Crivella enfrenta pedidos de impeachment por improbidade
TER, 10/07/2018 - 08:24
Reprodução TV Senado

Jornal GGN - Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, foi alvo de dois pedidos de impeachment ontem, dia 9, na Câmara Municipal. O primeiro do vereador Átila Nunes (MDB) e o outrodo deputado estadual Marcelo Freixo (PSol) com o diretório municipal de seu partido.
Os dois pedidos citam improbidade administrativa de Crivella, que utilizou o Palácio da Cidade como local para reunião com lideraças evangélicas, no dia 4 de julho, com promessas de vantagens. O mesmo motivo foi usado para um pedido de investigação pelo Ministério Público (MP) feito por vereadores de oposição.
Para que sejam apreciados os pedidos, a Câmara precisa interromper o recesso, que vai até o dia 31. Vereadores se reuniram ontem e colhem assinaturas para pedir ao presidente da Casa, vereador Jorge Felippe (MDB), que reabra os trabalhos. São necessárias 17 assinaturas.
“Hoje dei entrada com pedido de impeachment do prefeito Crivella, pela utilização da máquina da prefeitura para privilegiar seus segmentos mais próximos. E o que é pior, usando critérios religiosos. Promessas inclusive para furar filas de cirurgias. Por esses motivos, pedi que ele seja processado por improbidade administrativa e crime de responsabilidade”, declarou o vereador Atila Nunes, em vídeo divulgado em sua conta no Facebook.
O caso começa quando Crivella, no Palácio da Cidade, faz uma reunião fora da agenda oficial com 250 pessoas. Na reunião ele afirmou que pode resolver problemas dos fiéis. Disse que contratou 15 mil cirurgias de catatarata para serem realizadas até o final do ano e anunciou também facilidades para cirurgias de varizes e vasectomia. Para que os fiéis chegassem mais rápido ao procedimento bastaria acionar dois de seus assessores para resolver.
Crivella também se dispôs a resolver problemas com pagamentos de IPTU atrasados de igrejas evangélicas. "Nós temos de aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na prefeitura para fazer esses processos andarem", declarou ele aos fiéis amigos.
A reunião foi gravada por dois repórteres do jornal O Globo, que participaram do encontro sem se identificar.
No caso do MInistério Público, um grupo de vereadores pediu que abra investigação contra Crivella, por uso indevido do Palácio da Cidade. Os parlamentares pediram ao procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, que o prefeito seja investigado por improbidade administrativa por ter promovido uma reunião fechada com membros de igrejas evangélicas do Rio.
“Encaminharemos a representação para as estruturas internas correspondentes para que adotem as devidas providências, principalmente no que diz respeito à violação da laicidade, pois o estado é laico e todos os cidadãos devem ser tratados em igualdade de condições. Também será apurada a possível prática de algum crime”, afirmou Eduardo Gussem após a reunião com os vereadores.
O procurador-geral afirmou, na ocasião, que o MP não faz qualquer distinção entre religiões, mas o que não pode acontecer é a administração pública privilegiar um grupo em detrimento de outros.
A prefeitura, por seu turno, afirmou por meio de nota que a reunião entre Crivella e evangélicos teve por objetivo prestar contas e divulgar serviços, e que não há irregularidade na ação do prefeito em indicar uma assessora para orientar a população.
A prefeitura não se manifestou sobre os pedidos de impeachment.
Com informações da Agência Brasil
https://jornalggn.com.br/noticia/crivella-enfrenta-pedidos-de-impeachment-por-improbidade
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