29 de agosto de 2019
A anistia que foi feita amnésia

Do Rio de Janeiro
Ontem completou 40 anos da Lei de Anistia no Brasil. Promulgada na terça-feira, 28 de agosto de 1979, após intensas negociações entre a sociedade civil, políticos e militares, era uma anistia injusta, mas a única possível quando o derretimento de uma ditadura perversa estava apenas começando.
Por que injusto? Seria imprescritível garantir a impunidade dos agentes do Estado - militares e civis - que praticavam crimes que, de acordo com a jurisprudência que surgiu nos tribunais de Nühremberg que julgavam as barbáries nazistas: tortura, seqüestro, estupro, assassinato, desaparecimento.
Assinado pelo último ditador do regime que durou de 1964 a 1985, um general chamado João Batista Figueiredo, que amava mais os cavalos do que as pessoas (ele provavelmente se sentiu mais bem identificado com as cavalgadas), permitiu que milhares de exilados retornassem ao Brasil. e libertou várias centenas de presos políticos. Graças à anistia, líderes importantes voltaram à cena, como Leonel Brizola, Miguel Arraes, Luis Carlos Prestes e Darcy Ribeiro, que são mais necessários do que nunca.
Depois de quarenta anos, o Brasil tem uma experiência perversa.
Pela omissão covarde e cúmplice das mais altas instâncias judiciais desta minha pobre e devastada terra, somos o único país da América - o único! - isso traz a vergonha de não ter punido um torturador único e miserável.
Um país no qual, seguindo essa mesma omissão, Lula aprisionou e um presidente de extrema direita que defende a ditadura e a tortura.
Os juízes são outros, mas a omissão ultrajante e ultrajante é a mesma.
Somos presididos por uma aberração itinerante chamada Jair Bolsonaro, que reitera todos os dias que um dos símbolos mais miseráveis e impuros da época, o coronel torturador Carlos Brilhante Ustra, é seu ídolo.
Vivemos dias e noites de nojo, desamparo, indignação e medo em uma terra cada vez mais naufragada.
Vivemos em um país que não tem memória. Que ele preferia a amnésia pelo puro e nojento medo de se encarar no espelho e ver a imagem projetada não apenas pela derrocada da esperança e do futuro, mas também pelo revés mais absoluto em todos os aspectos da vida.
A imagem daqueles que escolheram um psicopata que nos leva ao colapso moral e ético.
País pobre e perdido, mas o meu.
Será que vamos nos levantar daquele mar de lama?
tradução literal via computador.
0 comentários:
Postar um comentário