2 de jun. de 2018

“Antônio Oliveira Santos é o mais longevo ditador brasileiro”. Editor - O SISTEMA S , PRECISA SER ABERTO E DEMOCRATIZADO,POIS SEUS RECURSOS SÃO CONSIDERADOS PÚBLICOS. DEMOCRACIA JÁ

Economia

Entrevista

“Antônio Oliveira Santos é o mais longevo ditador brasileiro”

por Sergio Lirio — publicado 31/01/2018 12h11, última modificação 31/01/2018 14h48
Orlando Diniz, afastado do comando do Sesc e do Senac no Rio, nega irregularidades em sua administração e se diz vítima do presidente da CNC
Divulgação
"Antônio Oliveira Santos é o mais longevo ditador brasileiro"
Diniz tenta voltar ao comando do Sesc e do Senac do Rio



Afastado pela segunda vez do comando do Sesc e do Senac do Rio de Janeiro, protagonista de uma disputa que se arrasta há quase uma década, o empresário Orlando Diniz se diz vítima de um desafeto político, Antônio Oliveira Santos, presidente da Confederação Nacional do Comércio. Ele “fabrica, assina e espalha denúncias contra seus adversários”, afirma Diniz.
O empresário nega qualquer relação com a corrupção do casal Sérgio Cabral, de quem seria um “amigão”, segundo a versão de certos jornalistas, e Adriana Ancelmo. E denuncia o que seria uma conspiração montada por um grupo que mantém há décadas uma estrutura “arcaica” de controle das entidades ligadas ao comércio.
Entenda melhor a disputa no Sesc e no Senac do Rio e leia os argumentos de Oliveira Santos no texto "A batalha de 1 bilhão de reais".
CartaCapital: O senhor trava uma disputa, na Justiça e fora dela, de quase uma década com o senhor Antônio Oliveira Santos, da CNC. Qual a razão dessa desavença?
Orlando Diniz: Antonio Oliveira Santos fabrica, assina e espalha denúncias contra seus adversários políticos, valendo-se da estrutura e da credibilidade da CNC para cometer ilícitos. Trata-se do mais longevo ditador brasileiro em atividade, cujo poder nasceu nos estertores do regime militar.
A Fecomércio do Rio sofre desde 2011 a perseguição política implacável de Antônio Oliveira Santos, tendo por um de seus braços Luiz Gastão Bittencourt, denunciado pelo Ministério Público em quatro estados, entre outras “qualidades”. Todo e qualquer indivíduo que ouse desafiá-lo sofre as mesmas arbitrariedades.
Vale acrescentar que durante a primeira intervenção da CNC no Sesc e o Senac do Rio, nos anos de 2014 e 2015, o senhor Antônio Oliveira Santos nomeou como interventores Pedro Nadaf – preso na Operação Sodoma – e Maron Emile Abi-Adib – ex-diretor-geral do Sesc Nacional, também acusado na Operação Sodoma por ter recebido doze cheque de Pedro Nadaf –, atualmente assessor da presidência da CNC.
Os êxitos de minha gestão despertaram a ira de Antonio Oliveira Santos, cujo grande objetivo neste momento é fazer de Luiz Gastão presidente da Fecomércio-RJ.
CC: Por que a Fecomércio contratou os serviços do escritório de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sergio Cabral?
OD: O escritório de Adriana Ancelmo prestou serviços ao Sistema Comércio do Rio de Janeiro entre 2015 e 2016, conforme farta documentação entregue às autoridades. A banca dispunha de respeitabilidade no meio jurídico e prestava serviços a empresas de diversos setores e também a entidades públicas. Não havia qualquer restrição jurídica ou de reputação como óbice à contratação. O referido escritório patrocinou, juntamente com outros advogados, inúmeras causas que têm por objetivo respeitar o modelo legal de gestão do Sesc e o Senac.
CC: Por que a Fecomércio pagava o salário da chef do Palácio da Guanabara e da prefeitura do Rio de Janeiro?
OD: Trata-se de uma ação institucional. Não há obstáculo legal que impeça uma funcionária do Senac-RJ de atuar no Palácio da Guanabara, em favor do governo do Rio de Janeiro, pois a função social da entidade é promover e desenvolver a atividade comercial no estado, tendo como escopo a educação, com a capacitação de mão de obra para o mercado, e nada mais inteligente e compreensível do que ter um funcionário de alta qualidade prestando serviços ao Palácio da Guanabara, onde existe uma alta exposição, de modo a divulgar o excelente trabalho exercido pelo Senac, angariando, assim, cada vez mais cidadãos para serem beneficiados. Aliás, o Senac mantém um restaurante no Congresso Nacional.
CC: O senhor foi afastado antes do comando da Fecomércio. Por que enfrenta tantos problemas na sua gestão?
OD: Os afastamentos e as dificuldades que encontro para implementar uma gestão eficiente e transformadora no Sistema Fecomércio do Rio são resultado da perseguição incessante do senhor Antonio Oliveira Santos e de seus asseclas. Eles não querem um sistema eficiente, que corresponda aos anseios da coletividade. O período da intervenção da CNC no Sesc e Senac Rio em 2014 e 2015 resultou, segundo levantamento de uma respeitada empresa de auditoria, em mais de 150 milhões de reais em irregularidades.  
CC: O senhor pretende se candidatar ao comando da CNC caso seja reconduzido à presidência da Fecomércio?
OD: Em 2014 o Rio de Janeiro marcou posição contra a candidatura de Antônio Oliveira Santos à presidência da CNC. Foi uma forma de protesto contra a gestão arbitrária, ultrapassada e distante do comércio e da sociedade. O senhor Antonio Olivera Santos já declarou que não será candidato em 2018, logo o Rio de Janeiro não precisará mais marcar posição. O que realmente importa é a recuperação da integridade do Sistema Comércio. Hoje o Sistema é a “casa” do Antonio Oliveira Santos, onde ele exerce o seu mando de maneira ilimitada. Isto é inadmissível. Apenas para ficar com um exemplo, desde 1967 há uma determinação para que o Sesc e Senac nacionais estabeleçam suas respectivas sedes em Brasília. Até hoje o Sr. Antonio Oliveira Santos mantêm ambas as instituições no Rio de Janeiro, por conta de conveniências pessoais.
https://www.cartacapital.com.br/economia/201cantonio-oliveira-santos-e-o-mais-longevo-ditador-brasileiro201d
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