SEBRAE
T urismo – no dicionário de língua portuguesa – tem como definição, entre outras, a “[...] viagem
ou excursão feita por prazer a locais que despertam interesse e o conjunto dos serviços
necessários para atrair aqueles que fazem turismo e dispensa-lhes atendimento por meio de
itinerários, guias, acomodações, transporte etc” (FERREIRA, 1986, p. 1728).
O turismo é uma das mais promissoras fontes econômicas do planeta e tem sido considerado um dos
três líderes mundiais em produtividade. Capaz de gerar empregos e renda, a atividade pode contribuir
muito para o desenvolvimento socioeconômico e cultural do País.
O Espírito Santo, com cerca de 400km de litoral, adornado por belas praias e montanhas (de belezas
exuberantes), é dotado de um inquestionável potencial turístico crescente nos últimos anos. Existem mais
de vinte classificações para o turismo, segundo informações do Convention & Visitors Bureau (2004).
Em alguns casos, a floricultura pode exercer efeito direto sobre o turismo como elemento principal,
a exemplo do turismo de negócios, turismo de eventos, turismo de lazer, turismo rural, ecoturismo,
agroturismo, entre outros.
As atividades de turismo não-litorâneas são emergentes no Estado do Espírito Santo. Foi baseado
nesse contexto que o governo estadual passou a incentivar essas atividades em áreas rurais, a fim
de gerar oportunidades de emprego e renda para as populações dessas áreas.
Como em todo o País, a modernização agrícola expulsou muitos trabalhadores do campo. Os pequenos
proprietários que insistiram em ficar, permaneceram à margem do processo produtivo. O governo
do Estado, sensibilizado, elegeu o agroturismo como fomentador do desenvolvimento da região
(PORTUGUEZ, 1999).
O Brasil, por suas inúmeras propriedades rurais demarcadas por uma enorme riqueza cultural e por
paisagens naturais, tem desenvolvido atividades ligadas ao turismo rural. Essa forma de turismo tem
como fundamento o contato e a interação do homem dos grandes centros urbanos com o meio rural.
Sabe-se que a humanidade sempre buscou menos trabalho e mais tempo livre. Para isso, inventou as
ferramentas, desde o machado e a roda até os robôs e os computadores, que permitiram inclusive
o trabalho em casa.
Com o avanço da medicina, a média da expectativa de vida é de 71 anos, sendo 67,3 para homens
e 74,9 para mulheres. A aposentadoria chega em média aos 65 anos, aspecto positivo para quem
trabalha com paisagismo, posto que há grande tendência no aumento da demandada por áreas turísticas,
parques temáticos, playgrounds etc. Os mercados que mais irão gerar demandas por plantas
ornamentais (forrações, arbustos baixos, arbustos altos), palmeiras e árvores, segundo o Congresso
de Florença (IFLA) e de Los Angeles (Asla), serão os jardins residenciais unifamiliares, os jardins de
edifícios de condomínios residenciais ou condomínios comerciais, escritórios, indústrias, hotéis,
resorts, áreas turísticas, arborização urbana, praças urbanas, rodovias, ferrovias, parques nacionais
e áreas de preservação.
Com a expansão efetiva de tal mercado, o turismo será o grande beneficiado, uma vez que as cidades
passarão a ter locais mais aconchegantes, temperaturas amenas, maior espaço para lazer contemplativo
etc. A presença constante da ave-fauna, principalmente se houver preocupação com a escolha de
plantas, com maior importância biológica – por apresentarem aromas, flores, frutos e sementes que
servem de alimento para as aves –, transporta-nos às nossas verdadeiras raízes e origens.
Médicos e terapeutas têm sugerido maior contato com a natureza, como forma de acabar com o
estresse cotidiano (NOVOS..., 2004). Para alegria dos empresários ligados ao setor imobiliário, houve
sensível aumento na procura por pequenos sítios, com áreas entre 5ha e 15ha. Também houve grande
demanda por lotes situados em condomínios localizados em áreas rurais.
