19 de out. de 2018

ELEIÇÕES 2018 O PODER DO CONSUMIDOR Presidente do Ethos defende boicote a empresas envolvidas com fake news e caixa 2. - Editor - VAMOS COMEÇAR A BOICOTAR DIA 28, TODO O TIPO DE FAKE POLÍTICO, VOTANDO HADDAD 13 PR- PRESIDENTE. LULA LIVRE.

O PODER DO CONSUMIDOR

Presidente do Ethos defende boicote a empresas envolvidas com fake news e caixa 2

Caio Magri também criticou o silêncio do empresariado nacional diante dos fatos e a postura do TSE. "É impressionante o acovardamento das instituições hoje no Brasil frente ao processo eleitoral espúrio", disse
por Redação RBA publicado 19/10/2018 16h33, última modificação 19/10/2018 18h52
DIVULGAÇÃO/INSTITUTO ETHOS
Caio Magri
Para Magri, clientes precisam utilizar o poder econômico que têm para enquadrar as empresas envolvidas no escândalo
São Paulo — “O que vemos nesse momento é muito mais grave do que simplesmente apoiar uma campanha, porque as empresas estão disponibilizando dinheiro próprio, criando conteúdo próprio, interferindo na linguagem, atuando de forma partidária no processo político. É muito mais grave e necessita de um repúdio de todos os empresários que defendem a democracia, que acham importante que haja renovação na política, mas que ela seja feita com transparência e efetivamente democrática.” 
O desabafo é de Caio Magri, presidente do instituto Ethos, em entrevista nesta sexta-feira (19) aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, na Rádio Brasil Atual. “É muito grave, e grave de uma maneira diferente, a interferência do poder econômico nessas eleições”, sentenciou. 
Habituado a transitar no mundo empresarial brasileiro há duas décadas, Magri enfatiza a necessidade de haver regras claras na legislação eleitoral sobre a participação das empresas no processo político. “Isso é necessário para que se contenha a agressividade do poder econômico sobre a democracia. Sempre alertamos que esse é, e vai ser sempre, o ovo da serpente da corrupção no Brasil, da grande corrupção. As empresas investem para depois ter o retorno quando os políticos alinhados estiverem em espaços onde será possível ter ganhos privados com uma agenda pública.” 
Enquanto a legislação eleitoral permitiu a doação de empresas a campanhas políticas, o Instituto Ethos atuou junto ao setor para esclarecer as regras do jogo. Agora, com a mudança da lei e a proibição da doação empresarial, Caio Magri destaca a necessidade das próprias empresas terem mecanismos internos de controle. 
O presidente do Instituto Ethos também criticou de modo veemente as instituições de controle do Estado brasileiro, dizendo que a força tarefa contra as fake news criada pelo ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, “não fez absolutamente nada”; e ponderou que o TSE se envolveu durante semanas com as reclamações de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas, enquanto o candidato de extrema-direita “estava sendo beneficiado por milhões de acessos e aceleração da sua campanha feito criminosamente por empresas”.
“É impressionante o acovardamento das instituições hoje no Brasil frente ao processo eleitoral espúrio que estamos vivendo. Se está assim agora, o que podemos imaginar que vai acontecer depois?”, questionou. 
Enfático, disse que se algo não for feito, o país terá uma eleição “absolutamente fraudada”, inclusive a ocorrida no primeiro turno, com o crescimento vertiginoso de bancadas parlamentares beneficiadas pela “fraude e ilegalidade exercida por um conjunto de empresas irresponsáveis e anti-patrióticas”. 

Boicote como instrumento de pressão

Punido recentemente por ter coagido funcionários a votar em Bolsonaro, o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, é um dos acusados de financiar a indústria de fake news da candidatura do político de extrema-direita. Para Caio Magri, é o momento dos consumidores se conscientizarem da sua força e agirem. 
“É a hora de as empresas que fazem isso saberem dos riscos que correm, com boicote dos consumidores, dos trabalhadores. Precisamos utilizar o poder econômico que os clientes têm para poder reenquadrar uma empresa como essa. Não é só a questão legal, temos que pensar também que é possível pressioná-los economicamente”, afirmou. 
Magri disse ter mantido contato com uma organização alemã que reúne pequenos e médios investidores que estão preocupados com suas ações em empresas alemãs atuantes no Brasil e que estão em silêncio diante dos fatos.
“O silêncio e a conivência das empresas alemãs com a ascensão do nazismo foi fundamental para o triunfo do nazismo até 1945. O silêncio dos empresários agora é ensurdecedor. Precisamos ter um posicionamento nesses últimos dias para reverter o processo em que estamos entrando.” 
https://www.redebrasilatual.com.br/eleicoes-2018/presidente-do-instituto-ethos-defende-boicote-as-empresas-envolvidas-com-fake-news
Ouça a íntegra da entrevista:
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