8 de jun. de 2019

CUCA, O TÉCNICO DO SÃO PAULO, FOI CONDENADO POR ESTUPRO NA SUÍÇA. - Editor - O MACHISMO QUE ESTIGMATIZA AS VÍTIMAS. DEBAIXO DESSE TAPETE, TEM MUITOS CASOS ESCONDIDOS. ALGUNS SÃO DE "HERÓIS"

CUCA, O TÉCNICO DO SÃO PAULO, FOI CONDENADO POR ESTUPRO NA SUÍÇA

A vítima tinha apenas 13 anos! É sempre bom lembrar que o consórcio futebol-mídia vive "passando o pano" nos atletas acusados de estupro

Página 3 do Jornal Mulherio, de 1987
Página 3 do Jornal Mulherio, de 1987
Cuca, atual técnico do São Paulo, foi preso e condenado na Suíça, pelo estupro de uma menina de 13 anos
Cuca, atual técnico do São Paulo, foi preso e condenado na Suíça, pelo estupro de uma menina de 13 anos
Em julho de 1987, durante excursão do Grêmio à Europa, os jogadores Cuca (atual técnico do São Paulo), Henrique, Fernando e Eduardo foram presos em Berna, na Suíça, acusados de estuprar uma menina de apenas 13 anos.
Eles ficaram 28 dias detidos. Dois anos depois, foram condenados pela Justiça daquele país, mas cumpriram a pena em liberdade.
Jornalistas Livres republicam hoje texto produzido originalmente para o jornal feminista “Mulherio”,  que surgiu em 1982 e resistiu até 1989. A reportagem veio a público em outubro de 1987, na edição 33 do “Mulherio”, que tinha a poeta Adélia Prado na capa.
As autoras do texto, as professoras e antropólogas Mirian Grossi e Carmen Rial, fazem uma impressionante descrição da recepção de torcedores aos jogadores acusados de estupro na Suíça, quando de sua chegada ao Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre. A cena é digna de aparecer no filme Dogville (2003), do cineasta dinamarquês Lars Von Trier. Só que, em vez de alegoria sinistra da crueldade, tratava-se da vida real.
Em 2014, Bolsonaro afirmou, na Câmara e em entrevista a jornal, que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada porque ele a considerava “muito feia” e porque ela “não faz” seu “tipo”.
O texto das antropólogas, que neste ano completa 32 anos, é de uma atualidade perturbadora quando menciona o papel da grande imprensa na narrativa sobre o estupro-estupradores-futebol . E precisa ser relido, nestes tempos de criminalização da mulher que denuncia:
Página 3 do Jornal Mulherio, de 1987
Página 3 do Jornal Mulherio, de outubro de 1987 — veja abaixo a reportagem completa do jornal “Mulherio”
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