30 de set. de 2019

Em entrevista ao Vozes Latinas, presidenta das Mães da Praça de Maio dá aula de política e de vida e manda recado a Lula; vídeo

Em entrevista ao Vozes Latinas, presidenta das Mães da Praça de Maio dá aula de política e de vida e manda recado a Lula; vídeo
Desde 1977, Hebe Bonafini, como as demais Madres da Plaza de Maio, combate a morte com suas vidas. Numa das fotos, ela, em 31 de janeiro de 2011, com Estela de Carlotto (Abuelas de Plaza de Mayo) e as então presidentas Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, na sacada da Casa Rosada, em Buenos Aires. Foto: Ayrton Centeno/Casa Rosada. As demais: Murilo Mathias e arquivos de memória
POLÍTICA

Em entrevista ao Vozes Latinas, presidenta das Mães da Praça de Maio dá aula de política e de vida e manda recado a Lula; vídeo


29/09/2019 - 16h15
Buenos Aires, Argentina, 30 de abril de 1977.
Catorze mães desesperadas com o desaparecimento de seus filhos e filhas decidiram reunir-se na Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, sede do poder federal.
Motivo: receber alguma resposta do governo que, naquele momento, estava a cargo do ditador Jorge Rafael Videla.
Como todo o país se encontrava em estado de sítio, era proibida a reunião de três ou mais pessoas ou mesmo permanecer parado em vias públicas. Para que se dispersassem, portanto, a polícia foi chamada e, aos gritos de “¡Circulen, señoras, circulen!”, tentavam desfazer o grupo.
Elas acataram as ordens e juntaram-se em duplas, e, de braços dados, começaram a circular pelo monumento da Plaza de Mayo, a Pirâmide de Mayo.
O lenço branco em suas cabeças, então feito com tecido de fraldas de bebês, e que representavam seus filhos e filhas, passou a ser usado também como modo de reconhecerem-se entre elas. Não imaginavam que este acabaria por se converter em um símbolo mundial de luta e resistência.
Entre essas mulheres, Hebe Pastor Bonafini, atualmente com 91 anos.
Em 8 de fevereiro de 1977, seu filho mais velho Jorge Omar foi sequestrado, em La Plata.
No mesmo ano, em 6 de dezembro, ocorreu o mesmo com seu outro filho, em Berazatagui.
Em 25 de maio de 1978, desapareceu também seu nora, María Elena Bugnone Cepeda, esposa de Jorge.
Nenhum retornou.
Hebe de Bonafini é presidenta da Associação Mães da Praça de Maio desde 1979.
Há 42 anos as mães da Praça de Maio combatem a morte com suas vidas.
Aos 91 anos, a vida Hebe de Bonafini se confunde com a de milhões de latinoamericanas e latinoamericanos que atravessam os séculos em busca de justiça e igualdade.
O tempo é o presente, a memória é agora, a luta é para sempre, nos ensina.
O poder pode mudar de mãos, mas a praça e o coração do povo estão com as mães e avós argentinas que, com seus “pañuelos” estremeceram a ditadura militar que vitimou 30 mil filhos da pátria.
A história e trajetória das Madres da Plaza de Maio são uma dessas experiências que colocam protagonismo das mulheres correndo e espalhando-se com toda a força pelas veias de toda a América Latina.
Igor Veloso e Murilo Matias, do Vozes Latinas, entrevistaram Hebe Bonafini, em Buenos Aires
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