17 de jun. de 2019

Panorama da indústria de transformação mundial. - Editor - OS GOLPISTAS, INSEREM O BRASIL NOVAMENTE, NO PROCESSO COLONIALISTA DE FORNECEDOR DE MATÉRIA PRIMA - PRIMÁRIA - ACABANDO, COM INOVAÇÃO,CIENCIA, TÉCNOLOGIA, PEQUISA E EDUCAÇÃO . NÃO PODEMOS SILENCIAR. RESISTIR É PRECISO.

Panorama da indústria de transformação mundial

De acordo com o relatório anual da UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial), em 2018, a indústria mundial cresceu 3,6%, arrefecendo o ritmo de crescimento em relação ao ano anterior (3,8%), em dólares constantes de 2010 (unidade de medida de referência). 
Segundo a organização, esta desaceleração deveu-se ao aumento das incertezas associadas ao protecionismo dos EUA e da China. Apesar disso, a produção de manufaturas chinesas manteve um patamar expressivo de crescimento: 6,2% (0,4 p.p. abaixo de 2017), enquanto os EUA fugiram à regra e assinalaram ganho de velocidade, passando de 1,9% em 2017 para 3,1% em 2018.
No mundo, a pequena desaceleração do valor adicionado da indústria de transformação (VTI) médio foi obervada tanto nos grupos de economias emergentes e em desenvolvimento (de 4,1% em 2017 para 3,8% em 2018), como nas economias industrializadas (de 2,6% para 2,3%). Neste último grupo, a redução da taxa de crescimento foi sentida na União Europeia (de 3,5% para 2,6%) e nas economias asiáticas (como Japão, Coreia, Singapura, Malásia, de 3,1% para 1,9%), mas não foi o caso da América do Norte, que avançou de 2,0% para 2,9% de 2017 para 2018. 
Já nos países emergentes e em desenvolvimento, alguns asiáticos protagonizaram crescimento alto e sustentado, como Índia (de 7,2% em 2017 para 8,2% em 2018), Paquistão, Bangladesh, Tailândia, Indonésia, Vietnã e Filipinas, mas também foi o caso de alguns europeus, como Hungria, Eslováquia e Polônia. 
Contudo, a maioria das indústrias dos emergentes e em desenvolvimento arrefeceu o ritmo de expansão, sendo os exemplos mais notáveis além da China, a Turquia, República Tcheca, Estônia, Eslovênia e Romênia. Foi igualmente o caso da grande maioria dos países latino-americanos. Nesta região, chamam a atenção as taxas negativas de variação anual do valor adicionado da indústria de transformação no Brasil (-0,4% em 2018, melhorando em relação a -1,2% em 2017), Porto Rico (-2,1%), Argentina (-4,7%) e Venezuela (-19,6%).  
Em 2018, a distribuição do VTI mundial manteve-se bastante semelhante à de 2017, pois nos dois anos os 15 maiores produtores respondiam por 78% do total e não houve expressiva variação dos nomes na lista. China manteve-se em primeiro lugar, seguida por EUA, Japão, Alemanha, Índia, Coréia do Sul, Itália, França, Brasil, Indonésia, Rússia, Reino Unido, Turquia, México e Espanha. 
O Brasil conseguiu permanecer no rol dos dez maiores parques industriais do mundo. Ocupou novamente a 9ª posição, mas nem por isso deixou de perder participação no VTI mundial. A indústria de transformação brasileira, que chegou a responder por 2,81% da indústria global, não passou de 1,9% em 2017 e regrediu para 1,83% em 2018. 

