Com uma produção de cerca de 165 mil frutos por ano e quase 12 mil hectares de área plantada, o coco é a segunda fruta responsável pela geração de renda no agronegócio capixaba da fruticultura, respondendo por um em cada cinco reais de renda total gerada pelo setor. Em primeiro lugar, encontra-se o mamão, responsável por um em cada dois reais de renda gerada no agronegócio de frutas no Estado.
A instalação de empresas processadoras de coco no Estado, tais como a empresa De Martins/ Wow Indústria e Comércio, a Amacoco/ PepsiCo e a DuCoco representam importantes fatores de incentivo para a implantação de lavouras comerciais.
5.2.7. Polo de Tangerina amplia oportunidades para agricultores
O Polo da Tangerina das Montanhas no Espírito Santo, lançada em 2010, tem como uma das metas a ampliação da área plantada para 850 hectares na região, numa expansão de 150 hectares em relação à situação atual. Fazem parte do Polo os sete municípios que, juntos, detêm 80% da produção de tangerina do Estado, a saber: Muniz Freire, Conceição do Castelo, Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins, Marechal Floriano, Santa Maria do Jetibá e Santa Lopoldina, além de outros dez que possuem potencial para expansão.
A previsão para a consolidação do Polo é de quatro anos. Considerando-se a meta de ampliação da área da plantação, pode-se prever uma geração de empregos da ordem de 300 a 450 novos postos de trabalho para as microrregiões Sudoeste Serrana e Central Serrana capixaba. Além disso, o Polo vai servir para integrar os produtores atuantes num mesmo perímetro de modo que passem a realizar determinadas etapas da produção em conjunto, como, por exemplo, a estocagem. Almeja- se que os ganhos de escala derivadas da ação comum redundem em aumento efetivo na renda das famílias envolvidas.
Organizado pela Seag e executado pelo Incaper e parceiros, o Polo de Tangerina das Montanhas no Espírito Santo visa incentivar o desenvolvimento e a expansão do plantio da fruta em terras capixabas. Quem adere tem acesso a políticas públicas, acompanhamento especializado pelo Incaper e apoio do setor privado para seguir na atividade.
Projeta-se que, durante os próximos quatro anos, 100 mil mudas sejam distribuídas entre os municípios participantes, embora o número possa aumentar. No médio prazo, será criado um centro de produção de mudas em Santa Leopoldina. Assim, espera-se que mais pessoas possam ser atendidas.
5.2.8. Produção de Uva representa boa opção para agricultor familiar
O lançamento do Polo de Uva e Vinho do Espírito Santo ocorreu em 2004. O Governo Estadual, por meio da Seag e do Incaper e das prefeituras dos municípios com potencial para produção de manga no Espírito Santo, estruturou e implementou ações com vistas ao estabelecimento do Polo para o atendimento, de forma prioritária, ao mercado local e às industrias artesanais. A implementação e o desenvolvimento do Polo passaram por ações de planejamento focadas na adequação da base tecnológica, com expansão da área cultivada e ampliação da produção e produtividade, além da melhoria da qualidade do produto por meio de tecnologias que propiciem sistemas de cultivos adaptados às condições de clima e solo do Espírito Santo.
Com base num diagnóstico inicial da realidade da vitivinicultura na região do Polo, foi possível identificar alguns entraves quanto ao sistema de produção, como a embalagem imprópria das frutas para comercialização in natura, a falta de infraestrutura e processos de produção inadequados das vinícolas para garantir-se a qualidade dos produtos industrializados ao nível de exigência dos consumidores, o que resultava em grandes perdas. Para minimizar os problemas identificados, o Incaper criou, em 2006, um Grupo Gestor do Polo de Uva e Vinho, composto por representantes do Incaper, do SEBRAE- -ES, das cooperativas e associações e de todos os demais segmentos da vitivinicultura de Santa Teresa, município com a maior área de produção e maior número de vinícolas do Estado. O grupo estabeleceu como objetivo coordenar o Polo, com planejamento das ações de treinamento e capacitação e estímulo à interação entre os produtores. Passaram a ocorrer reuniões mensais, nas quais se discutem os problemas e buscam-se opções de forma a minimizarem-se as dificuldades surgidas no gerenciamento da cadeia produtiva.
