“O momento de decisão é agora. Todos à greve no dia 16”, convoca líder caminhoneiro
Por Hora do Povo Publicado em 13 de dezembro de 2019

Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac), de Ijuí (RS), e vice-presidente da CGTB. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Após o governo não ter cumprido com suas promessas de efetivar o piso mínimo do frete, os caminhoneiros do país estão convocando uma paralisação a partir da próxima segunda-feira (16).
“O momento essencial de decisão é agora. Essa é uma decisão individual, mas também coletiva, pare e aconselhe seu amigo caminhoneiro autônomo a parar. Todos para a greve no dia 16. Juntos somos mais forte”, conclamou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac), de Ijuí (RS), e vice-presidente da CGTB.
De acordo com o dirigente, a categoria reivindica uma resolução da Agência Nacional de Trânsito e Transporte (ANTT) que regulamente o piso mínimo nacional do frete através do Código Identificador de Transporte (CIOT) para todas as viagens, com multa de R$ 5 mil para quem não cumprir com as normas.
A categoria denuncia que o governo tem protelado a efetivação do piso mínimo e de medidas que garantam a fiscalização.
“Essa é uma decisão que o governo vem protelando, vem adiando. Era para maio, era para junho, era para julho, era para setembro, era para outubro e agora era para essa semana, conforme anunciado no Fórum Permanente, de que dia último dia 11, haveria a resolução da ANTT, colocando o CIOT para todas as operações de transporte e uma multa de R$ 5 mil para quem burlar o sistema não emitindo ou emitindo com o valor menor que o piso calculado”, afirma Litti.

O dirigente destacou que, desde a greve de maio do ano passado, onde a categoria parou por 11 dias e garantiu a aprovação da tabela do piso mínimo, “passamos por diversas situações para que o piso mínimo fosse implementado. Ao longo desse tempo, temos dito que ‘nós ganhamos tudo e não levamos nada’. Findou um governo no ano passado, começou outro mandato, e as promessas continuam as mesmas que a gente recebia”.
A categoria continua brigando para que a tabela do piso mínimo seja implementada, reafirmando sua necessidade para a melhoria das condições de trabalho dos caminhoneiros autônomo e exige que o governo garanta a fiscalização para que as empresas respeitem o piso. De acordo com Litti, “a ANTT não possui estrutura física para essa fiscalização e que a implementação de uma fiscalização eletrônica através do CIOT é algo extremamente necessário para a garantia da implementação do piso”.
Além disso, a implementação de um sistema eletrônico de controle proporcionará a garantia de outros benefícios, por vezes sonegados pelas empresas, como o pagamento das contribuições ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Litti explica que “o desconto do INSS que é feito do transportador autônomo dentro do pagamento eletrônico de frete é possível de ser feito, e com isso acaba com aquelas empresas que recolhem nosso dinheiro e não depositam para o INSS”.
Além do INSS, o sindicalista afirma que o controle eletrônico garantirá ao caminhoneiro que tenha condições dignas de estadia, quando em viagem para fazer entregas, garantindo “o pagamento da diária para que o caminhoneiro não precise procurar a Justiça para ter seu direito. Que o saldo seja imediato, cobrando de cada embarcador, de cada transportadora ou de cada local de descarga, de quem for a responsabilidade. Isso são coisas possíveis e que precisam ser imediatamente colocadas”.
AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS
Outro ponto da pauta dos trabalhadores é a redução dos preços dos combustíveis que teve “11 aumentos consecutivos nos preços dos combustíveis durante o ano”. “Se lembrarmos que no ano passado o valor médio do óleo diesel no país era de R$ 2,86, hoje ele ultrapassa o valor dos R$3,90 na média nacional”.
Para Litti, o problema está na “política de preços equivocada da diretoria da Petrobrás, que tem feito com que os aumentos cheguem a esse patamar, porque 40% ou mais das nossas refinarias estão inoperantes, por decisão da Petrobrás. Isso faz com que compremos o barril no mercado internacional para dar lucro a 41% de acionistas da Petrobrás, que são grandes petroleiras”.
“Isso não é de agora, vem lá de trás quando o governo Dilma leiloou o maior campo de petróleo do mundo, o campo da camada do pré-sal, Campo de Libra. Enquanto países guerreiam por petróleo no mundo, nós estamos leiloando. Essas são ações que estão acabando com a maior riqueza que temos, o petróleo, e a nossa maior empresa”, concluiu Litti.
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