22 de ago. de 2019

LIDERANÇAS DO CANDOMBLÉ VÃO A BRASÍLIA PARA ENTREGAR AO MPF ABAIXO-ASSINADO CONTRA LIVRO DE EDIR MACEDO. - Editor - ÓDIO E RACISMO RELIGIOSO É DEMAIS

LIDERANÇAS DO CANDOMBLÉ VÃO A BRASÍLIA PARA ENTREGAR AO MPF ABAIXO-ASSINADO CONTRA LIVRO DE EDIR MACEDO



DA REDAÇÃO 4P
Publicado em 22 de ago de 2019

Religiosos de matriz africana estão em mobilização para entregar, no próximo dia 28, quarta-feira, em Brasília, às 15h, mais de 25 mil assinaturas ao procurador regional federal Rafael Ribeiro Nogueira Filho, responsável pelo acompanhamento do processo que pede o impedimento da circulação e da venda do livro do bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) Edir Macedo ‘Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios’.
O grupo, que tem representações de Estados como Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Brasília, Goiás e outros, irá pedir ao procurador que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste no processo, que está em fase de recurso.
A republicação do livro do bispo da Igreja Universal aconteceu no último dia 2 de agosto, justamente na época em que cresce de forma intensa no noticiário informações de ataques violentos e terroristas contra terreiros de candomblé e umbanda em todo o Brasil.
No Rio de Janeiro, onde o fenômeno mais é registrado, o Bonde de Jesus, grupo de traficantes evangélicos, tem aterrorizado religiosos afro-brasileiros, destruindo templos e agredindo sacerdotes e filhos de santo.
ataque a terreiros de umbanda e candomblé, recentemente, na Baixada Fluminense foi praticado por esse grupo. Oito traficantes foram presos, acusados de integrar o “bonde” responsável pelos ataques. A estimativa é de que 200 terreiros estejam sob ameaça.
De acordo com as investigações, a relação entre criminosos e religiosos ocorreu após a cúpula do TCP ter sido convertida por uma igreja neopentecostal. “A situação de intolerância sempre existiu, mas tivemos uma piora quando indivíduos ligados à cúpula de uma facção resolveram se converter”, afirmou o delegado da Decradi, Gilbert Stivanello.
“Eles distorcem a doutrina religiosa e agridem outras religiões, sobretudo as de matriz africana”, afirmou Stivanello.

ABAIXO-ASSINADO

Cinco instituições do movimento negro brasileiro (a Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu – ACBANTU, o Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira – CENARAB, o Coletivo de Entidades Negras – CEN, o Fórum Permanente das Religiões de Matrizes Africanas (FOAFRO) e o Movimento Negro Unificado – MNU) são os responsáveis pelo abaixo-assinado que será entregue em Brasília.
Depois do encontro com o Ministério Público Federal, em ato jurídico formal, o representante legal do grupo fará ao TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), onde corre a ação contra o livro de Edir Macedo, um requerimento de intervenção para assistência, com a finalidade de defender o ponto de vista dos povos de terreiros no processo judicial.
A ideia, de acordo com os organizadores, é afirmar que o relançamento do livro neste período de violenta atmosfera de ódio religioso, potencializa e fomenta os ataques.
Para o presidente da ACBANTU, Raimundo Komannanji, a mobilização dos povos de terreiro é essencial para impedir que outros casos de racismo religioso aconteçam. Para ele, o livro de Edir Macedo fomenta essa prática.
“Chegou a hora de nós colocarmos em prática o que falamos todos os dias, juntando forças para defender nosso povo de quem quer violar nossos direitos e manchar um passado milenar. Chega de invasão aos nossos territórios. Temos que pedir que esse livro maldito que semeia mentira não seja propagado com os horrores que foram escritos ali”, afirmou o líder religioso ao portal Mídia 4P.
O historiador Marcos Rezende, ogã de Ewá e ojuobá da Casa de Oxumaré e coordenador de relações internacionais do Coletivo de Entidades Negras, frisou que a mobilização tem o objetivo de apresentar como o ódio religioso divulgado por meio de publicações como essa tem causado violências extremas contra o povo de santo, chegando até a incêndios criminosos e destruição de imagens sagradas em terreiros pelo Brasil.
“O que nós estamos fazendo é defender o nosso direito de existir, de cultuar as energias da natureza que cultuamos, de escolher a religião que queremos ter. É preciso que isso seja respeitado e é função do Estado garantir que esse respeito exista, que o direito dos povos de terreiro sejam garantidos pela lei. Então essa é uma mobilização vital para nós”, disse.
http://midia4p.com/liderancas-do-candomble-vao-a-brasilia-para-entregar-ao-mpf-abaixo-assinado-contra-livro-de-edir-macedo/

PARA ASSINAR O ABAIXO-ASSINADO, CLIQUE AQUI

Share:

Related Posts:

0 comentários:

Postar um comentário