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Em livro, Blatter relata "caixa-preta" com dinheiro da tevê brasileira
por Redação — publicado 08/06/2018 13h23
O ex-presidente da Fifa não cita a Rede Globo diretamente, mas descreve esquema de compra de direitos de transmissão montado por Havelange e Teixeira
Reprodução

Blatter e Havelange: criatura e criador
O ex-presidente da Fifa Joseph Blatterdecidiu contar em livro a sua versão do escândalo de corrupção que apodrece o futebol e levou à cadeia poderosos dirigentes do esporte. Em Ma Verité (Minha Verdade), editado na França, o cartola confirma o que qualquer observador atento sabe: os brasileiros João Havelange e Ricardo Teixeira, abastecidos principalmente com dinheiro da Rede Globo, criaram um esquema de propinoduto que se tornou padrão nos negócios da federação internacional.
"Eu então descubro que uma caixa-preta foi constituída com o dinheiro desviado da televisão brasileira", descreve o ex-dirigente em um trecho.
O suíço substituiu Havelange no comando da Fifa e ocupou o posto por oito mandatos consecutivos, até ser destituído em 2015 em decorrência do escândalo investigado na Europa e nos Estados Unidos. Em várias passagens nas 240 páginas, Blatter destaca as tramoias da dupla brasileira.
O ex-presidente da Fifa conta detalhes da falência da ISL, empresa de marketing esportivo responsável por comercializar os direitos de transmissão de jogos e acusada de pagar propinas para dirigentes, em particular para os cartolas brasileiros.
Na versão de Blatter, o esquema da ISL era administrado por Teixeira e Havelange sem o seu conhecimento. Ele afirma que inicialmente duvidava da participação de Havelange, mas se convenceu do contrário ao tomar conhecimento de uma transferência de 1 milhão de dólares para seu antecessor.
"A ISL começou a pagar propinas para manter os contratos da Fifa. Levou uma década de inquérito e processo para eu entender com detalhes o sistema que foi criado por Havelange e Teixeira, um sistema que eu totalmente estava fora. Os documentos do Tribunal de Zug indicaram que Havelange ficou com US$ 1 milhão. Quanto ao seu genro, Teixeira, ele leva US$ 12,4 milhões (R$ 45,8 milhões na cotação atual)", relata.
Ainda não há previsão de lançamento em português.
https://www.cartacapital.com.br/esporte/em-livro-blatter-relata-caixa-preta-com-dinheiro-da-teve-brasileira.
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