Parque Nacioinal da Serra do Tumucumaque-Amapa -com 3,867 milh'oes de hectares- foto portalconceicaobentes.blogspot.com |
Estudo avaliou potencial econômico de parques nacionais e outras áreas de proteção
As unidades de conservação (UCs) brasileiras têm potencial de retorno financeiro de quase R$ 6 bilhões ao ano, segundo estudo realizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Embaixada Britânica e a Cooperação Internacional Alemã (GIZ). Estes valores podem chegar a 10 bilhões até 2016 se forem feitos os investimentos necessários na estrutura das áreas nacionais, estaduais e municipais de proteção da biodiversidade.
A pesquisa, intitulada Contribuição das Unidades de Conservação para a Economia Nacional, foi divulgada no auditório do Ipea, em Brasília. Para estimar o retorno financeiro, a equipe envolvida no projeto considerou os bens e serviços que são ou poderiam ser fornecidos pelas unidades de conservação, como, por exemplo, produtos florestais (manejo sustentável), visitação pública e “aluguel” do estoque anual de carbono não emitido.
O Ministério do Meio Ambiente buscou no estudo evidenciar os benefícios econômicos e sociais das áreas de conservação para o país. “Investir em UCs não é jogar dinheiro fora, é um investimento que dá um retorno muito bom. A cada real investido, voltam cinco”, argumentou Fábio França, do MMA. Ana Paula Leite Prates, diretora do Departamento de Áreas Protegidas do MMA, destacou os benefícios das UCs para as populações locais.
Apenas com o manejo sustentável (seguindo o modelo federal de concessão florestal), o aproveitamento da madeira poderia render entre R$ 1,2 e 2,2 bilhões. “O potencial é muito grande, com impacto importante para as comunidades locais, sem necessidade alguma do desmatamento predatório”, afirmou Carlos Eduardo Young, um dos autores do documento.
Com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas no Rio de Janeiro, o estudo estima que, em um cenário conservador, os 67 parques nacionais poderiam receber 13,7 milhões de pessoas, com ganhos entre R$ 1,6 e R$ 1,8 bilhão. No cenário mais otimista, com investimentos necessários na estruturação dos parques, o número de visitantes chegaria a 20 milhões em 2016.
“Se eu fizer os investimentos adequados, posso ter ganhos muito maiores, como em qualquer outro setor da economia. É o mesmo, por exemplo, de se construir uma estrada para escoar a produção”, argumentou Rodrigo Medeiros, também autor do estudo.
Os valores monetários mais significativos nas UCs viriam, no entanto, das emissões evitadas de gás carbônico. A criação e manutenção das unidades evitaram a emissão de 2,8 bilhões de toneladas de carbono. O “aluguel” desse estoque poderia gerar entre R$ 2,9 e R$ 5,8 bilhões, valores que superam os gastos atuais e as necessidades de investimento adicional para a consolidação das UCs, segundo a pesquisa. “O estudo apresenta um desafio ao Ministério, colocado por ele mesmo, de tornar esse potencial uma realidade”, concluiu Rodrigo Medeiros.
Confira o Sumário Executivo do estudo Contribuição das Unidades de Conservação Brasileiras para a Economia Nacional
www.ipea.gov.br/portal/images/stones/PDFs/110607_ucsbrasil_mma_wcmc.pdf
realização MMA, Pnuma, Ipea, GIZ Cooperação Alemã e Embaixada Britanica
texto Ipea
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