ANTONIO DONATO: DESIGUALDADE É O PRINCIPAL PROBLEMA DE SÃO PAULO

"A gente tem que avaliar os governantes, pela minha ótica, se ele agravou a desigualdade na cidade ou diminuiu., esse é o grande marco que a gente tem para avaliar a atuação dos governantes. A gestão Dória-Covas aprofundou a desigualdade em São Paulo, por isso é uma gestão que precisa ser derrotada a todo momento e inclusive no momento eleitoral quando se apresentar em 2020", diz o vereador Antonio Donato, em entrevista à TV 247
21 DE ABRIL DE 2019 ÀS 11:39
247 - O vereador Antonio Donato (PT-SP) afirmou que a cidade de São Paulo tem como principal problema a desigualdade social e que os governos do ex-prefeito João Doria e do atual prefeito Bruno Covas agravaram esse aspecto.
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O vereador classificou a desigualdade de São Paulo como regional. "A desigualdade é o principal problema da cidade, na cidade de São Paulo ela se concentra com muita violência. É uma desigualdade regional, as periferias espalhadas nas bordas das cidades, os pobres jogados para as margens, ainda que existam ilhas de pobreza no centro e até em alguns bairros ricos. Paraisópolis no meio do Morumbi é o símbolo maior dessa desigualdade, alta renda convivendo com uma situação precária em uma favela enorme".
Donato acredita que a desigualdade é um critério importante para avaliar o desempenhos dos governos. "A gente tem que avaliar os governantes, pela minha ótica, se ele agravou a desigualdade na cidade ou diminuiu., esse é o grande marco que a gente tem para avaliar a atuação dos governantes. A gestão Dória-Covas aprofundou a desigualdade em São Paulo, por isso é uma gestão que precisa ser derrotada a todo momento e inclusive no momento eleitoral quando se apresentar em 2020".
O vereador listou uma série de medidas que prejudicaram os moradores da maior cidade do país, começando pelo antigo programa Leve Leite, cortado por Doria. "A cidade de São Paulo não vive uma crise fiscal como outros entes federativos, tem dificuldades mas não vive essa crise fiscal, mas o Doria assumiu com dois eixos de discurso: que a cidade tinha um déficit enorme, que ele inventou, de R$ 7,5 bilhões, e na verdade o Haddad deixou R$ 5,4 bilhões em caixa, e que por conta desse déficit era necessário privatizar e cortar serviços. Onde se corta serviços? Dos mais pobres, é mais fácil. A primeira grande ação do Doria foi cortar um programa antigo que era o Leve Leite, dava dois quilos de leite para cada criança nas escolas, ele dava leite para 904 mil crianças, hoje entrega para menos de 200 mil. Economizou uns R$ 300 milhões tirado dos pobres".
Outro aspecto citado por Donato foi transporte escolar gratuito, também reduzido pelo ex-prefeito. "Diminuiu o transporte escolar gratuito que atendia mais de 100 mil crianças e hoje já tem menos de 60 mil. Ou seja, aquela família tem que pagar para uma van particular levar a criança. Para dar acesso à educação aquela família tem que tirar R$ 150 do orçamento de R$ 1 mil ou R$ 1,5 mil, pesa muito".
No campo da assistência social, o vereador também apontou corte. "Na assistência social, que funciona basicamente com convênios com entidades de igreja e associações, são 1,2 mil convênios para cuidar de atendimento a idoso, população de rua, criança e adolescente, e teve um aperto no orçamento e corte de serviços".
No atual governo, de Bruno Covas, Antonio Donato criticou o aumento da tarifa do transporte público acima da inflação. "Primeiro no transporte público, aumentou a tarifa além da inflação. Foi de R$ 4 para R$ 4,30, a inflação de 3,5% e o aumento de 7%. 3,5% tirou do povo, é mais de R$ 300 milhões essa diferença, então, se a gente juntar, tirou do povo mais de bilhão. Você dificulta o acesso ao transporte".
Ainda sobre transporte público, Donato lembrou a limitação do número de viagens pelo Vale-Transporte, implementada por Covas, que dificulta a vida do trabalhador. "Ele inventou de limitar o número de viagens do Vale-Transporte para apenas duas integrações com o argumento de que os patrões vão pagar. Mentira, tem 1 milhão de desempregados, aquele trabalhador com emprego de baixa qualificação, que mora no fundão da M'Boi Mirim não consegue chegar no Brás sem 3 conduções, e o que o patrão vai fazer quando tiver que pagar R$ 200 a mais para terceira integração? Ele vai trocar de empregado para um empregado que mora mais perto. Aliás, o Bilhete Único quando criado teve esse efeito enorme de democratizar o trabalho porque quem morava mais longe era preterido nas vagas de emprego porque precisava de mais integrações por conta do patrão ter que bancar".
Na visão do vereador, Covas prejudicou também a assistência social, assim como o ex-prefeito João Doria. "Tem agora um decreto recente que fala de três áreas: corte de contratos ou serviços para assistência social, saúde e lixo. Em especial a assistência social, as entidades que têm convênio, para quem conhece, o convênio já não dá. A entidade faz bingo, feijoada, noite da pizza, bazar... para completar o aporte de recursos para manter aquele serviço funcionando. E agora vem um decreto para cortar aí. Por que não cortar dos tubarões do transporte?".
Antonio Donato acredita que Doria e Covas têm a mesma linha política de privatizar e precarizar serviços. "O Covas, apesar de não ter o mesmo histrionismo do Dória e a mesma marquetagem, no essencial ele aplica o mesmo problema, ainda que ele fique dando piscadinhas para centro e centro-esquerda. Na prática o que o governo faz é o mesmo programa: tentar privatizar, não estão conseguindo mas tentam, e precarizar os serviços, o nosso embrionário estado de bem-estar social que está sob ataque no Brasil e também na cidade de São Paulo".
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