Desempenho mundial dos setores industriais

Além da evolução do agregado da indústria de transformação no mundo, mas também em diferentes regiões e países, os dados da UNIDO permitem igualmente avaliar sua composição setorial. Neste caso, porém, há uma defasagem maior das informações mais recentes, que vão apenas até 2017.
Setorialmente, os dados da Unido mostram que as indústrias de alta e média-alta tecnologia continuam liderando a expansão mundial do VTI, mantendo-se como principal destaque veículos automotores, com crescimento de 4,3% entre 2010-2017, versus recúo de 2% entre 2005-2009. 
Em 2010-2017, vale notar também o crescimento de computadores, eletrônicos e equipamentos óticos (4,1% na média anual), farmacêuticos (3,2%), produtos minerais não-metálicos (3,1%) e metais básicos (3,0%) – sendo que estes e todos os demais setores apresentaram performance superior ao do quinquênio 2005-2009. Somente impressão e publicação (-0,5%) apresentou variação negativa do VTI no período 2010-2017.
Considerando os grupos de países, nota-se que as taxas de crescimento das divisões industriais são mais elevadas (a maioria de dois dígitos) nos países menos desenvolvidos, seguidos por outros países em desenvolvimento e pelas economias emergentes e industriais (EIE). Contudo os dois primeiros grupos de países apresentam reduzida parcela do VTI mundial. Nas EIE, que chegam a responder por mais de 60% do VTI mundial de algumas divisões de baixa tecnologia, como vestuário e têxteis, o maior crescimento médio anual do VTI entre 2010 e 2017 se deu em farmacêuticos (4,8%), químicos (3,4%), veículos automotores (2,8%), produtos minerais não-metálicos (2,7%). 
Já as economias industrializadas, principais produtoras da maior parte das divisões manufatureiras, cresceram principalmente a partir das indústrias de alta e média-alta tecnologia, das quais são líderes mundiais. Assim, a expansão de 3,5% entre 2010 e 2017 de veículos automotores, lhes rendeu uma parcela de 63% do VTI mundial, embora menor do que em 2010 (67,5%). Também destacaram-se neste grupo de países as taxas de crescimento de computadores, eletrônicos e produtos óticos (2%), farmacêuticos (1,4%), borracha e produtos plásticos (1,4%) e produtos da madeira (1,4%). 
Recentemente, elevou-se a importância das indústrias de alta e média tecnologia no valor adicional mundial total das manufaturas, tanto nos países desenvolvidos quando nos em desenvolvimento e menos desenvolvidos. 
Embora alimentos continue sendo a principal indústria de transformação mundial, com 10,7% da parcela do VTI dos países desenvolvidos e 12,2% nos países emergentes e em desenvolvimento, o setor de computadores, eletrônicos e produtos óticos tornou-se a segunda maior indústria nos países desenvolvidos (7,3% do VTI em 2005 e 10,1% em 2017) e a quarta no grupo dos emergentes e em desenvolvimento (5,5% e 7,7%, respectivamente).
Máquinas e equipamentos (9,9%) detiveram em 2017 a terceira maior parcela do VTI total nos países desenvolvidos, seguidas por veículos automotores (9,3%), químicos (7,8%) e produtos de metal (7,8%). Nos países em desenvolvimento e emergentes, além de alimentos e computadores, também se destacam metais básicos (9,9%), químicos (8,8%) e veículos automotores (7,3%).
Entre os países líderes em cada indústria de transformação mundial, prevalece a China, que esteve entre os 3 primeiros em todas as 22 divisões industriais e na 1ª colocação em 11 delas em 2017. Os Estados Unidos também estão entre os 3 principais na maioria das divisões de manufaturados (exceto couro e vestuário), liderando 10. Japão lidera apenas veículos auto-motores e carroceiras, desde 2010. 
Os países em desenvolvimento e emergentes aparecem mais no ranking dos maiores produtores de bens de baixa tecnologia ou processados de recursos naturais. Assim, atentando-se somente para esse grupo de países, exceto China, a Índia foi líder de 5 indústrias (têxteis, coque e petróleo refinado, farmacêuticos, metais básicos, máquinas e equipamentos e outros equipamentos de transporte), Indonésia de 4 (alimentos, couro, impressão, borracha e produtos plásticos) e México de 3 (bebidas, veículos automotores, outros manufaturados).
O Brasil, juntamente com a Polônia, foi líder em apenas de 2 setores no ranking dos emergentes e em desenvolvimento. No caso brasileiro, nos setores de produtos de madeira, e papel e celulose, enquanto no caso polonês nos setores de produtos de metal e móveis. 

