27 de jan. de 2019

Mar de Lama respinga na Grande BH. - Editor - ESSE MAR DE LAMA PRECISA RESPINGAR E FUNDO, NOS QUE INCENTIVAM E PROSPERAM NESSE CAPITALISMO NEFASTO, EXPLORATÓRIO E QUE DEGRADA TODO O MEIO AMBIENTE E AS PESSOAS. O PROCESSO DE DEGRADAÇÃO FOI INCENTIVADO COM AS PRIVATIZAÇÕES NEFASTAS DA PRIVATARIA TUCANA COM FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - PSDB.

Mar de Lama respinga na Grande BH

Texto de posicionamento coletivo escrito pelo Projeto Manuelzão sobre o rompimento das barragens de rejeito de minério em Brumadinho, nesta sexta-feira, 25 de janeiro
Nesta sexta-feira (25), Minas Gerais tornou-se palco para mais uma tragédia anunciada: o rompimento de barragens de minério, em Brumadinho. De responsabilidade da Vale, os rejeitos das barragens atingiram a comunidade do Córrego do Feijão, e a lama deve chegar ao Rio Paraopeba, curso d’água onde há captação de água para o abastecimento da Grande Belo Horizonte.
Após as águas passarem por Florestal e Juatuba, dentro de 48 horas, os rejeitos atingirão a represa do Paraopeba, situada no município de Pompéu, e quando a represa chegar ao seu nível máximo, as comportas serão abertas, e a lama pode chegar à Represa de Três Marias.
Destacamos que esta catástrofe é fruto da ganância e da falta de compromisso desses empreendimentos com a segurança de seus trabalhadores, com as comunidades que os rodeiam e, sobretudo, com o meio ambiente.
O que se perde nesses ecossistemas jamais será recuperado inteiramente, e os danos serão sempre cicatrizes ambientais. A lama pode não ser tóxica quimicamente, mas os sedimentos são suficientes para matar os peixes, assorear o leito dos cursos d’água e apaga-los do mapa.
Neste momento, ainda não sabemos ao certo quantas vítimas fez o rompimento. Lamentamos profundamente as três mortes já confirmadas, além do desaparecimento de pelo menos 200 pessoas. Além das vidas que se perdem, no rio e na comunidade, expomos a população mais uma vez ao sofrimento que presenciamos em Mariana, tirando-lhe as casas, a comunidade, parte de suas vidas.
Este já é, pelo menos, o quinto rompimento de grande escala ao longo dos últimos dez anos. Isso sinaliza que não aprendemos nada sobre a segurança ambiental. Significa que fechamos os olhos para a responsabilidade pública logo após o rompimento da barragem em Mariana, há três anos.
O Poder Público tem sua parcela de responsabilidade nessa tragédia, uma vez que tem agido em favor da facilitação de licenciamentos ambientais e deixando para terceiros a tarefa de fiscalizar e acompanhar os processos dos negócios de mineração.
É hora de enfrentarmos a situação com seriedade, repensar os modelos inseguros adotados pelas empresas de mineração e entender que as barragens desse tipo sempre apresentarão riscos e gerarão insegurança para a população e, principalmente para o meio ambiente, que não tem como se defender senão pelas nossas próprias ações.
Mais que indignação, é fundamental a ação. É essencial exigir a punição dos responsáveis, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), e garantir a aprovação imediata do projeto de lei “Mar de lama nunca mais”, projeto de iniciativa popular que exige mais rigor no licenciamento de barragens.
Assinam esta Nota
  • Movimento Águas e Serras de Casa Branca
  • Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale
  • Instituto Macunaíma
  • Casa de Gentil
  • MOVSAM
  • SOS Serra da Piedade
  • MACACA
  • ONG Caminho das Águas
  • Instituto Congonha
  • Sociedade Angrense de Proteção Ecológica – SAPÊ
  • Gabinetona – mandato coletivo das deputadas eleitas Áurea Carolina e Andreia de Jesus e das vereadoras de Belo Horizonte Cida Falabella e Bella Gonçalves
  • Muitas – PSOL MG
  • ECOAVIS
  • Boi Rosado Ambiental
  • Aliança Rio Doce
  • Associação Coletiva da Juventude
Para assinar esta carta envie um email com os dados de sua entidade para contato@aguasdogandarela.org.br

https://aguasdogandarela.org.br/mar-de-lama-respinga-na-grande-bh/?fbclid=IwAR3D7Py1FSqdfrUV0nZiezlq9fYC9OTXRsF8Y-d4_kF89KnCM_xknMQPnNw
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