Juliana Cardoso: Em 2020, gestão Covas faz 8 milhões de consultas médicas a menos e OSS recebem 22% a mais. Que “milagre” é esse? . - Editor - JÁ PASSOU DO MOMENTO, DE TIRAR AS OSS DE DENTRO DAS ESTRUTURAS DO PODER PÚBLICO. SÃO UM VERDADEIRO CANCRO. MÁRIO COVAS LOPES, É COVAS, MAS NUNCA SERÁ NA POLÍTICA UM MÁRIO COVAS.
Juliana Cardoso: Em 2020, gestão Covas faz 8 milhões de consultas médicas a menos e OSS recebem 22% a mais. Que “milagre” é esse?
RESISTIR E LUTAR
Juliana Cardoso: Em 2020, gestão Covas faz 8 milhões de consultas médicas a menos e OSS recebem 22% a mais. Que “milagre” é esse?
03/03/2021 - 15h10
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Por Juliana Cardoso*
No dia 24 de fevereiro de 2021, o secretário de Saúde da cidade de São Paulo, Edson Aparecido, participou de audiência pública na Câmara Municipal para prestação de contas de 2020.
Dois pontos me chamaram a atenção.
Um deles, a redução drástica de consultas médicas.
Em 2019, foram 27 milhões. Em 2020, caíram para 19 milhões.
Ou seja, a Secretária de Saúde da cidade de São Paulo fez 8 milhões de atendimentos a menos.
Em 2020, foram reduzidas:
3,6 milhões de consultas da atenção básica
1,7 milhão de consultas da atenção especializada
2,7 milhões de consultas da urgência e emergência
Hoje, a gestão Covas concentra todos os esforços no combate à pandemia. Com isso, aumenta o tempo de espera de consultas especializadas, cirurgias eletivas e realização de exames periódicos.
Tratamentos adiados para a pós pandemia devem agravar a situação dos portadores de doenças crônicas.
A demanda reprimida deverá cobrar um preço mais à frente. Há até quem a classifique como terceira onda, mas com causas mortes diversas.
Esse é o cenário: aumento do número de óbitos, sobretudo por insuficiência renal ou cardíaca.
Aliás, antes da pandemia, doenças cardíacas se constituíam na principal causa de óbitos no Brasil. A média era de 390 mil vítimas ao ano.
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IABAS COM 78%
Outro dado que me chamou a atenção foram os gastos totais com a saúde.
Tiveram um aumento de 22%. Foram de R$ 11,4 bilhões, em 2019, para R$ 13,9 bilhões, em 2020
Os contratos de gestão com as Organizações Sociais de Saúde (OSs) e os convênios acompanharam o índice de 22%.
Os gastos saltaram de R$ 5,4 bilhões para R$ 6,5 bilhões.
Um estranho aumento, pois houve redução drástica no número de consultas.
Aqui, cabe um destaque, o tratamento privilegiado que o IABAS (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) recebe da gestão Bruno Covas (PSDB).
Os repasses para o IABAS, que é uma OSs, tiveram um aumento ainda maior, de 78%.
Ela recebeu em 2019, o montante de R$ 345 milhões. Em 2020, recebeu R$ 615 milhões.
Apesar questionado, o secretário de Saúde, Edson Aparecido, não revelou o tamanho da fila para consultas e exames e não explicou o valor pago ao IABAS.
Justamente o IABAS, envolvido em escândalos no Rio de Janeiro e alvo de várias denúncias de irregularidades em São Paulo.
Por isso, o Ministério Público recomendou no ano passado à gestão Covas não renovar os contratos de gestão pela prestação de serviços nas regiões central e norte. O contrato da zona norte venceu dia 28 de fevereiro.
Mas, o Diário Oficial da véspera (27) publicou despacho com Termo Aditivo prorrogando por um mês esse contrato e com possibilidade de novos adiamentos.
A Secretaria não conseguiu organizar novo chamamento público. Assim, a recomendação do MP não está sendo cumprida.
Daí a pergunta óbvia: até quando vai a sobrevida do IABAS no SUS em São Paulo?
* Juliana Cardoso é vereadora (PT), vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo.
https://www.viomundo.com.br/resistirelutar/juliana-cardoso-como-em-2020-gestao-covas-fez-8-milhoes-de-consultas-medicas-a-menos-e-oss-receberam-22-a-mais.html
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