3 de jun. de 2019

Governos militares atrasaram o Brasil. - Editor - A DEMOCRACIA É BEM MELHOR QUE AS DITADURAS SANGRENTAS..O MUNDO ESTÁ FARTO DISSO.

Governos militares atrasaram o Brasil


Por Alex Solnik para Jornalistas pela DemocraciaNão importa se eleitos ou impostos pela força, governos comandados por militares são, na sua essência, governos militares, como ocorre com o governo atual. Bolsonaro foi eleito pelo voto direto, não usa farda, mas seus anos no exército e suas declarações não deixam dúvida que é um militar que há 30 anos veste terno, mas usa por baixo uma farda de capitão.
Este é o décimo governo militar da História do Brasil. O primeiro, o de Deodoro da Fonseca acabou em dois anos. Ele fechou o Congresso e dois meses depois teve de renunciar. Subiu o seu vice, Floriano Peixoto, o segundo presidente militar. Seu governo foi tido como ditadura, assim como o anterior, com estado de sítio, censura à imprensa e desrespeito aos direitos civis.
O terceiro governo militar foi o do marechal Hermes da Fonseca. Sobrinho de Deodoro e seu ex-capanga, apesar de eleito pelo voto direto em 1910 também levou o Brasil rumo à ditadura, censurando a imprensa e decretando estado de sítio.
Mesmo quando não governavam diretamente os militares ditaram os rumos do país. Generais colocaram Getúlio Vargas no poder em 1930. Militares o ajudaram a dar o golpe de estado em 37 e foram eles que o apearam do poder em 1946.
Nesse ano, o marechal Dutra foi o segundo militar eleito pelo voto popular, confirmando a má influência dos militares na vida política do Brasil.
O presidente seguinte, o próprio Getúlio, agora eleito sentiu, em 1954 na pele a força dos generais. Eles o pressionaram a renunciar, o que só não se deu porque ele deu um tiro no coração a 24 de agosto.
Os anos seguintes também foram tumultuados graças aos militares. Rebeldes da Aeronáutica tentaram impedir, à força, a posse de Juscelino Kubitcheck. Ele assumiu e governou, apesar de forte oposição de Carlos Lacerda, mas o tacão militar nunca se afastou do poder.
Em 1961, quando Jânio renunciou, generais impediram a posse de seu vice legítimo, João Goulart, apesar de o país estar em plena democracia.
Voltaram a interferir três anos depois, depondo Goulart e dando início a uma ditadura que durou 20 anos.
Os últimos 11 anos do século 19 e 85 do século 20, 96 anos, portanto, vivemos sob influência, tutela ou comando de militares. Foram períodos de enorme instabilidade política. Mesmo governos civis do início do século 20 transcorreram sob estado de sítio e revoltas militares. Eclodiram conflitos armados, de grandes e pequenas proporções, em 1922, 24, 30, 32, 35, 37, 56, 61, 64.
Civis, todo mundo sabe, não têm armas para fazer revoluções, quem as faz é quem tem acesso a elas. Não há estudos mostrando a relação entre instabilidade política e governos militares e a influência da instabilidade sobre os números pífios da economia. Mas ninguém pode negar que instabilidade política é inimiga dos negócios.
Militares são educados para comandar exércitos e não países. Sempre que isso aconteceu o país perdeu. Educados nos quartéis, eles ou recebem ou dão ordens. E elas não podem ser discutidas. Quando as recebe do superior, devem cumpri-las; quando dão ao subalterno, exigem que ele as cumpra. Não há democracia nos quarteis, há hierarquia.
Por isso os governos comandados por militares instauraram climas de ou se transformaram em ditaduras e atrasaram e atrasam o progresso do país. A ditadura militar de 64 impediu o acesso do Brasil aos avanços da informática, provocando um atraso de 30 anos cujas consequências ainda são sentidas. Como também desmontou a educação pública brasileira, em alta nos anos 60, comprometendo o futuro e dando início à fuga de cérebros até hoje presente. E teve de sair de cena e cena esmagada pela inflação galopante que não sabia evitar.
Governos militares sempre foram sinônimos de repressão política, violência, conflitos internos ou externos, censura às artes e à imprensa e desastre econômico.
Estamos assistindo ao mesmo filme pela décima vez.
apagão" e "O domador de sonhos"

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