Metroviários de SP adiam paralisação contra retirada de direitos para 8 de julho
Negociações terão continuidade nesta quarta (1º); TRT sugere manutenção de acordo coletivo até fim da pandemia
Em assembleia online realizada na noite desta terça-feira (30), os metroviários de São Paulo decidiram adiar a paralisação prevista para esta quarta (1º) para o dia 8 de julho. A decisão foi aprovada por 79,26% da categoria, que reafirma a continuidade da mobilização contra redução de benefícios na folha salarial em meio à discussão de novo acordo coletivo.
A entidade de classe afirma que o governo estadual e o Metrô se negam a aceitar a proposta de adiar as negociações do acordo coletivo, que vigorou até 30 de abril, para depois da pandemia.
Em audiência de conciliação iniciada ontem por videoconferência entre os trabalhadores, Metrô e governo estadual, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) sugeriu a manutenção das cláusulas anteriores até o fim da pandemia. As negociações continuarão nesta quarta (1º).
Segundo o Sindicato dos Metroviários, o pagamento desta semana já apresentou descontos significativos antes mesmo do fechamento de um acordo final, comprometendo a renda dos trabalhadores em um momento de grave crise econômica.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Camila Lisboa, coordenadora geral do Sindicato, afirmou que os metroviários demandam o pagamento completo e imediato de seus salários.
Segundo a sindicalista, o governo e a diretoria do Metrô alegam que as alterações se deram pela baixa arrecadação da companhia, já que o fluxo de pessoas tem sido mais baixo durante a pandemia do coronavírus.
“Recebemos o salário com vários cortes de direitos que implicam em perda salarial. Trabalhamos o mês inteiro contando que ia receber um valor ao fim do mês, e recebemos um valor muito reduzido. Em um casos, a redução passa de R$1 mil. A categoria metroviária está trabalhando na pandemia, se expondo ao risco, somos um setor essencial, e temos esse tipo de tratamento do João Doria”, criticou Lisboa.
Mudanças
A redução no adicional de risco de vida dos bilheteiros, no auxílio-transporte e um desconto maior no plano de saúde foram algumas das mudanças impostas aos trabalhadores, sem diálogo, de acordo com o sindicato.
A entidade reforça que os trabalhadores não pleiteiam o aumento de salário neste momento, mas sim a continuidade dos direitos previstos no acordo coletivo que venceu em meio à pandemia, e que garante conquistas de décadas da categoria.
O Brasil de Fato aguarda posicionamento sobre as negociações por parte do governo de São Paulo e do Metrô, contatados por meio de suas assessorias de imprensa.
O Brasil de Fato aguarda posicionamento sobre as negociações por parte do governo de São Paulo e do Metrô, contatados por meio de suas assessorias de imprensa.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
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