Ave Gil, que a fé não costuma falhar
E, aí, a fé no Brasil foi renascendo, na enorme generosidade de um povo que, esmagado por séculos de iniquidade, não perdeu a fé, o lirismo, a solidariedade.
O ignaro Almirante Balaão saiu das entranhas das histórias medievais e invadiu o Brasil, espalhando seu ar pestilento por todos os quadrantes da pátria.
Primeiro, foram os jornais que passaram a espalhar seu discurso de ódio. Depois, os partidos políticos. O ódio se espalhou pelos bares e chegou nas famílias, despertando os piores instintos, promovendo a discórdia e o ódio.
Nos tribunais, juízes vingadores disparavam dardos flamejantes sobre quem ousasse discordar. Procuradores contaminados pela imoralidade de Balaão mandavam prender pessoas como quem prendia escravos em galés, e saíam faturando em palestras imorais. Nas periferias prosseguia o exercício macabro de executar jovens negros.
De repente, parecia que o país soçobrava, a esperança da democracia racial que nunca se fez afundava de vez, a própria ideia de Nação se esvaía. Os defensores dos vulneráveis, dos direitos eram soterrados por toneladas de palavrório vazio, de Ministros do Supremo anunciando o novo Iluminismo, forjado na carne viva dos vulneráveis.
A oposição se debatia em brigas de egos e da desconfiança de quem foi apunhalado pelas costas.
Nesse momento, de enorme penumbra, as primeiras luzes da manhã mostraram um enorme carrossel surgindo nos céus do Brasil e mostrando o caminho. Eram os heróis da música popular brasileira se unindo em torno do guru maior, Gilberto Gil, celebrando seus 78 anos.
E, aí, a fé no Brasil foi renascendo, na enorme generosidade de um povo que, esmagado por séculos de iniquidade, não perdeu a fé, o lirismo, a solidariedade.
Feliz aniversário, Gilberto Gil, que a fé não costuma falhar.
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