Bolsonaro chama mortos de Covid-19 de “leite derramado” e repete que solução é a cloroquina. - Editor - O GOVERNO DO PRESIDENTE FAKE NEWS, DEIXOU DE GASTAR 80 MILHÕES, PARA O COMBATE A COVID 19
Bolsonaro chama mortos de Covid-19 de “leite derramado” e repete que solução é a cloroquina
Por Hora do Povo Publicado em 8 de abril de 2021
Jair Bolsonaro em Foz do Iguaçu (Foto: reprodução da TV Brasil)
Sobre os mais de 330 mil mortos, ele disse, em Foz do Iguaçu, que “não adianta chorar o leite derramado”. Antes, em Chapecó, insinuou que quem pede mais vacina quer ganhar dinheiro e voltou a defender a charlatanice do “tratamento precoce” com o “kit Covid”
Em meio ao violento aumento do número de casos e das mortes por Covid-19 no Brasil, Jair Bolsonaro afirmou, na quarta-feira (7), em Foz do Iguaçu, que “não adianta chorar o leite derramado”.
Mais uma declaração infeliz de quem sempre negou a gravidade da pandemia, de quem segue sabotando a aquisição das vacinas e de quem nunca se dignou a visitar um hospital sequer para assistir de perto o drama dos brasileiros ou para se solidarizar com as famílias das vítimas.
O Brasil está chorando, sim, os seus mortos pela Covid-19 e não aceita mais a atitude negacionista, indiferente e criminosa de Jair Bolsonaro e de seus seguidores dentro do governo. Cresce a exigência da população por mais vacinas.
Diante do repúdio à forma desdenhosa com que o governo trata o sofrimento do povo, Bolsonaro atacou novamente a imprensa, dizendo que ela está exagerando a gravidade da crise.
Como se não estivéssemos em crise, Bolsonaro se disse surpreso com o empenho da mídia a respeito de informações sobre as mortes e as cobranças por mais vacinas. Insinuou irresponsavelmente que quem defende as vacinas estaria interessado em ganhar dinheiro.
“Tenho certeza que brevemente será apresentado ao mundo um remédio para a cura da Covid. Porque a gente fica assustado, prezada imprensa brasileira, tanta eficiência, né, tanto foco apenas na vacina de U$ 10, 20 dólares a unidade”, continuou.
Ele faz um jogo de cena, de que estaria a favor das vacinas, mas, concretamente, não fecha nenhum contrato. Colocou um de seus seguidores no cargo de presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para retardar de todas as formas a liberação das vacinas. O cidadão, que também é um negacionista e participou de aglomerações junto com o “chefe”, fez isso com a CoronaVac e, agora está fazendo novamente com a Sputnik V, vacina usada em vários países do mundo e que, até agora, inexplicavelmente, não teve o uso emergencial aprovado no Brasil.
Os governadores integrantes do Consórcio do Nordeste encomendaram 37 milhões de doses da vacina russa e o presidente da Anvisa se recusa a autorizar a entrada do produto no país.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que a agência está desrespeitando a lei ao impedir a importação das vacinas. Segundo Dino, a legislação brasileira determina que vacinas autorizadas por agências reconhecidas internacionalmente devem ser analisadas no Brasil em no máximo sete dias. Este é o caso da Sputnik V, que já foi aprovada na Rússia e está em uso em dezenas de países. Os governadores decidiram recorrer ao STF pela compra dos imunizantes.
Bolsonaro mente que o governo quer vacina, mas, condiciona sua compra à aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com o órgão sob seu controle político, ele mantém a escassez de imunizantes e insiste que é necessário preservar o direito do médico de receitar os medicamentos já defendidos por ele como cloroquina, ivermectina e nitazoxanida. “Queremos a vacina, passando pela Anvisa? Sim. Mas também buscar o remédio para sua cura e não demonizar qualquer outro medicamento que o médico receite na ponta da linha”, destacou.
Bolsonaro disse que, ao cobrar mais vacinas, a imprensa está fazendo exigências descabidas só para atingi-lo. “Estamos passando ainda por uma pandemia que, em parte, é usada politicamente. Não para derrotar o vírus, mas para tentar derrubar o presidente. Todos nós somos responsáveis pelo que acontece no Brasil. Em qual país do mundo não morre gente? Infelizmente, morre gente em tudo que é lugar. Queremos é minimizar esse problema”, apontou.
Em nenhum país do mundo está morrendo tanta gente como no Brasil. São cerca de 4 mil pessoas por dia, vítimas da Covid-19 e os números não param de crescer.
A imprensa internacional já considera as atitudes irresponsáveis de Bolsonaro como um risco grave não só à sua população, mas uma ameaça para o mundo todo. Enquanto seu negacionismo transforma o país num verdadeiro laboratório para o surgimento de novas, e cada vez mais perigosas, cepas do vírus, o “capitão cloroquina” insiste em sabotar a compra das vacinas e a espalhar o seu charlatanismo das “drogas milagrosas”.
Em Chapecó, onde esteve, antes de ir para Foz do Iguaçu, ele bateu na mesma tecla surrada do que ele chama de “tratamento precoce”. Esse “tratamento” usa drogas sem nenhuma comprovação de eficácia contra a Covid-19.
“Há pouco falei em Chapecó, defendi o direito do médico em, não havendo medicamento específico, que use aquilo que acham que devem usar. O tratamento off label. A imprensa me massacrou dizendo que defendi medicamentos não previstos. O que eu defendi e defendo é o médico na ponta da linha receitar aquilo que ele achar mais conveniente em comum acordo com o paciente”, justificou.
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