A indústria de transformação do Brasil no quadro mundial

Tomado pela UNIDO como uma Economia Industrial Emergente de renda média-alta, o Brasil ocupava, em 2018, a 35ª posição no ranking de competitividade industrial (Competitive Indústrial Performance Index), o qual contempla 150 países, perdendo duas posições em relação ao ano anterior. O valor adicionado das manufaturas em 2018 representou 10,8% do PIB brasileiro, tendo sido 14,3% em 2005. Enquanto o VTI decresceu em média 2,1% ao ano entre 2010 e 2018, o PIB ficou estagnado. O VTI per capita caiu de US$ 1353 em 2010 para U$ 1175.
Embora o VTI per capita brasileiro ainda seja superior ao do grupo de países em desenvolvimento e emergentes, suas trajetórias de desenvolvimento são opostas. Enquanto no Brasil o VTI caiu 15%, no grupo ele quase dobrou, chegando a cerca de US$ 960. Assim, de 2005 a 2018 o crescimento do VTI do Brasil esteve abaixo da média do grupo de países emergentes e em desenvolvimento e também da média mundial – especialmente entre 2010 e 2018. Da mesma forma, a participação da indústria de transformação no PIB manteve-se sempre inferior às médias dos países emergentes e em desenvolvimento e do mundo. 
Em 2017, a distribuição do VTI brasileiro concentrava-se em alimentos (22,6%), produtos químicos (14,4%), máquinas e equipamentos (7,8%), veículos automotores (6,2%), metais básicos (6,2%) e coque e petróleo refinado (6,2%). Estes três últimos setores, no entanto, detinham uma parcela maior do VTI no Brasil em 2005 do que em 2017. 
Já em termos de emprego, as divisões industriais mais empregadoras em 2017 eram praticamente as mesmas que as produtoras, como alimentos (24,6%), químicos (7,5%), máquinas e equipamentos (7,5%), veículos automotores (5,9%), porém incluíam vestuário (7,8%). Metais básicos (3,3%) e coque e petróleo refinado (0,8%) apresentaram importância na composição do emprego bem inferior à do VTI. 
Em dólares, o salário anual dos empregados na indústria de transformação esteve em geral abaixo dos níveis médios mundiais, de US$ 13 mil em 2017 (cerca de US$ 1 mil ao mês). Alcançaram em 2017 montantes superiores nas indústrias do petróleo (US$ 78 mil), veículos automotores (US$ 21 mil), outros equipamentos de transporte (US$ 21 mil) e metais básicos (US$ 20 mil). Contudo, os salários por empregado ficam em cerca de US$ 500 ao mês nas indústrias têxteis e de vestuário. Vale notar que de 2005 para 2017 a parcela dos salários no valor adicionado total de cada indústria aumentou bastante, principalmente em coque e petróleo refinado, veículos automotores e metais básicos, chegando a representar mais de 50% em têxteis, vestuário, móveis, equipamentos elétricos, veículos automotores e outros equipamentos de transporte. 
Por fim, em 2017 o Brasil continuava figurando entre os 15 principais produtores mundiais da indústria de transformação, exceto farmacêuticos e computadores, eletrônicos e produtos óticos. O país se destaca nos seguintes setores: couro (4º lugar), alimentos (5º), bebidas (5º), coque e derivados do petróleo (5º) e papel e produtos do papel (5º lugar). De 2016 para 2017, chegou a melhorar algumas posições no ranking de bebidas (de 6º para 5º), metais básicos (de 9º para 7º) e produtos da madeira (de 9º para 8º). Contudo, perdeu colocações em móveis (9º para 10º), máquinas e equipamentos (10º para 12º), impressão e publicação (de 8º para 12º), outros equipamentos de transporte (12ª para 13ª) e produtos de metal (de 12º para 15º lugar). 

ANEXO ESTATÍSTICO

Anexo Estatístico - Clique aqui para mais dados
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