21 de set. de 2019

MENINA DE OITO ANOS LEVA TIRO DA PM NO ALEMÃO E MORRE. - Editor - AUTORIZAÇÃO PARA MATAR DADA A PM CARIOCA, VEM DO PALÁCIO DA GUANABARA, SÉDE DO GOVERNO DO ESTADO, COMANDADO PELO SR WITZEL DO PSC 20 - PARTIDO SOCIAL CRISTÃO - É O RECORDE DE MORTES -GENOCÍDIO OFICIAL E ATÉ COMEMORADOS -. AGORA ENTERRA-SE AGHATÁ DE 8 ANOS. SIM, 8 ANOS, COM UM TIRO QUE A ATINGIU PELAS COSTAS, MORADORA MIRIM DO COMPLEXO DO ALEMÃO. IMPEACHMENT É POUCO PARA ESSE CRISTÃO, QUE DE SOCIAL NÃO TEM NADA. FORA WITZEL. LUGAR DE GENOCIDA NÃO É NO PALÁCIO GUANABARA.

MENINA DE OITO ANOS LEVA TIRO DA PM NO ALEMÃO E MORRE


JULIANA BRITO
Publicado em 21 de set de 2019

Foto: Reprodução/Facebook
Morreu na madrugada deste sábado, 21, mais uma vítima da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A pequena Ágatha Félix, de oito anos, não resistiu aos ferimentos causados por um tiro de fuzil recebido nas costas na noite de ontem, durante uma operação policial no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, onde a criança morava.
Segundo o laboratório de dados sobre violência armada, Fogo Cruzado RJ, Ágatha foi a 16ª criança baleada este ano no Grande Rio e a quinta que não resistiu aos ferimentos e morreu.
Na manhã deste sábado, 21, a comunidade do Alemão marchou em protesto contra a violência no Complexo e pela morte da menina de oito anos. “Quem tem que dar informações é quem deu o tiro nela. Matou uma inocente, uma garota inteligente, estudiosa, obediente, de futuro. Cadê os policiais que fizeram isso? A voz deles é a arma”, desabafou o avô materno da vítima, Ailton Félix.
O editor-chefe do site Voz das Comunidades, René Silva, contou em sua conta no Twitter que enquanto o protesto era realizado, policiais tiravam fotos dos manifestantes.
Marcha de moradores do Complexo do Alemão. Foto: Reprodução Twitter/Voz das Comunidades.
De acordo com a Revista Fórum, testemunhas disseram que Ágatha estava indo para casa dentro de uma Kombi, com outras pessoas, quando foi atingida por um tiro que teria sido disparado por um policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que, desconfiado de um motociclista, disparou acertando a criança. Ela foi socorrida e levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, mas não resistiu.
Na nota emitida pela assessoria de imprensa da Polícia Militar, essa afirmou que a equipe de policiais da UPP Fazendinha foi atacada por criminosos por volta das 22h de sexta-feira e que os policiais revidaram, dando início a uma troca de tiros. Não houve registro de vítimas a princípio, mas a corporação foi informada, horas mais tarde, de que a criança foi levada para o Hospital Getúlio Vargas. A PM também afirmou que vai apurar as circunstâncias do ocorrido.
Repercussão
Jornalistas, políticos, acadêmicos, artistas, organismos internacionais e lideranças comunitárias externaram a indignação com o episódio nas redes sociais.
“Como jornalista e cidadão, me sinto impotente para descrever esse episódio. Fico com as palavras do avô da menina”, disse o repórter da TV Globo, Marcelo Canellas, em sua conta no Facebook. A colunista de O Globo, Flávia Oliveira, também reproduziu, no Twitter, as palavras do avô de Ágatha e disse que a população do Rio deveria marchar pelo Alemão assim como protestou pela Bienal.
O deputado federal do PSOL, Marcelo Freixo, foi um dos que destacaram a responsabilidade do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, no episódio, tendo a sua fala reproduzida pelo jornalista Leonardo Sakamoto em sua conta no Twitter. “Vamos tratar o governador do Rio como inimputável com fortes doses de psicopatia ou como oportunista e irresponsável?”, disse Freixo. Sua colega de partido, Talíria Petrone, também responsabilizou o governador do Rio. “Mais uma vítima da necropolítica”, lamentou a deputada.
A pesquisadora e ativista feminista Débora Diniz também provocou o ex-juiz. “Governador Witzel, ninguém quer saber de roubo de carga. Queremos saber como sua polícia mata uma menina de oito anos, Ágatha Félix. Seria ela uma das ´cabecinhas´ que anunciou que acertaria com drone nas favelas em sua campanha?”, disse.
A Anistia Internacional criticou a política de segurança pública do Rio de Janeiro. “Até quando insistiremos numa política de segurança pública que torna o Estado, que deveria proteger a todos e todas nós, violador do nosso direito à vida? Ágatha era apenas uma criança, de oito anos. Ágatha era negra e moradora de favela”.  
Mãe de uma menina negra, a atriz Leandra Leal também demonstrou revolta com a morte da criança. “Ontem, na cidade que eu moro, uma menina de oito anos foi assassinada a caminho de casa. Ágatha foi vítima de uma política assassina. Nada justifica a morte de uma criança. Quem consegue viver nessa cidade e achar isso normal? Quem consegue não se revoltar? #ACulpaEDoWitzel”, escreveu em sua conta no Twitter.
A midiativista Buba Aguiar, do coletivo Fala Akari, demonstrou sua consternação: “Hoje eu e outros amigos militantes de várias favelas do RJ marcamos de fazer um churrasco aqui em Acari pra gente se divertir um pouco. Não rolou. Não vai rolar. Mais uma vez somos atravessados por essa política genocida. Eu tô quebrada”, escreveu em sua rede social.
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