Uma ação prioritária da Seag, a partir do lançamento do Polo, visando incentivar o aumento de área plantada, consistiu na distribuição de porta-enxertos e de enxertos para formação de novos pomares. Antes do lançamento do Polo, o porta-enxerto utilizado era somente o ‘Traviú’. Após a formação do Polo, foram introduzidos o ‘IAC-572’ e o ‘IAC-766 Campinas’. As variedades indicadas para a formação de copa com a finalidade de produção de uva de mesa e vinho foram ‘Isabel’, ‘Isabel Precoce’, ‘Niágara Rosada’ e ‘Bordô’; para a produção de uva sem sementes destinada à mesa foram ‘Clara’, ‘Linda’, ‘Morena’, ‘Maroo’ e Patricia; para a produção de vinho de mesa indicaram-se a ‘Moscato Embrapa/IAC 137’, a ‘Lorena’ e a ‘Bordo’; para a fabricação de vinho fino, recomendou-se a ‘Cabernet Sauvignon’ e, finalmente, para produção de suco, sugeriram-se a ‘Cora’, ‘Isabel Precoce’, ‘Bordô’ e ‘Violeta’.
Por ocasião da implantação do Polo, em 2004, somente no município de Santa Teresa o cultivo da Uva era praticado em 17 propriedades rurais, ocupando cerca de 13,0 ha. Em 2010, o município atingiu um total de 60 propriedades de base familiar produzindo uvas, numa área de 45,0 hectares, dos quais, 23,0 hectares encontram-se em plena produção. Em torno de 368 produtores estão inseridos em toda a cadeia produtiva. A produtividade média atinge 28,0 toneladas/ha, sendo colhidas duas safras por ano: uma nos meses de julho/agosto e a outra nos meses de dezembro/janeiro. Na safra 2009/2010 foram fabricados cerca de 100 mil litros de vinho e 15 mil litros de suco de uva nas 8 cantinas existentes no município. Além de Santa Teresa, fazem parte do Polo os municípios de Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Domingos Martins, Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo e Alfredo Chaves, por apresentarem condições de clima e solo propícias ao desenvolvimento da viticultura.
Para proporcionar esse aumento significativo da produção, além da disponibilização de mudas pela Seag destinadas ao aumento da área plantada, foram realizados junto aos produtores diferentes cursos de capacitação voltados à adequação do pacote tecnológico, em busca de melhoria da produtividade, e da infra-estrutura das cantinas, por meio de uma assessoria de profissionais treinados do Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN).
O processo de comercialização foi evoluindo e, na safra de 2009/10, 70% da produção in natura foi comercializada na Ceasa- ES e 30% nos mercados local e regional. Já a produção dos processados (vinhos e sucos) foi comercializada no mercado local e na própria propriedade, alavancada pelo Programa de Agroturismo, Turismo Rural e Eventos Típicos e Culturais no município, como a Festa do Vinho e da Uva e Festa do Imigrante Italiano, eventos que mobilizam grande número de capixabas e turistas dos Estados vizinhos.
5.2.9. Abacaxi: pesquisas e assistência técnica fazem produção aumentar em 45% no Estado
Tradicionalmente, a cultura do abacaxi é praticada no Sul do Espírito Santo, com destaque para os municípios de Marataízes, Itapemirim e Presidente Kennedy. Entretanto, a implantação pelo Governo do Estado, por meio da Seag e do Incaper, dos Polos de Abacaxi no Espírito Santo, ocorreu em duas regiões distintas devido às condições edafoclimáticas para produzir abacaxi em todo o litoral. Um Polo está localizado no Sul, nos municípios de cultivo tradicional, e outro na região Norte, em virtude do crescimento da demanda pela fruta, tanto doméstica quanto para a agroindústria. As ações de planejamento desenvolvidas para o lançamento de ambos os Polos são focadas na adequação da base tecnológica, com expansão da área cultivada, ampliação da produção e da produtividade, além da melhoria na qualidade do fruto.
Os municípios inseridos no Polo de Abacaxi da Região Norte, lançado em 2009, são: Pinheiros, Montanha, Pedro Canário, Mucurici, Conceição da Barra, Boa Esperança, São Mateus Jaguaré, Sooretama e Linhares. Existe a possibilidade, porém, de expansão para outros municípios em função do aumento na demanda e de estudos de viabilidade técnica e econômica.
