AMBIENTE DO TERRITÓRIO DA AMAZÔNIA 27 NOV 2018
Brasil retirou sua candidatura para sediar a Cúpula das Mudanças Climáticas
Por meio de um telegrama, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que não mais tentará sediar o evento a ser realizado em novembro de 2019. A Cúpula busca coordenar o cumprimento dos objetivos ambientais do Acordo de Paris, que tem sido questionado para o futuro presidente Jair Bolsonaro.
CIMEIRA DA MUDANÇA DO CLIMA. Convenção sobre Mudança do Clima, que é realizada a cada dois anos e reúne líderes de 195 países.
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* Com a colaboração de InfoAmazonía (Brasil) e El Espectador (Colômbia)
El governo brasileiro retirou sua candidatura para sediar a vigésima - quinta Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 25), que será realizada em novembro de 2019. De acordo com o jornal brasileiro O Globo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros Disse que a renúncia é devida a restrições orçamentárias e ao processo de transição presidencial que está em andamento após o triunfo de Jair Bolsonaro, que assumirá o cargo em janeiro próximo.
Dois meses atrás, o Brasil apresentou sua candidatura para sediar esta nova edição da Convenção sobre Mudança Climática, que acontece a cada dois anos e reúne líderes de 195 países, empresas, investidores, ONGs e representantes da sociedade civil. Esta reunião tem como objetivo revisar e acelerar o cumprimento dos objetivos adotados no Acordo de Paris sobre mudança climática com vistas a 2030.
O Brasil foi o único país da América Latina que conseguiu se oferecer para sediar o evento e sua candidatura seria votada em menos de um mês na Polônia. De acordo com O Globo, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu um telegrama a Embaixadora Patricia Espinosa, secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, explicando que seu país desistiu de sediar o evento "restrições orçamentais" .
"Levando em conta as restrições fiscais e orçamentárias, que provavelmente devem continuar em um futuro próximo, e levando em conta o processo de transição para o recém-eleito governo, que será inaugurado em 1º de janeiro de 2019, o governo brasileiro é obrigado a" retirar a oferta para sediar a COP 25 '", diz o telegrama.
Em comunicação com , Ivan Lanegra, exviceministro de interculturalidad do Peru, disse que o governo cessante quer para evitar que o Brasil através de um constrangimento internacional, como se escolhido como anfitrião, Bolsonaro poderia reverter esta medida. Nesse sentido, Lanegra lembrou que o futuro presidente do Brasil questionou o Acordo de Paris e manifestou interesse em reduzir as multas ambientais.Olho - Público . com
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AMAZÔNIA A Floresta Amazônica do Brasil continua a ceder à atividade pecuária.
Foto: El Deber
Segundo fontes próximas à diplomacia brasileira, a proposta de realizar a COP 25 no Brasil nunca chegou a um consenso no Itamaraty. A iniciativa foi do ex-ministro do Meio Ambiente da gestão de Temer, Sarney Filho, e foi apoiada apenas por um setor de diplomatas. A principal questão por trás do recente anúncio seriam os altos custos de organização que a Cúpula demandará, já que um investimento de cerca de 400 milhões de reais é estimado.
A notícia vem em meio à divulgação de novos números sobre o desmatamento na Amazônia brasileira. Dados do Programa de Monitoramento de Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelaram um aumento de 14% na abertura de novas áreas na floresta tropical. No total, foram perdidos 7.900 quilômetros quadrados de florestas nativas entre agosto de 2017 e julho de 2018. Essa tendência crescente ameaça o cumprimento dos compromissos climáticos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris.
Em 5 de outubro, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota indicando que a intenção de assumir a organização do evento "confirma o papel da liderança global do país em questões de desenvolvimento sustentável" e "reflete o consenso da sociedade brasileira sobre a importância e a urgência de ações que contribuam para a luta pela mudança climática ".
Apesar dos argumentos oficiais, o futuro ministro dos Negócios Estrangeiros da Bolsonaro e apoiador de Donald Trump, Ernesto Araujo disse há algumas semanas que a mudança climática é "um dogma que tem servido para justificar o aumento do poder regulamentar de estados na economia eo poder das instituições internacionais sobre os estados nacionais e suas populações ".
Em um comunicado, a organização da sociedade civil Observatório do Clima descreveu a atitude do governo brasileiro como lamentável. "O Brasil está, assim, abdicando do seu papel no mundo em uma das poucas áreas onde, mais do que relevante, o país é necessário: a luta contra a mudança climática", disseram.
Agora que desistiram de realizar a cúpula, é difícil saber se os governos da região chegarão a um acordo.
Isabel Cavellier, co-diretor da organização transforma e exnegociadora da Colômbia na Conferência sobre Mudança Climática, acredita que "este revés que dá ao governo brasileiro, embora esperado, é lamentável, porque é um sinal de posições negativas que levam o Brasil no nos próximos anos em face do acordo multilateral para frear a mudança climática ".
Cavelier lembrou que a negociação entre o grupo de países latino-americanos e caribenhos para definir o local da Cúpula das Mudanças Climáticas no ano que vem não foi fácil. As tensões políticas regionais bloquearam todas as indicações e o único que conseguiu superar essas diferenças foi o Brasil. Agora que desistiram de realizar a cúpula, é difícil saber se os governos da região chegarão a um acordo. Se isso não for definido antes do próximo 15 de dezembro, a cúpula será transferida para Bonn, Alemanha, perdendo a oportunidade de um país latino-americano presidir e liderar a discussão de questões muito delicadas.
"O cancelamento é devido a uma mudança de governo, com diferentes prioridades na mudança climática", disse Andrea Guerrero, ex-negociador colombiano cimeiras climáticas e especialista em mudar de assunto, "o que é necessário nestas cimeiras são fortes presidências com grande capacidade e disposição. Então, se uma presidência não prioriza o ideal, é substituir um que é muito comprometido. Esperamos que surja uma alternativa entre o grupo de países latino-americanos e caribenhos que deseja trabalhar para o acordo de Paris ".
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