Ex-Secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas e dono de jornal são presos em Campinas (SP)
Operação Ouro Verde que investiga fraudes e desvio do dinheiro público na saúde cumpre mandados de prisão

Sylvino de Godoy, proprietário do grupo de comunicação RAC, foi preso pelo Gaeco na operação sobre as fraudes no Hospital Ouro Verde
por Fabiana Ribeiro22 novembro, 2018
A prisão do empresário Sylvino de Godoy, proprietário do Grupo RAC – Rede Anhangüera de Comunicação, uma das maiores empresas de comunicação da região de Campinas – marca a terceira fase da Operação OURO VERDE que investiga desvios de recursos públicos do Hospital Ouro Verde, do município Campinas. Foram expedidos oito mandados de prisão temporária e onze mandados de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Jundiaí, Serra Negra e São Paulo.

Silvio Bernardin, foi preso na tarde desta quinta-feira (22) por agentes da Polícia Federal ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas.
O ex-secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Silvio Bernardin, exonerado recentemente após ter sido expedido um mandato de prisão em seu nome , está sendo investigado e foi preso ao desembarcar no aeroporto de Viracopos quando voltava de Brasília.
Estão sendo averiguados também dois ex-diretores do Hospital e quatro empresários. Todos são investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Em Jundiaí foi preso Thiago Neves, diretor da Vitale, empresa que administrava o Ouro Verde. João Carlos da Silva Júnior, ligado a empresa Vitale, foi preso na capital e chegou à sede do MP em Campinas por volta das 10h. Também foram presos Danilo Silveira, empresário e Felipe , dono da lavanderia Greenlav- Lavanderia Clinica e Hospitalar .Todos os detidos foram levados para a 2ª Seccional de Campinas.
O filho de Sylvino de Godoy , Gustavo Godoy – que também possui mandado de prisão expedido -conduzia a Organização Social Vitale e é considerado responsável pelos desvios do dinheiro na gestão do hospital, ainda não foi localizado.
A etapa da operação Ouro Verde, que aconteceu hoje foi batizada de “Reação” e investiga desvios de recursos públicos do Hospital Ouro Verde em Campinas.
Nesta terceira etapa das investigações foi constatado desvio de mais de R$ 2 milhões de reais de recursos públicos. O esquema envolvia fraude na contratação de fornecedores com preços superfaturados e a entrega de vantagens indevidas a agentes públicos.
Segundo o GAECO (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que é um braço do Ministério Público do estado de São Paulo, na 1ª e 2ª fases da Operação Ouro Verde que ocorreram em novembro do ano passado e em março deste ano, foram apurados desvios de cerca de R$ 7 milhões.
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Sylvino de Godoy usava sua influência como proprietário da RAC
O empresário, proprietário do jornal Correio Popular e outros meios de comunicação foi interceptado em ligações telefônicas pelo Ministério Público onde exercia “pressão” junto ao Prefeito de Campinas Jonas Donizette e ao secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Sílvio Bernardin, para liberar mais verba através de um aditamento ao contrato da Vitale .
Em outras gravações, Godoy não só tenta impedir que a Rádio CBN Campinas cite o nome do seu filho, em notícia sobre a Operação do MP como manda que funcionários do Correio Popular levantem factoides que possam abalar a imagem de vereadores da oposição. Entre os vereadores citados estão Marcelo Silva (PSD) , Tenente Santini (PSD) e Pedro Tourinho (PT) considerados inimigos de Sylvino pela cobrança nas investigações em relação o escândalo que envolve a administração da Vitale no Hospital Ouro Verde. Marcelo Silva (PSD) e Pedro Tourinho (PT) fazem parte do grupo de vereadores que pediram a abertura de CPI para apurar as denúncias envolvendo OS Vitale. O requerimento foi rejeitado pelo vereadores da base do prefeito Jonas Donizette (PSB).

****Após denuncias ao Ministério Público, o Hospital Ouro Verde foi alvo de operações do Gaeco ( Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ) em novembro do ano passado. Na primeira fase, foi constatado que um grupo ligado à OS Vitale usava a entidade para desviar recursos por meio de consultorias que nunca existiram. Vários empresários investigados foram presos, entre eles Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, que teve dois carros, modelos Ferrari e BMW, apreendidos. A Promotoria ainda aponta que os donos da Vitale eram ligados à Pró-Saúde, instituição que administrou unidades de saúde no estado e teve problemas de estrutura e gestão.
Na 2ª fase que aconteceu em março deste ano, o ex-diretor da Secretaria de Saúde de Campinas Anésio Corat Júnio e o ex-servidor comissionado Ramon Luciano Silva e um médico de São José do Rio Preto, Osvaldo Perezi Neto, também foram presos. Todos têm ligação com a OS Vitale. Três veículos foram apreendidos até o momento, sendo uma BMW e duas motocicletas – uma Ducati, de luxo, e uma Burgman.
A operação de hoje (22) teve intensa repercussão em toda a imprensa nacional.
Fontes: ACidadeON Campinas, G1,

Formada em Comunicação Social pela Puc Campinas, Fabiana Ribeiro atua como fotojornalista para o Jornalistas Livres
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