No Espírito Santo, há uma sensível preferência pelos condomínios localizados em áreas de montanhas,
com extensos gramados coletivos, setor de esporte, formados por lotes com áreas médias
acima de 1.000m2, que permitem a execução de jardim particular, com presença constante de
flores, hortaliças e frutas.
No entorno dessas áreas, surgem sempre as cafeterias, os restaurantes com comida caseira típica
da região, locais para venda de produtos artesanais, além das propriedades vizinhas que integram o
circuito de agroturismo, ecoturismo ou turismo rural. É notável o efeito dos jardins compondo a
paisagem de campos floridos, imprimindo benefícios diretos sobre o turismo de lazer.
Obviamente que o sucesso desses empreendimentos está diretamente ligado às preocupações e ações do
empreendedor quanto ao fazê-los de forma ecológica – da elaboração à gestão do projeto – em todas as
suas interfaces econômicas, sociais, culturais e, principalmente, ambientais, de forma que haja sensibilidade,
responsabilidade e comprometimento, para que se efetive o desenvolvimento rural sustentável.
De acordo com depoimentos de pessoas ligadas ao segmento de agroturismo ou ecoturismo, as flores
e as plantas ornamentais são elementos de crucial importância na composição da paisagem.
É evidente a preferência do turista por propriedades rurais em que os proprietários, além de manterem
as características de origem rural no seu caminhar, vestir e falar, conservam certa sensibilidade
em relação ao belo, cultivando flores e plantas ornamentais nos diferentes ambientes da propriedade,
enriquecendo a paisagem e atraindo beija-flores, borboletas etc.
O cultivo de flores e plantas ornamentais, como fonte de renda alternativa e/ou complementar da
propriedade rural, deve ser precedido de planejamento técnico criterioso, treinamento da mão-de-obra
operacional etc. Quanto à opção por flores tropicais, temperadas ou plantas ornamentais, isso depende
de vários fatores, tais como: localização, facilidade de transporte, possibilidade de construir estufa de
plástico, área coberta com tela para sombreamento, topografia, altitude, temperatura média anual,
disponibilidade de água para irrigação, energia elétrica, distância do mercado consumidor, entre
outros.
PRINCIPAIS EVENTOS LIGADOS AO SETOR DE FLORICULTURA
O segmento da Horticultura Ornamental, envolvendo as cadeias produtivas de flores e plantas
ornamentais, tem atingido índices significativos de crescimento e importância para o setor
do agronegócio brasileiro. Fato que pode ser confirmado por meio do amplo calendário de
feiras e eventos técnicos e científicos oferecidos em praticamente todos os Estados da federação
brasileira.
O Tropical Invest – Fórum Tropical e Feira de Flores Tropicais e Plantas Ornamentais – teve um
saldo positivo, segundo os organizadores. O evento, que foi realizado pela Comissão de Floricultura
da Faepe entre os dias 23 e 27 de abril de 2003 em Recife (PE), reuniu, nas palestras, 360 participantes: quase 20% a mais do que fora previsto.
FEIRAS E FESTIVAL DE FLORICULTURA NO BRASIL
Mês de março
1. Agroflores, em Fortaleza (CE);
2. Enflor (Encontro Nacional de Floristas), em Holambra (SP).
Mês de abril
1. Garden Fair (Tecnologia em Jardinagem e Paisagismo), em Holambra (SP);
2. Hort (Flor de Atibaia), em Atibaia (SP);
3 Hortifeira, em Joinville (SC);
4. Flor Invest, em Recife (PE).
Mês de maio
1. II Feira do Agronegócio da Floricultura Capixaba (Expoflor, ES), de 27 a 29;
2. Enflorj (Encontro de Floricultura e Plantas Ornamentais do Estado do Rio de Janeiro), no Rio de
Janeiro (RJ);
