ENTREGA
Presidente do BB faz pouco caso da empresa
Em evento no Rio de Janeiro, Rubem Novaes afirmou que a empresa deveria ser privatizada
- Redação Spbancarios
- Publicado em 15/03/2019 18:01

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil / Arquivo
Durante um evento no Rio de Janeiro, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou que a venda de estatais como o BB e a Caixa não está em cogitação, mas disse estar “convencido” de que o Banco do Brasil deveria ser privatizado. Segundo reportagem do G1, Novaes ainda defendeu que o BB, que lucrou mais de R$ 13 bilhões em 2018, estaria “melhor na mão do setor privado”.
“É um absurdo o presidente do banco fazer tão pouco caso da empresa como fez nesta infeliz declaração. O BB, assim como os demais bancos públicos, é um importante instrumento de desenvolvimento para o país, e entregar este patrimônio do povo brasileiro nas mãos da iniciativa privada trará prejuízos para todos”, criticou o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Fukunaga, que também é membro da Comissão de Empresa do BB.
Para se ter uma ideia, o Banco do Brasil é um dos responsáveis por cerca de 70% do volume de créditos concedidos para a agricultura familiar. Segundo dados do Plano Safra 2016-2017, sem os bancos públicos e o Pronaf, os agricultores teriam que pagar até 70% de juros ao ano, o que provocaria encarecimento dos alimentos que chegam à mesa do trabalhados. Com as bancos públicos e Pronaf, a taxa varia entre 2,5 e 5,5% ao ano, em especial para arroz, feijão, batata, tomate, cebola e laranja.
Além disso, a eficiência do Banco do Brasil é comprovada pelos números. Segundo os Relatórios da Administração e Demonstrações Contábeis dos bancos, de 2015, a média de operações de crédito por agência do BB só ficava atrás de outro banco público: a Caixa Econômica Federal. Enquanto o BB apresentou, naquele ano, R$ 125,1 milhões em operações por agência, o Itaú, terceiro colocado no ranking, apresentou R$ 121,3 milhões.
“Isso sem falarmos do Fies, que contribui para a entrada de milhões de estudantes na universidade; ou do fato de o BB e demais bancos públicos estarem presentes em cidades e regiões onde há pouca oferta de agências bancárias, uma vez que as instituições privadas não têm interesse em investir nestas localidades. Tirar este patrimônio das mãos do povo brasileiro é uma afronta àqueles que defendem o desenvolvimento do país e a redução das desigualdades”, completou Fukunaga.
http://spbancarios.com.br/03/2019/presidente-do-bb-faz-pouco-caso-da-empresa
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03 DE DEZEMBRO DE 2018
A quem interessa um privatista no comando do BB
Nome de neoliberal passou a circular na imprensa e foi indicado pelo futuro ministro da economia para a presidência do Banco do Brasil, uma das principais instituições públicas do país, responsável por conceder crédito agrícola acessível
Novaes não esconde sua intenção de privatizar ativos do banco. A ideia seria fazer isso em etapas e por meio do mercado de capitais.
“Aquela fase de privatização em que você direcionava venda para determinados compradores está ultrapassada. A ideia é muito mais usar o mercado de capitais nas operações de privatizações. Não necessariamente serão privatizações totais. IPOs [oferta inicial de ações, na sigla em inglês] e, numa segunda etapa, partir para privatização”, disse o economista em novembro, segundo a Istoé, ao deixar o CCBB, em Brasília, onde a equipe de transição está reunida.
O nome de Novaes passou a circular na mesma semana em que o jornal Valor Econômico noticiou a informação de que a gestão Caffarelli iniciou tratativas para entregar a BB DTVM a uma gestora de recursos norte-americana, em uma transação obscura.
“Caso a informação se confirme, colocar um economista de orientação privatista e neoliberal no comando de um banco público é um forte indicativo de que a próxima gestão pretende fatiar o Banco do Brasil e encolher ainda mais a sua atuação, que já sofre com esse processo de diminuição desde que Michel Temer Tomou o poder”, alerta João Fukunaga, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato os Bancários e funcionário do Banco do Brasil.
“Esse movimento só beneficiará os bancos privados, que terão ainda menos concorrência em um setor já extremamente concentrado e pouco competitivo, o que resulta nos juros e tarifas altíssimos cobrados da população”, acrescenta o dirigente.
Fundamental para a sociedade
Em um exemplo óbvio da importância dos bancos públicos e da ação do Estado na Economia, o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste (BNB) são responsáveis por financiar a agricultura familiar por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que responde por 70% da produção de alimento consumido pelos brasileiros, a juros que variam entre 2,5% e 5,5% ao ano.
