

Com 193 golpes de Estado entre 1825 e 1982, a Bolívia, país vizinho ao Brasil, vai às urnas em 20 de outubro em um contexto de estabilidade política sem precedentes. O Movimento ao Socialismo (MAS), encabeçado por Evo Morales, governa o país há 14 anos e ostenta uma média de crescimento econômico acima dos 4% ao ano, com expressiva redução da pobreza. O atual presidente lidera a atual corrida presidencial com mais de dez pontos percentuais de vantagem.
O cenário poderia indicar uma reeleição tranquila, mas as pesquisas mostram o contrário: as eleições presidenciais de 2019 serão as mais equilibradas do século.
Embora se apoie nos indicadores socioeconômicos e nas melhorias nas condições de vida da população, o governo Morales enfrenta desafios inéditos à frente do país. Além da histórica rejeição junto às oligarquias da porção oriental do país, o presidente precisará lidar com a insatisfação de parte de sua base de apoio tradicional, formada por indígenas da região amazônica e ambientalistas que questionam a aproximação com mineradoras estrangeiras e setores do agronegócio. Somam-se a esse quadro os recentes incêndios florestais e a não identificação de eleitores jovens – sem memórias da Bolívia pré-2005 – com o projeto do MAS.
Morales aposta todas as fichas em uma vitória no domingo porque sabe que, se a eleição não for decidida no dia 20, as forças de direita se unirão para um segundo turno – previsto para 15 de dezembro – em torno de seus principais representantes, o ex-presidente Carlos Mesa e o senador e empresário Óscar Ortiz.
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FICHA TÉCNICA
Enviado especial à Bolívia: Daniel Giovanaz | Edição: Rodrigo Chagas e Vivian Fernandes | Tradução: Luiza Mançano e Aline Scátola | Artes: Gabriela Lucena e Fernando Bertolo | Redes Sociais: Cris Rodrigues e Pamela Oliveira | Coordenação de Multimídia: José Bruno Lima | Coordenação de Jornalismo e Internacional: Vivian Fernandes e Camila Maciel
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