2 de jul. de 2020

Arquitetas lançam coletivo no Dia Mundial da Arquitetura e reivindicam equidade de gênero


Arquitetas lançam coletivo no Dia Mundial da Arquitetura e reivindicam equidade de gênero

‘Arquitetas em rede’ já conta com mais de 450 integrantes engajadas em reforçar a representatividade feminina no setor
Em razão do Dia Mundial da Arquitetura, nesta quarta-feira (01) foi lançado o coletivo ‘Arquitetas em Rede’ em defesa da equidade de gênero na profissão. Ultrapassando a marca de 450 arquitetas filiadas, tal articulação (suprapartidária, coletiva e horizontal) busca refletir sobre a representatividade de forma plural, inclusiva e democrática.
Dados do último senso do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP) apontam que, no estado, dos aproximadamente 50 mil arquitetos urbanistas registrados na instituição, mais de 62% são mulheres, somando cerca de 35 mil profissionais. Ainda, de acordo com o relatório anual do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), arquitetas urbanistas mulheres recebem menores remunerações do que homens, além de terem carreiras interrompidas por questões familiares e dificuldades de recolocação no mercado. Esses fatores se agravam, sobretudo, de acordo com a cor da pele, sexualidade e a classe social com as quais as profissionais se identificam.

Em grupo, pretendemos promover trocas e estimular o debate. Precisamos ocupar as premiações, os concursos e todos os espaços de tomadas de decisão. Esse apoio mútuo possibilita um fortalecimento de nossas atuações”, pontua uma das fundadoras do coletivo.

Juntamente aos dados apresentados, soma-se o cenário de reconhecimento no setor que, em sua maioria, congrega prêmios concedidos à parcela masculina de arquitetos. Como exemplo, em 2019 foi a primeira vez que o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) premiou uma mulher, a arquiteta Rosa Kliass, com o Colar de Ouro. Depois dela, em abril deste ano, foi a vez de Dora Alcântara receber a comenda. Contudo, a atribuição foi criada pelo Instituto em 1967, ou seja, somente após 52 anos a primeira mulher passou a integrar este grupo de laureados.
A situação não se restringe ao Brasil. O maior prêmio internacional de arquitetura, o Pritzker, existe há 25 anos e, apenas em 2020, nomeou um escritório de mulheres, das irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara.
Perante tal realidade, o ‘Arquitetas em rede’ se propõe a promover trocas, disseminação de informações, debates, conexões, espaços de apoio e visibilidade, estando aberto para entrada de qualquer arquiteta que esteja interessada em debater sobre o assunto e criar conexões com suas colegas de trabalho. Para fazer parte, basta buscar pela rede no Instagram (@arquitetasemrede) e Facebook (Arquitetas em Rede) e preencher o cadastro.
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