3 de jul. de 2020

A longeva aventura de José Serra na corrupção política. - Editor - MUITA PENA DE TUCANO -45- VAI VOAR.

A longeva aventura de José Serra na corrupção política

Justiça tardia é justiça falha. Ou antes tarde do que mais tarde. Mas é evidente que a demora em se chegar a Serra obedeceu a interesse políticos e alianças que passavam pela mídia, pelo Supremo Tribunal Federal e pela Procuradoria Geral da República.
No programa TV GGN 20 horas, apresentaremos um resumo da longa carreira política de José Serra e de sua filha Verônica Serra. As investigações da Lava Jato São Paulo tangeciam a maior máquina de lavagem de dinheiro da política nacional, ao lado de Aécio Neves.
Os primeiros movimentos dele ocorreram no governo Franco Montoro. Como Secretário da Fazenda, Serra passou a controlar dois setores passíveis de corrupção. Um deles, a fila de pagamentos dos precatórios. O outro, a compra de medicamentos e equipamentos médicos. Nesse período, muda-se do pequeno sobrado que morava, na Vila Madalena, para um sobrado nobre nas imediações da Praça Pan-americana.
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O caso Banespa de 1990

No governo Fleury, houve a divisão do Banespa entre dois grupos: um deles controlado por Serra, tendo no Diretor de Crédito Vladimir Riolli a peça central. O outro em Saulo Krishanã Rodrigues, ligado a Fleury. Foram aprovadas diversas operações suspeitas. A Justiça paulista investiu contra membros da diretoria, que meramente avalizavam as operações aprovadas pelo Departamento de Crédito. O único condenado foi Nelson Nicolau, Diretor do Departamento de Agricultura, dono de uma carreira política ilibada. Serra e Riolli não foram incomodados.

O caso Patagon

No governo Fernando Henrique Cardoso, Serra aprimora o seu modo de operação, que consistia em lavagem de dinheiro através das operações de Internet de sua filha Verônica Serra. Ela passa a representar grupos argentinos que, posteriormente, montariam o Mercado Livre.
Uma reportagem encomenda em uma revista econômica a apresenta como gênio do mercado. Quem a conhecia, sabia de suas limitações. Mas a tentativa de criar essa imagem visava preparar o terreno para a lavagem de dinheiro.
A primeira grande operação foi na privatização do Banespa, adquirido pelo Santander. Pela legislação nacional, apenas bancos públicos poderiam ter contas do setor público. E a grande base do Banespa eram as contas do funcionalismo público paulista. Sabe-se lá porque meios, o Santander conseguiu preservas as contas públicas.
Na mesma época, o presidente mundial do Santander, Emilio Botin, participa diretamente da mais extravagante operação de investimento do recém-nascido mercado de startups: adquire por R$ 500 milhões (valores da época) a compra de um protótipo de banco eletrônico de nome Patagon. A assessora era Verônica. Anos depois, o sistema foi devolvido aos seus antigos proprietários, mediante o pagamento de R$ 5 milhões. Ou seja, o Santander pagou os antigos donos para devolver o sistema.
Como Serra, na época, era Ministro do Planejamento de Fernando Henrique Cardoso, é óbvio que a operação contou com a autorização de outros setores do governo FHC. E do próprio FHC, dada a dimensão da operação.

No Ministério da Saúde

Há uma enorme relação de operações suspeitas, a maior das quais foi a inviabilização da empresa brasileira de insulina animal, a Biobrás, em favor da norueguesa Nordisk. Mas há operações também com bancos de sangue e outras suspeitas.
Foi a partir da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que Serra montou sua máquina de dossiês, tendo como pontos centrais o procurador José Roberto Santoro, o delegado federal Marcelo Itagiba e uma empresa de arapongagem que, depois, passou a acessar todos os PABXs do governo de Estado, quando Serra governador.

Os sites de Miami

No mesmo período, Verônica aproximou-se de Daniel Dantas e montou um site em Miami, com informações sobre exportações brasileiras. No projeto, conseguiu acesso a todos os dados bancários de empresas brasileiras. Na mesma época, Verônica recebeu R$ 5 milhões, que foram repassadas ao Brasil e serviram para Serra formalizar a compra da casa adquirida. Até então, ele declarava morar de aluguel.
O vazamento de contas de parlamentares atrapalhou o projeto.

O caso Serasa-Experian

No final do seu mandato no governo de São Paulo, Serra repassou para o grupo Serasa-Experian o Cadin  (Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais), a cereja no bolo das empresas de análise de crédito.
Pouco depois, Verônica adquiriu uma empresa de etila-marketing, a Virid, por algo em torno de R$ 15 milhões e revendeu para a Experian por R$ 120 milhões. Na época, solicitei à Experian internacional informações sobre os valores pagos – a empresa tem ações na bolsa de Londres. A resposta foi de que os dados eram sigilosos.

O patrimônio de Verônica

O patrimônio de Verônica Serra ascende a várias dezenas de milhões de dólares. Tem participação de 10% no Mercado Livre. A quebra do sigilo de suas contas nos Estados Unidos e em paraísos fiscais ajudará a localizar o rumo do dinheiro.

A Lava Jato e Serra

Justiça tardia é justiça falha. Ou antes tarde do que mais tarde. Mas é evidente que a demora em se chegar a Serra obedeceu a interesse políticos e alianças que passavam pela mídia, pelo Supremo Tribunal Federal e pela Procuradoria Geral da República.
O advogado de Serra é o ex-procurador José Roberto Santoro, que tinha como auxiliar Frederick Wassef. Na Polícia Federal, havia a influência do delegado Marcelo Itagiba.

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