O Conselho Federal da Federação Regional Argentina de Trabalhadores em um novo aniversário da FORA

Buenos Aires 25 de maio de 2020
25 de maio é a data em que um novo aniversário é comemorado, mais um ano de luta pela Federação Regional dos Trabalhadores da Argentina.
Um feriado em que os trabalhadores, há 119 anos, aproveitaram a oportunidade para fundar a primeira organização de trabalhadores na região argentina. Desde o primeiro momento, a FORA soube organizar o movimento operário da região argentina e lutar por melhorias trabalhistas, bem como pela construção ideológica daqueles que aderiram.
A perseguição à federação foi vista em todas as suas formas, repressão, deportação, prisão, tortura, assassinatos e até um golpe militar que, entre todas as suas intenções, era desarmar o movimento operário organizado com um objetivo ideológico. Nada mais perigoso que um movimento consciente e determinado a não recuar.
Hoje, devido a essa situação que nosso país e o mundo da pandemia do COVID-19 está passando, não podemos realizar as festividades dessa data normalmente. Mas acreditamos que este dia comemorativo é pequeno comparado ao contexto que estamos sofrendo como classe, em uma situação de claro declínio de nossos direitos e em uma crise que se torna mais visível a cada dia.
Diante dessa realidade que parece imparável, os empregadores, tanto no setor público quanto no privado, tentam novamente colocar todas as perdas em nossos ombros. A redução de salários, demissões e suspensões (mesmo para indústrias consideradas "essenciais"), a flexibilidade de contratos de trabalho, como a eliminação de bônus e prêmios. Dessa maneira, eles garantem que seus ganhos não sejam afetados, sem tomar nenhum cuidado com aqueles que trabalham, uma vez que capital, lucro é mais importante que a vida dos trabalhadores.
Agora, o que dizer daqueles que deveriam nos defender? Aqueles que se proclamam como líderes dos trabalhadores? Eles deram as costas novamente.
Negociaram a maneira pela qual os grandes setores empresariais são menos afetados, sendo cúmplices diretos do avanço sobre nós. Eles negociaram o revés mencionado e não se preocuparam em gerar um mínimo de resistência, mostrando novamente para aqueles que realmente respondem e, é claro, não para seus afiliados.
Os líderes dos sindicatos burocráticos, com uma aparência mais empresarial do que proletária, dedicaram-se a negociar com os olhos dos chefes e não com aqueles que eles deveriam defender. Deixando os trabalhadores "no pampa e na estrada" diante da crise que nos atinge.
O Conselho Federal vê a necessidade de denunciar esses abusos contra a nossa classe. Denunciar a grande burocracia sindical, que nos traiu muito e continua a nos trair, e acima de tudo, a convocar os trabalhadores, a se levantar contra essa ação sinistra, a se organizar com os colegas de trabalho para não deixá-los avançar mais sobre nossos direitos e nossa vida. Ponha um fim à ação, às migalhas que procuram nos dar os burocratas traidores, em total casamento com os chefes.Como, se algo nos deixou clara essa pandemia, é que sem nós o mundo não gira, então por que temos que somos os que mais sofrem a crise?

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