24 de ago. de 2018

'VOCÊ TEVE ALGUM ENVOLVIMENTO COM HOMOSSEXUALISMO?' UMA TROPA DE ELITE DA MARINHA QUER SABER. Tatiana Dias 24 de agosto de 2018, 3h01

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Ilustração: João Brizzi / The Intercept Brasil

'VOCÊ TEVE ALGUM ENVOLVIMENTO COM HOMOSSEXUALISMO?' UMA TROPA DE ELITE DA MARINHA QUER SABER.

O GRUPAMENTO DE MERGULHADORES de Combate é uma tropa de elite da Marinha, comparada ao Bope do Rio de Janeiro e aos Navy Seals dos EUA. O Grumec, como é chamado, é chamado pelo treinamento pesado e pelo alto nível técnico. Na semana passada, até o momento Rômulo Estrela viu a sua próxima oficina de TV para o próximo personagem em uma novela da TV Globo. Mas nem todos são bem vindos naquele lugar. Gays, por exemplo, não são. No formulário de admissão de novos pedidos, aplicado este ano, o Grumececendo explicitamente:
"Já teve algum envolvimento com o jogo, agiotagem, homossexualismo, furto?"
Quando fui convocado para servir no Grumec, Carlos Freitas * já havia passado por outros quartéis. Gay não assumido - ele tem medo do ambiente carregado de homofobia da corporação -, nunca foi questionado abertamente sobre sua sexualidade. Até à data de envio, o formulário deve ser preenchido pelos militares que entram no Grumec.
1 'PSO': Plano de Segurança Orgânica. 
2 A pergunta feita aos militares: "Já teve algum embate com o jogo, agiotagem, homossexualismo, furto?" 
3 O documento, segundo a Marinha, é de 'uso interno'.
Papeleta de Admissão do Grumec
Papeleta de Admissão do Grumec é uma homossexualidade ao lado de furto e agiotagem.
"Eu vistoi em choque quando vi", me contou o militar, que pediu para não ser identificado pelo risco de punição. Indignado, ele fotografou a papeleta no momento da admissão. "Tenho certeza que quem já teve alguma relação com o homossexual não marcou 'sim', até porque está explícito como algo pejorativo."
Sim, está. Além disso, é uma homossexualidade ao lado de crimes, como a agitação e a agiotagem, o Grumec usa a palavra “homossexualismo” - o que é homofóbico, porque o sufixo “ismo” dá o sentido da doença à orientação sexual. A Mundial da Saúde deixou de ser aplicada uma doença em 1990. Hoje, o termo é recomendado para quem sofre com o mesmo sexo é “homossexualidade”.
A pergunta do Grumec não é apenas ofensiva, ela é criminosa. A discriminação por orientação sexual é inconstitucional - portanto, ilegal, mesmo em ambientes militares.
A partir de 2015, o Código Penal Militar teve outras preocupações: classificava como crime o “ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito à administração militar”. Naquele ano, no entanto, o Supremo Tribunal Federal decidiu retirar os termos “pederastia” e “homossexual ou não” do código. O Grupo de Ministros foi o que fizeram as menções discriminatórias e inconstitucionais porque violavam os princípios de igualdade, dignidade, pluralidade e direito à privacidade.

Uma Marinha nega. Depois, admite.

O formulário homofóbico também está, segundo uma fonte que recebeu uma fotografia ao Interceptar, anexo no Plano de Segurança Orgânica, um conjunto de normas para proteger o quartel. Ou seja: para o Grumec, não é nível de pessoa ou chantagear alguém.
Procurado, o Grumec negou a existência do formulário e orientou-se a procurar o comando da Marinha, em Brasília. A empresa, por meio de sua avaliação de imprensa, disse que o processo de seleção para servir em determinadas áreas temáticas psicológicas e físicas, mas também diminuiu o uso de formulário e disse que “o uso de qualquer papel de divulgação de uma atividade, muito menos com questionamentos sobre opção sexual ”.
Como negativas oficiais, eu decidi buscar outra fonte para confirmar a autenticidade do documento. Conversei com José Rodrigues *, que também não servem Grumec. Ele me disse que a papeleta é verdadeira. “O documento existe e é confidencial.”
Entre em contato com a Marinha e questione mais uma vez sobre a autenticidade do papel. "Interpretado" é um modelo desatualizado, usado, à época, internamente para o credenciamento de segurança. E argumentou que serve apenas para informação, foi utilizado em processo seletivo.
"O que não faz parte do processo de decisão para os militares não atende ao Grupamento de Mergulhadores de Combate?", Escreveu uma corporação.
A Marinha também não respondeu a algum procedimento para manifestações de homofobia na corporação.

O uso da expressão “usado à época” não é compatível com a nossa apuração. Eu tentei argumentar que a papeleta havia sido distribuída pelo Grumec este ano, e perguntar o que exatamente era o “credenciamento de segurança”, mas o tenente era pelo caso afirmativo que não falaria nada além do que já estava na nota enviada mim, assinada pelo Centro de Comunicação Social da Marinha.
Segundo o comunicado, o “respeito à dignidade da pessoa humana é um dos valores e preceitos éticos” cultuados pela corporação. “Nesse contexto, repudie-se em qualquer atitude preconceituosa ou de intolerância no âmbito da Força Naval.”
A empresa não respondeu, no entanto, o que aconteceu com um recruta que pôs fim à “sim” para uma pergunta “você já teve um pouco de jogo, agiotagem, homossexualismo, furto?”. A corporação vetaria a entrada de um militar no grupo especial? A imitação da sua orientação sexual assinalada, ao lado de furto e agiotagem, por motivos de segurança?
Eles também não estão relacionados com as manifestações de homofobia em seus quartis.
https://theintercept.com/2018/08/24/marinha-homofobia/
tradução literal via computador.
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