Uma das ações considerada estratégica pelo Incaper foi o lançamento, em 2005, da variedade de abacaxi Vitória, resistente à Fusariose, principal doença do abacaxizeiro e responsável pela baixa qualidade de frutos e perdas na produção. O lançamento desta variedade possibilitou a expansão da cultura para a região Norte do Estado, suscitando o interesse de novos empresários rurais pelo plantio do abacaxi e impulsionando a expansão da cultura com nova base tecnológica.
Esse cenário contribuiu para que a produção de abacaxi alcançasse destaque no cenário capixaba da fruticultura, passando de aproximadamente 20 mil para 35 mil toneladas nos últimos seis anos, numa taxa acumulada de crescimento de 45% ou, ainda, de 6,8% ao ano.
Desde o lançamento da variedade Vitória até 2009, o Governo do Estado, por meio da Seag e do Incaper, adquiriu e distribuiu cerca de 450 mil mudas de qualidade aos agricultores familiares, enquanto outras 353 mil foram produzidas nas áreas experimentais do Incaper e também disponibilizadas aos produtores rurais. O Governo adquiriu mais 800 mil mudas, em 2010, as quais serão distribuídas até março de 2011.
5.2.10. Produção de Banana cresce 15% no Estado
A bananicultura, uma das atividades integrantes do agronegócio fruticultura, possui grande importância social e econômica para o Espírito Santo, com uma área plantada de aproximadamente 20 mil hectares, sendo responsável pela geração de emprego e renda para uma maioria de agricultures de base familiar envolvidos nos processos de produção e comercialização. A atividade gera cerca de 25 mil ocupações em toda a cadeia produtiva. Os principais municípios produtores são: Alfredo Chaves, Iconha, Guarapari, Anchieta, Rio Novo do Sul, Santa Leopoldina, Domingos Martins, Ibiraçú, Fundão, Viana, Cariacica e Mimoso do Sul.
Nos últimos seis anos, a produção capixaba de banana ganhou fôlego e aumentou em 15% sua produtividade, passando de 25 para as atuais 35 toneladas por hectare. Tendo em vista a importância econômica e social da atividade, o Governo do Estado, mediante a Seag e o Incaper, tem incentivado a bananicultura por meio de ações visando a consolidação dos três Polos de Banana do Espírito Santo, uma vez que no Estado predomina o cultivo de banana do subgrupo Prata, com aproximadamente 80% da área cultivada, seguida pela banana do subgrupo Terra (‘Terra’ e ‘Terrinha’), com 15% e pela banana do subgrupo Cavendish (‘Nanicão’, ‘Grande Naine’ e ‘Nanica’ ) , com 5%.
Os principais objetivos desses Polos residem, de uma parte, no desenvolvimento de tecnologias destinadas a aumentar a produtividade, a resistência às doenças e a qualidade dos frutos e, de outra, em organizar os produtores para a comercialização, buscando superar assim um dos principais entraves ao progresso da atividade enfrentado pelos bananicultores do Estado. Para tanto, o Incaper vem introduzindo e estudando cultivares e clones de bananeira buscando variedades resistentes às principais doenças. Como resultado deste trabalho o Instituto lançou, em 2005, as cultivares do grupo Prata denominadas Vitória e Japira, recomendadas também para o cultivo orgânico. Estas novas variedades apresentam características semelhantes à banana Prata disponível no mercado, mas com produtividade mais elevada. Mostram-se superiores às variedades tradicionais, ainda, no que diz respeito à reação às doenças, sendo resistentes à sigatoka-amarela, à sigatoka-negra e ao mal-do-Panamá. Produzem, ademais, frutos de excelente qualidade para o mercado.
De 2005 a 2010, o Governo do Estado, por meio da Seag, adquiriu 100 mil mudas das variedades Japira e Vitória, distribuídas pelo Incaper aos agricultores capixabas via associações e cooperativas para a formação de pomares clonais planejados, unidades instaladas em quase todos os municípios do Estado com a finalidade de multiplicação de mudas a serem repassadas aos produtores rurais. Desde o lançamento destas novas cultivares, a Seag e o Incaper recebem um grande número de solicitações, encaminhadas por produtores, associações e cooperativas de diversas regiões do Brasil, buscando informações sobre a forma de obtenção de mudas dessas duas variedades.
Desenvolovimento da Fruticultura Incaper Revista texto e fotos oficiais
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