Sem essa taxa mais baixa, os agricultores teriam de tomar empréstimos nos bancos privados, que cobram até 70% de juros ao ano, o que, invariavelmente, iria encarecer o custo da comida.
Mas Novaes parece não reconhecer essa atuação. Em artigo de 2015, publicado no jornal Estado de S. Paulo e no site do Instituto Millenium, o economista escreveu que “poucos se dão conta de que a intervenção estatal pode estar criando mais problemas que os que pretende resolver”.
“O movimento sindical vai continuar lutando contra os ataques aos bancos públicos representados pela privatização de ativos, fechamento de agências e planos de demissão. Mas é preciso que os trabalhadores integrem essa campanha, participando dos atos e conscientizado amigos, vizinhos e familiares sobre a importância dos bancos públicos”, conclama João.
http://seebarapoti.com.br/noticia/banco-do-brasil/3-12-2018/a-quem-interessa-um-privatista-no-comando-do-bb
http://seebarapoti.com.br/noticia/banco-do-brasil/3-12-2018/a-quem-interessa-um-privatista-no-comando-do-bb
As definições de ’’raposa tomando conta do galinheiro‘‘ foram atualizadas
26/11/18
Aos poucos o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), vem dando forma a sua equipe e mostrando que a ordem é vender tudo. Nos Bancos Públicos nada mais privatista. Para quem duvidava que os bancos públicos estavam na mira, os futuros presidentes do BB e da CEF são especialistas em enriquecer banqueiro vendendo o patrimônio público. Rubem Novaes do BB já declarou que vai "privatizar tudo que for possível" no Banco. Seu colega Pedro Guimarães na Caixa tem no currículo o comando da privatização do Banespa. Será preciso muita luta e organização dos Bancários destes bancos e dos trabalhadores das demais empresas estatais para impedir a entrega do nosso patrimônio.
O ditado que fala sobre a raposa tomando conta do galinheiro vem sendo atualizado diariamente com as indicações. A luta será árdua.
- Paulo Guedes (ministro da economia) - É um dos fundadores do Banco Pactual – que posteriormente foi comprado e integra hoje o BTG Pactual, um dos maiores do país. Também criou o BR Investimentos, hoje parte da Bozano Investimentos – empresa que investe em ações privadas.
- Joaquim Levy (presidente do BNDES) - foi secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda com FHC, foi secretário do Tesouro Nacional de Lula (2003-2006) e comandou o Ministério da Fazenda com Dilma. Passou quatro anos no cargo de diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos Bradesco. Deixou o posto de diretor-financeiro do Banco Mundial para voltar à administração pública.
- Ilan Goldfajn (presidente do Banco Central)- economista-chefe e sócio do Banco Itaú com trabalhos e publicações sobre metas de inflação e dívida pública. Herança do Governo de Michel Temer.
- Rubem de Freitas Novaes (presidente do Banco do Brasil) - professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), atuou como diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Tem formação acadêmica e profissional semelhante a Paulo Guedes, com passagens pela Universidade de Chicago (EUA), o berço do liberalismo econômico. ‘‘A orientação é eficiência, enxugamento e privatização do que for possível. Vamos buscar bons resultados e tornar o banco cada vez mais competitivo, mas de uma maneira enxuta’’, declarou.
- Pedro Guimarães (predidente da Caixa Econômica Federal) - PhD em economia pela Universidade de Rochester, com especialização em privatizações, tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, com passagem por diversas instituições – como Banco Bozano, Simonsen, Banco BTG Pacutal e Banco Brasil Plural.
Guimarães, sócio do Banco de Investimentos Brasil Plural, foi um dos responsáveis por fazer o levantamento das estatais que poderiam ser vendidas na gestão Bolsonaro. Ele trabalhou com Guedes no BTG Pactual, na época em que o futuro ministro era sócio do Banco de Investimentos.
Para o diretor do SEEB RN, Juvêncio Hemetério, apesar das raposas, é preciso ir para o enfrentamento e lutar para não perder direitos. ‘‘Estado mínino, estatais enxutas para depois privatizar, esse é o modelo. Vamos ao enfrentamento, mas a forma papai-mamãe, previsível da nossa de luta já era. Teremos que radicalizar, seremos taxados de baderneiros, mas é questão de sobrevivência: está em jogo o nosso o salário, o benefício da aposentadoria e o emprego’’, declarou.
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