30 de out. de 2011

Ibama autoriza manejo de fauna em aeroportos




Brasília (21/10/2011) – Os principais aeroportos do país estão mais seguros. O Ibama, por meio da Coordenação de Gestão do Uso de Espécies de Fauna (Coefa), da Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo), autorizou desde junho a implantação de Planos de Manejo de Fauna (PMF) em 10 aeroportos internacionais. O primeiro a receber o PMF foi o Juscelino Kubitschek, de Brasília/DF, seguido pelo Galeão, no Rio de Janeiro/RJ. Também receberam autorização os aeroportos de Val-de-Cans, em Belém/PA; Eduardo Gomes, em Manaus/AM; Marechal Rondon, em Cuiabá /MT; Zumbi dos Palmares, em Maceió/AL; Salgado Filho, em Porto Alegre/RS; Gilberto Freyre, em Recife/PE, Luiz Eduardo Magalhães, em Salvador/BA); e Pinto Martins, em Fortaleza/CE. Planos de manejo de outros aeroportos estão em fase de elaboração por parte da Infraero.




“O objetivo do plano é diminuir choques entre aviões e aves, dando maior segurança ao usuário do transporte aéreo, evitando acidentes e perda de vida humana”, disse o diretor da DBFlo, Reginaldo Anaissi Costa. Segundo ele, o manejo de fauna em aeroportos civis e militares é uma preocupação mundial e muitos países do mundo já contam com um plano em seus principais aeroportos ou estão trabalhando contra o tempo para desenvolvê-los. “Como exemplo, durante a decolagem do Airbus A-320, da US Airways em 2009, em Nova York, Estados Unidos, as turbinas sugaram vários aves, e, sem potência, o avião caiu no rio Hudson”, lembrou Reginaldo. Os planos também reduzem danos à fauna e despesas com manutenção das aeronaves.



Para diminuir o risco de acidentes envolvendo aves e aeronaves, há quatro linhas de ação. A primeira linha de ação é o manejo ambiental, ou seja, alterar o ambiente dos aeroportos de maneira a impedir a entrada ou reduzir os atrativos que fazem os animais procurarem as proximidades do aeroportos para fixarem residência ou apenas procurarem comida e abrigo. Simultaneamente com as modificações do ambiente, utiliza-se uma segunda linha de ação, que é o manejo das espécies-problema através de técnicas de afugentamento: fogos de artifício; uso de sons que as aves vocalizam alertando da presença de predador; uso de luzes potentes ou espelhos para amedrontar; uso de cães treinados para correr e espantar; falcoaria (afugentamento); uso de falcão robô, entre outras técnicas;



Uma terceira linha de ação pode ser utilizada, caso as anteriores não tenham mostrado resultados satisfatórios: a captura (armadilhas ou falcoaria) e soltura em locais distantes. Por fim, caso nenhuma das técnicas anteriores tenha demonstrado resultados satisfatórios ao longo do tempo, e persistindo o risco de acidente aeroviário, pode-se utilizar a quarta linha de ação: o abate seletivo e criterioso, que só deve ser utilizado após esgotadas todas as demais alternativas, representando o último recurso a fim de evitar que centenas de vidas humanas se percam em um desastre aéreo.



Embora não noticiados pela imprensa, todas as semanas são reportados às autoridades aeronáuticas brasileiras incidentes de choques aeroviários entre aeronaves e aves, a maioria de pequena gravidade e sem maiores consequências. De qualquer forma, após a colisão, o avião só pode ser liberado após severa vistoria. Mesmo que o choque entre aviões e aves não resulte na queda do avião, os prejuízos provocados são de grande valor, sem falar nos transtornos nos aeroportos. Se o choque danificar a turbina, o piloto, por precaução, deve decretar emergência e ejetar dezenas de toneladas de combustível para que o pouso seja possível.



Uma vez em emergência, a prioridade de pouso passa a ser da aeronave danificada e todos os demais aviões em voo devem circular o aeroporto aguardando a oportunidade de pouso. Chegadas e partidas são atrasadas, provocando uma série de atrasos em sequência ao longo do dia. Após o pouso do avião danificado, a companhia aérea deve dispor de outro avião ou alocar os passageiros em voos de outras companhias ou hospedar os passageiros. Cada hora que a aeronave passa no pátio do aeroporto tem um custo e o conserto pode demandar a solicitação de técnicos e peças originárias de outros países. A companhia aérea ainda pode ser multada por ter atrasado voos de outras companhias e, no final, o prejuízo alcança a casa dos milhões de reais.



O Plano de Manejo de Fauna abrange uma área circular de 20 km de distância em torno do aeroporto, onde são verificadas como são conduzidas as atividades com alto potencial de atração de aves, como abatedouros clandestinos e lixões. A segurança de passageiros e tripulações de aeronaves, sejam elas civis ou militares, não é responsabilidade exclusiva das autoridades do setor aéreo, mas também das autoridades locais, estaduais e federais quanto à observação do adequado zoneamento de atividades no perímetro urbano, o parcelamento do solo e a destinação correta dos resíduos sólidos.



A população também possui sua parcela de responsabilidade, devendo destinar lixo e entulho em lugar apropriado e não abandonar seus animais de estimação nas cercanias ou no interior de aeroportos. Além de configurar crime previsto em lei, o abandono de animais no interior de aeroportos representa risco de acidentes com aeronaves.



Coefa/DBFlo/Ibama  texto e foto divulgação
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