24 de abr. de 2019

Descentralização do Samu atrasou pelo menos três atendimentos que resultaram em mortes nos últimos cinco dias. - Editor - FECHAMENTO DE 31 BASES DO SAMU, CRIAM MAIOR RISCO DE MORTES.


18/04/2019
Descentralização do Samu atrasou pelo menos três atendimentos que resultaram em mortes nos últimos cinco dias

Pacientes chamaram o serviço, mas ambulâncias não conseguiram chegar em tempo hábil. Uma delas porque o vigia da unidade de saúde perdeu a chave do portão

SIMESP
Nos últimos cinco dias, entre 13 e 18 de abril, pelo menos três pessoas morreram na cidade de São Paulo após chamarem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e não terem sido atendidas em tempo hábil, segundo denúncias recebidas pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp). Os atendimentos poderiam ter sido feitos mais rápido caso o projeto de “descentralização” do Samu, promovido pela prefeitura visando fechar 31 bases modulares, não tivesse sido implementado.

A base fechada na qual a equipe foi realocada no Hospital do Campo Limpo não conseguiu atender a um dos chamados na manhã de hoje porque o vigia do local perdeu a chave do portão. Também hoje, a equipe realocada no Hospital do Tatuapé demorou mais que o habitual para atender um paciente eletrocutado porque a saída estava bloqueada para reabastecimento do tanque de oxigênio do local. A outra ocorrência não atendida a tempo aconteceu no sábado, dia 13 de abril, pois o paciente era morador vizinho a uma base que foi desativada, no jardim Sarah, e a ambulância mais próxima que o atendeu estava a 16 km do local.

De acordo com o diretor do Simesp, Gerson Salvador, a situação demonstra que os impactos negativos da descentralização aos cidadãos já podem ser sentidos. “A chance de sobrevivência a uma parada cardiorrespiratória diminui cerca de 10% por minuto sem assistência. As mudanças impostas pela prefeitura aumentam o tempo de resposta a casos graves, isso tende a aumentar os índices de complicações e mortes.”

Como já havia sido denunciado pelo Simesp à Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e ao Ministério Público (MP), o fechamento de 31 bases modulares do Samu, como prevê a Portaria 190/2019, deverá aumentar o tempo-resposta dos atendimentos e poderá gerar piora na assistência das pessoas, resultando em perdas de vidas. Os médicos se posicionam contra essa Portaria, que a prefeitura denomina de descentralização e o Simesp entende como desmonte.

Poder público acolhe denúncias
O Ministério Público (MP) agendou para o dia 22 de abril uma reunião de trabalho para investigar o desmonte do Samu, após receber denúncia do Simesp.

A Câmara Municipal também acatou a queixa do Simesp e de demais entidades e divulgou moção em solidariedade aos funcionários do Samu no dia 2 de abril. No dia 27 de março o diretor do Simesp, Gerson Salvador, havia participado de reunião de trabalho na Câmara sobre o desmonte do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), com a presença dos vereadores Juliana Cardoso, Gilberto Natalini e Celso Giannazi.
 
O vereador Celso Giannazi protocolou pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com o mesmo intuito da reunião do MP e também apresentou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 16/2019, que pretende suspender a Portaria 190.


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