22 de ago. de 2019

COMUNIDADE QUILOMBOLA ENGENHO DA PONTE, NO RECÔNCAVO BAIANO, É TEMA DE EXPOSIÇÃO. - Editor - É A VALORIZAÇÃO DAS RAÍZES.

COMUNIDADE QUILOMBOLA ENGENHO DA PONTE, NO RECÔNCAVO BAIANO, É TEMA DE EXPOSIÇÃO



ANDERSON SOTERO
Publicado em 22 de ago de 2019

Crédito: Sara Nacif
A comunidade quilombola Engenho da Ponte, no Recôncavo Baiano, e o seu cotidiano são tema de uma exposição fotográfica em cartaz na Alma Fine Art Galery, em Salvador (Rio Vermelho). Batizada de “(R)Existência”, a mostra retrata a herança cultural africana e tradições do quilombo.
Em cartaz até o próximo 19 de setembro, a exposição tem fotos dos fotógrafos Adalton Silva, Carlos Machado, Iara Oliveira, Márcia Pinheiro, Monic Grappi, Rejane Alice e Sara Nacif, com curadoria de João Machado.
Segundo os organizadores, o objetivo é “mostrar as memórias, histórias e o cotidiano da comunidade quilombola”. “Muitas dessas comunidades lutam para manter os registros de suas terras, protegerem seu povo, legado e tradição. O trabalho ajuda na função de registrar a realidade quilombola, as casas de pau-a-pique, as pessoas, os costumes, as brincadeiras de infância e a religiosidade”, afirmou o fotógrafo Adalton Silva.
O principal desafio encontrado foi “buscar conhecer nuances, os detalhes, para retratar o cotidiano dessas pessoas e contar a história do lugar, distante de um olhar estereotipado”, acrescentou.


Crédito: Márcia Pinheiro
O curador João Machado disse, em entrevista para o portal Mídia 4P, que buscava lugares relevantes, com bastante conteúdo.
“Depois que percorri a região do recôncavo, uma semana antes, em busca de cenários, me deparei com um caminhão que transportava bambus. Bastou cinco minutos de conversa com o motorista do caminhão para saber onde ficava a comunidade a Engenho da Ponte e o que iríamos encontrar lá. Nosso objetivo foi ser aceito e criar um laço de confiança junto aquelas pessoas para registrar seu cotidiano”.
Para a fotógrafa Sara Nacif, é importante retratar a resistência de comunidades quilombolas num país com crescente intolerância e violência contra grupos minorizados. “Só reforçando as tradições, os rituais, as festas e a forma de ser quilombola que é possível avançar. A cultura e as tradições são fundamentais marcadores de identidade. Esses lugares de resistência, como o quilombo, só persistem e resistem porque tem a identidade muito marcada”, ressaltou ela, em conversa com o Mídia 4P.


Crédito: Carlos Machado
“A importância dessa exposição é dar visibilidade à causa quilombola, principalmente porque o material que será exposto estará veiculado em várias mídias. As imagens têm a capacidade de tornar mais pungente uma situação do que uma mera descrição. Ver é sempre mais impactante. Com isso poderemos mostrar as dificuldades pelas quais passam e reverter em benefícios para eles”, acrescentou.
O horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h e aos sábados, das 09h às 12h. A entrada é gratuita. A Alma Fine Art Galery fica localizada na Travessa Bartholomeu de Gusmão, 13.
http://midia4p.com/comunidade-quilombola-engenho-da-ponte-no-reconcavo-baiano-e-tema-de-exposicao/
Share:

Related Posts:

0 comentários:

Postar um comentário