Dez mulheres potiguares: da internet para o mundo encantado do cordel

A Casa do Cordel convidou sete mulheres de diferentes áreas e setores da sociedade para escrever em versos sobre a vida e trajetória de 10 personalidades femininas do Rio Grande do Norte.
O resultado dessa experiência pode ser conferido no lançamento da “Coleção Dez Mulheres Potiguares”, que acontece no próximo sábado (9), a partir das 9h, na Casa do Cordel, na Cidade Alta, ainda em meio às celebrações pelo 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Das dez mulheres que tiveram seus perfis biografados, apenas duas estão vivas, a cantora Glorinha Oliveira e a escritora e dramaturga Clotilde Tavares, estudiosa da literatura de cordel.
Uma das mulheres biografadas foi a ativista, historiadora e ex-colunista da agência Saiba Mais Leilane Assunção. Morta em novembro de 2018, Leilane foi a primeira professora universitária transexual do Brasil. Quem contará a trajetória de Leilane é a advogada, assistente social e cordelista estreante Vani Fragosa:
– Minha pesquisa foi baseada nas notícias que divulgaram sobre ela e no próprio convívio que tivemos juntas. Convivi com Leilane na universidade, justamente na transição de Leandro para Leilane. Somos contemporâneas, trabalhamos juntas no Tributo à Criança. E de lá para cá também teve a convivência nos movimentos sociais, onde acompanhei essa transição, além das bandeiras que ela levantou, como a da transexualidade e o movimento Antiproibicionista.
Na coleção estão representadas mulheres que atuaram em diversas áreas da cena norte-rio-grandense. Ana Maria Cascudo, Zila Mamede e Glorinha Oliveira são biografadas por Rósa Regis; Já Noilde Ramalho e Nísia Floresta ganharão vida através de Sírlia Lima; Clotilde Tavares teve o seu perfil biográfico escrito por Emília Carla; Auta de Souza vem nos versos de Rita Cruz; Júlia Augusta de Medeiros (A Rocas-Quintas) é versejada por Jussiara Soares e Palmyra Wanderley tem sua vida narrada em cordel por Járdia Maia.
A partir do depoimento de Vani Fragosa é possível notar a influência da internet nessa nova forma de produzir folhetos populares, cujos temas geralmente eram criados em razão de lendas ou causos nas cidades do interior ou nas feiras populares. O mesmo aconteceu no perfil da escritora Clotilde Tavares, que só conversou com a cordelista que escreveu sobre a vida dela depois que o folheto já estava pronto.
Sempre tão cheia de palavras, como ela mesma diz, Clotilde admitiu ter ficado emocionada em fazer parte do projeto como “objeto de estudo”. A pesquisa sobre ela, paraibana de nascimento e potiguar por adoção, foi realizada pela estudante Emília Carla:
– Foi uma surpresa para mim, eu nem sabia desse projeto. A cordelista Emília Carla já estava com o folheto pronto, disse que tinha encontrado tudo na internet e fiquei surpresa com isso. Ela foi na minha casa, me pediu para dar uma olhada pra ver se não tinha cometido nenhum engano, mas estava muito bem feitinho. Aquilo me encantou porque foi feito por uma moça que está começando agora, mas com uma ótima rima, tudo muito bom.
Estudiosa do cordel e escritora de folhetos populares, Clotilde explica que um cordel não é simples de se produzir:
– É preciso inspiração e técnica. O cordel é uma forma poética que exige que você o domine. Não é apenas fazer a palavra bonita.
Lançamento da coleção Dez Mulheres Potiguares
Casa do Cordel (Rua Vigário Bartolomeu 605, Cidade Alta).
Dia 9 de março (sábado)
Das 9h às 12h.
A coleção estará disponível para venda na Casa do cordel e com as autoras ao preço de R$ 20.
O lançamento contará com apresentações culturais.
https://www.saibamais.jor.br/dez-mulheres-potiguares-da-internet-para-o-mundo-encantado-do-cordel/
Casa do Cordel (Rua Vigário Bartolomeu 605, Cidade Alta).
Dia 9 de março (sábado)
Das 9h às 12h.
A coleção estará disponível para venda na Casa do cordel e com as autoras ao preço de R$ 20.
O lançamento contará com apresentações culturais.
https://www.saibamais.jor.br/dez-mulheres-potiguares-da-internet-para-o-mundo-encantado-do-cordel/
- - - ---------------- - MST vai distribuir em Natal 15 toneladas de alimentos produzidos no RN - Editor -Embora atrasado, registro a importancia do evento.

Agricultoras do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) vão distribuir nesta sexta-feira, 8 de março, 15 toneladas de alimentos à população de Natal (RN). A distribuição será feita de 8h às 13h, na Feira da Solidariedade e Agroecológica da Reforma Agrária montada no Espaço Cultural Ruy Pereira, na Cidade Alta.
A atividade é parte da agenda do movimento no Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. Entre os alimentos oferecidos à população estão banana, goma, coco, farinha, macaxeira, entre outros gêneros.
A produção tem origem nos 23 assentamentos acompanhados pelo MST no Rio Grande do Norte. A iniciativa tem o objetivo mostrar à sociedade o trabalho realizado pelas famílias assentadas em todo o Estado:
– O MST definiu como meta dos assentamentos a distribuição dos alimentos à sociedade. É para mostrar à população que produzimos muito nos terrenos ocupados”, explica a coordenadora do MST no RN Vanusa de Macêdo.
Segundo ela, o Rio Grande do Norte possui mais de 350 assentamentos espalhados pelo Estado, mas apenas 23 são acompanhados pelo MST.
Os alimentos estão chegando dos assentamentos em ônibus disponibilizados pela Emater e levados para o Centro de Formação e Capacitação Patativa do Assaré, mantido pelo MST no município de Ceará-mirim.
Fundado em 1985 no Rio Grande do Sul, o MST é um dos principais movimentos sociais da América Latina e vem sendo vítima de ataques sistemáticos de setores conservadores da sociedade e da mídia tradicional, que tentam a todo custo criminalizar o movimento. Há deputados e deputadas no Congresso Nacional que defendem enquadrar o MST entre organizações terroristas.
Em 2017, o MST se tornou o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. Foram 27 mil toneladas produzidas em 22 assentamentos diferentes e envolvendo 616 famílias gaúchas.
Outro recorde de produção alcançado pelo movimento envolveu sementes crioulas, em Goiás. Em parceria com o Movimento Camponês Popular (MCP), o MST chegou a 150 toneladas do grão na safra 2016/2017.
Além da iniciativa em Natal mostrar a produção atual à sociedade, a distribuição de alimentos também foi planejada como denúncia ao modelo de governo implantado por Jair Bolsonaro que privilegia a política de agronegócio o país.
Após a feira, os militantes do MST seguem para a concentração do grande ato unificado do Dia Internacional da Mulher que, em 2019, terá como foco “Mulheres contra Bolsonaro, vivas por Marielle e em defesa da Democracia e da Previdência”.
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