Cadeia Produtiva do Turismo no Litoral do Paraná
O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), em parceria com a Secretaria de Estado do Turismo (SETU), divulgou no mês de julho estudo sobre a Cadeia Produtiva do Turismo no Litoral. A pesquisa se insere no Plano Plurianual de turismo para o período de 2008-2011 que traz como novidade, a implantação de sistemas de monitoramento e avaliação da atividade turística a partir de indicadores. O estudo visa orientar os agentes públicos e privados que atuam no setor, além de disponibilizar informações para empreendedores, pesquisadores e a sociedade em geral. Neste sentido a pesquisa já constitui um importante subsidio à formatação de indicadores para a região de Paranaguá/Ilha do Mel, que foi eleito como um dos 65 destinos do Brasil indutores pelo Ministério do Turismo. “Nosso esforço foi compreender a dinâmica da oferta turística na região, bem como analisar o seu nível de competitividade”, informou o coordenador do estudo, Marino Lacay. A região turística do Litoral no Paraná tem seu pólo econômico em Paranaguá, cuja economia está fortemente vinculada às atividades portuárias. Outro carro chefe está na atividade de hotéis, pousadas e serviços de alimentação que estão localizados nas cidades que oferecem sol e praia, como Paranaguá-Ilha do Mel, Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná. Há também um terceiro grupo que se sustenta com o desenvolvimento do turismo gastronômico e de patrimônio histórico, situada no eixo de Morretes, Antonina e Paranaguá. De outro lado, duas novas frentes começam a despontar na região, uma ligada ao turismo religioso e outra nas atividades voltadas ao turismo em áreas naturais, ou ecoturismo. A pesquisa constatou que na região predominam os micro e pequenos estabelecimentos turísticos. Apesar da maioria dos funcionários levantados pela pesquisa possuírem contratos formais de trabalho, mais da metade das empresas entrevistadas admitiu contratar mão-de-obra temporária. Quanto ao perfil do trabalhador, a maioria possuí ensino fundamental completo e predomina a mão-de-obra feminina. A falta de capacitação da mão-de-obra foi um dos problemas encontrados na atividade. Os empresários entendem que, uma vez capacitada, a mão-de-obra pode vir a exigir melhores salários ou até mesmo procurar outro emprego. Isso leva a considerarem a capacitação como de responsabilidade exclusiva do governo (municipal, estadual ou federal). A presença do Estado, aliás, é reivindicada como um elemento salvador da situação em todos os níveis.O estudo detectou algumas debilidades do setor turístico na região, entre as quais podem ser apontadas: a lenta apropriação de processos de inovação tecnológica nas áreas de gestão, informação e comunicação, a ausência de projetos de investimentos para ampliação e melhorias dos negócios, o pouco uso de linhas de crédito e financiamentos e a baixa qualificação da mão-de-obra. Também não é disseminada uma cultura empresarial de parcerias e ações cooperadas entre os empresários com o intuito de superar os entraves que se interpõem ao desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Turismo e à organização de arranjos produtivos locais. “Enquanto as microempresas de ponta do mercado turístico do Litoral brasileiro mantêm comportamento mais globalizado e usufruem de processos modernos de informação e comunicação, as empresas locais ainda fazem pouco uso dos recursos oferecidos pela Internet”, citou Marino Lacay. Foram pesquisadas as oito atividades consideradas pelo Ministério do Turismo como caraterísticas: meios de hospedagem, serviços de alimentação, transporte rodoviário de passageiros e aluguel de automóveis, agências de turismo e, as atividades recreativas culturais e desportivas, que compõem atrativos naturais, adaptados, planejados, culturais, históricos e religiosos, esportivos e de lazer, segundo a classificação das atividades econômicas utilizadas pelo IBGE. A íntegra do relatório está disponível no site do IPARDES (www.ipardes.gov.br/webisis.docs/Turismo_Litoral_Parana.pdf). Até o final do ano será divulgado o relatório referente ao Estado do Paraná para que as regiões possam contar com informações de planejamento para a atividade.
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