3. Flor Pará, em Belém (PA).
Mês de junho
1. IV Feira do Agronegócio Hortícola no ES (IV Hortifeira), em Venda Nova do Imigrante (ES);
2. Hortitec, em Holambra (SP);
3. Sulflores (Encontro Técnico sobre Floricultura e Paisagismo), em Curitiba (PR).
Mês de setembro
1. II Festival de Flores e Plantas Ornamentais de Santa Teresa (ES), de 23 a 25;
2. Fiaflora (Feira Internacional de Floricultura, Paisagismo e Jardinagem), em São Paulo (SP).
Impactos da Floricultura no turismo REVISADO5.p3md 26/11/2007, 10:57
5 4 Impactos da floricultura sobre o turismo no Espírito Santo
Mês de novembro
1. Feira do Verde (Esposição de Orquídeas e Bonsai, ES), de 11 a 13;
2. Fenagri (Feira Nacional da Agricultura Irrigada), em Petrolina (PE);
3. Work Shop de Orquídeas, em Viçosa (MG);
4. II Bahia Flores (Encontro de Floricultura da Bahia), em Salvador (BA).
Os municípios serranos do Estado do Espírito Santo, produtores de flores e plantas ornamentais,
vêm se consolidando como principais opções no agronegócio, agroturismo e na promoção de eventos
e feiras. Tais iniciativas proporcionam geração de empregos diretos e indiretos, novos investimentos
no segmento de hotelaria, além do desenvolvimento de recursos financeiros e de talentos
humanos, com a finalidade de melhorar o atendimento ao turista.
Destaque merecedor deve ser dado a região de Pedra Azul, município de Domingos Martins, que
promove a tão famosa Feira do Vinho, com freqüências ilustres e grande potencial divulgador do
agroecoturismo capixaba.
FEIRAS E EXPOSIÇÕES NO EXTERIOR
Chelsea Flower Show – Ocorre em Londres, na Inglaterra, durante o mês de maio, com duração de
cinco dias; é a mais popular e importante exposição do setor, no mundo.
Sem informação de data
1. Iberflora, na Espanha;
2. International Flower Trade Show, em Amsterdã.
Mês de janeiro
1. Agromek, em Herning, Denmark;
2. IPM 2005, em Essen, Germany.
Mês de setembro
1. VIV China 2004, Everbright Convention and Exhibition Center, em Shanghai;
2. Space 2004, em Rennes Cedex, France.
Mês de outubro
1. Fieravicola, em Forli, Italy.
Mês de novembro
1. Sial 2004, em Paris, France;
Impactos da Floricultura no turismo REVISADO5.p4md 26/11/2007, 10:57
Principais eventos ligados ao setor de floricultura 5 5
2. Eurotier 2004, em Hanover, Germany;
3. Expoaviga, em Montjuic Trade Fair, Spain;
4. VIV Europe, em Utrecht, The Netherlands.
7.3 PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES NO BRASIL
Destaque especial deve ser feito à Expoflora, em função da sua grandeza e importância.
A Expoflora ocorre no Brasil a principal exposição do setor na América Latina. Essa exposição foi
realizada pela 22ª vez em 2004, com expectativa de atrair um público de pelo menos duzentas e
cinqüenta mil pessoas para visitar a Holambra, a 140km de São Paulo. Na avaliação de Fernandes,
o evento teve como projeção injetar R$ 7 milhões na economia da região.
A projeção para o ano de 2005 foi de 300 visitantes, número bem superior aos 265 mil que compareceram
no ano passado, diz Paulo Fernandes, coordenador da Expoflora. O evento deve movimentar
cerca de R$ 12 milhões.
Sem data agendada
1. Fest’Flora, em Fortaleza (CE);
2. Festa das Rosas e Flores de Barbacena, em Barbacena (MG).
Mês de agosto
1. Expo Aflord, em Arujá (SP);
2. Friflor (Festa da Flor de Nova Friburgo), em Nova Friburgo (RJ).
Mês de setembro
1. Festa das Flores e Morangos, em Atibaia (SP);
2. Expoflora, em Holambra (SP).
fotos topo montanhas capixabas.com.br e rotary4410.org.br
Texto Sebrae autoria Ana da Gloria Costa Caiado
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