for a opção de infraestrutura, Se não, desastres como o que aconteceu em Mariana.
Anivalente, no Pará. Aonde as terras se limitam a sofrer a passagem de uma ferrovia, sem nenhum outro diálogo com a população quilombola, já sofrendo os efeitos de um lixão de Marituba, a cidade vizinha, que não cumpre nenhum contrato na concessão, era para ser um aterro sanitário, sustentável , fazer um lixão, que está causando danos terríveis para população local.
Temos um compromisso firme, Glenn, com o novo modelo de desenvolvimento. Nós queremos sim que o país cresça, mas o crescimento econômico não pode ser em rota de colisão com o desenvolvimento social e com a questão ambiental, que tipo de modelo serve para enriquecer a meia dúzia, e viola o direito de matrimonial.
GREENWALD : Isso se aplica para Belo Monte também?
BOULOS : Olha, o caso de Belo Monte foi feito sem discussão suficiente com os povos da localidade. A crítica maior dos movimentos. Em vez disso, a lei não é incluída em terras indígenas, quilombolas, então, Belo Monte não é uma coisa isolada, ela é parte de um modelo de desenvolvimento, muitas vezes não dialoga com quem vive viveu lá e não se compatibilizou com uma preocupação ambiental. Nós não somos os que nos obrigam a fazer referência à presidência do Brasil.
GREENWALD : Na sua dissertação de mestrado, você é, não é eu, o nível de pressão é menor em pessoas envolvidas em movimentos sociais. Podemos usar esse insight para melhorar a situação político-social no Brasil, mobilizando-se como pessoas para ativismo político? E você é que o seu trabalho com o MTST é um exemplo de como isso pode funcionar?
BOULOS : Uma das coisas que me chamaram muita atenção, quando eu entrei no movimento, foi o que as pessoas se juntaram ao MTST, no caso, a luta pela moradia, mas que depois, elas ficam não apenas por isso. Porque é tudo cria, um sentimento de comunidade e acolhimento que é muito forte.
"Eu não gosto de ninguém, tava deprimido, às vezes clinicamente". E o ambiente que o movimento proporcionou, que é a luta coletiva, não é aquele movimento particular, não é uma questão de natureza política, é uma questão de convivência, de solidariedade, é uma questão de Você é um tipo de espaço, onde eles são úteis, onde eles são mais experientes, onde eles podem ajudar, os espaços coletivos, onde eles fazem parte de uma assembléia, onde eles são lutam por direitos sociais, onde elas estão juntas.
Hoje, os grandes problemas que estão por vir no nosso país são de encontro a uma situação econômica, política, social. Nós tamo numa crise de destino da sociedade, uma crise ética. Como pessoas estão inseguras em relação ao futuro, têm um medo geral. Quando as pessoas têm medo, elas ficam mais vulneráveis ao ódio, à intolerância. E, o senso de comunidade, o pertencimento coletivo, vínculos de solidariedade, levar para o outro lado, que é o lado da esperança, que é o lado do futuro, é o lado do envolvimento, fazer o próximo, fazer o próximo, fazer senso de comunidade.
Essa experiência que o movimento social, ela sim pode mostrar um novo jeito de fazer política, uma política de solidariedade, uma política da esperança. E eu acho que a maior contribuindo para o debate político, na apresentação do projeto de uma série de ideias: Não basta ter as ideias, não basta ter um bom programa, não é tocar as pessoas, se não é é Não é capaz de fazer sentido, talvez não seja algo de muita coisa na História.
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CRÉDITOS ADICIONAIS:
Pesquisa: Erick Dau .
https://theintercept.com/2018/05/30/guilherme-boulos-glenn-greenwald-entrevista/
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