27 de jan. de 2012

Reserva de Desenvolvimento Sustentavel do Uatumã-Amazonas


Beleza cenica -o forte na RDS do Uatamã no Amazonas-foto idesam.org.br

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) é uma modalidade de Unidade de Conservação que abriga populações cuja existência baseiase em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais - desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e específicas - de forma a exercer o papel de proteção da natureza e manutenção da diversidade biológica.

Nesse contexto, encontra-se a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, Unidade de Conservação cravada no coração da Amazônia onde vivem populações tradicionais em sintonia com a natureza. Ela é formada por áreas de floresta densa em terra-firme e áreas inundáveis, campinas e campinaranas Entre os animais, estes merecem destaque: jaguatirira, onça pintada, tamanduá bandeira, lontra, ariranha, peixeboi e tartaruga-da-Amazônia. Todos eles, em risco de extinção, encontraram na região um ambiente seguro para sobrevivência.

A RDS está localizada na região do médio Rio Amazonas, a 380 km de Manaus, nos municípios de Itapiranga e São Sebastião do Uatumã.


Floresta amazoniaca-foto br.viarural.com

Atividades de Educação

Cultura regional: conhecendo o modo de vida ribeirinho

As manifestações culturais dos moradores da RDS do Uatumã estão expressas no dia-a-dia da vida comunitária e as relações familiares, presentes em muitas das atividades. Isso pode ser percebido na construção artesanal de instrumentos de trabalho e de uso diário, como canoas e peneiras e redes de pesca. O mesmo ocorre na fabricação artesanal da farinha de mandioca, feita com laços familiares e de afinidade, durante a qual se realizam “puxiruns”, prática que pode ser descrita como bom exemplo de união: mães, pais, idosos, crianças e amigos participam das etapas de preparo desta que é a manifestação cultural mais popular do Brasil e, em especial, da Região Norte do País. A pesca e caça, por sua vez, são realizadas geralmente pelo chefe da família que, desde cedo, leva os filhos para aprenderem essas tarefas.

Este é um breve relato da rica e ainda pouco conhecida cultura cabocla.

Ainda existem muitas formas típicas de expressão, lendas e histórias locais que tem seus segredos e mistérios revelados somente por meio do contato com os atores centrais dessa história, de preferência, in loco. Essa experiência única é possível com o turismo comunitário na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, onde o visitante fica na casa de um ribeirinho e participa do dia-a-dia do homem da floresta amazônica.

Atividades turísticas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã

Localização da RDS -foto idesam.org.br

Festas Comunitárias

Muitas comunidades realizam anualmente uma festa na localidade e convidam não só os moradores da RDS do Uatumã, como também os de comunidades vizinhas e da própria sede do município. A boa notícia é que o turista também pode fazer parte destas comemorações. Basta estar atento ao calendário das principais festividades anuais da RDS doUatumã e agendar a viagem!

Quelônios do Uatumã

A região do rio Uatumã é reconhecida pela grande quantidade de quelônios aquáticos. Entre as principais espécies que podem ser vistas por lá estão a tartaruga-da-Amazônia – animal em risco de extinção -, os tracajás, iaçás e irapucas, que ocorrem abundantemente no local. Cinco comunidades da RDS do Uatumã possuem atividades de conservação e reprodução desses animais. A iniciativa leva o nome de Programa Quelônios do Uatumã e contempla ações mensais de monitoramento e sensibilização ambiental. Anualmente, a soltura de quelônios nas áreas protegidas da Reserva é acompanhada por uma grande atividade de conscientização ambiental junto aos moradores locais. O objetivo é divulgar os resultados do Programa, trazendo mais moradores para atuarem direta ou indiretamente nos objetivos da Unidade de Conservação. Desde o início da atividade em 1996, o programa de proteção de quelônios já repovoou a bacia do Uatumã com aproximadamente 100.000 animais. O turista que frequentar a RDS do Uatumã poderá conhecer mais sobre a realidade do Programa, bem como visitar os tabuleiros (praias) de reprodução dos quelônios e os berçários, além de conversar com os ribeirinhos que atuam na atividade. A ação é desenvolvida junto com as comunidades pela Eletrobrás Amazonas
Energia, com apoio das prefeituras locais.

Principais festividades anuais da RDS do Uatumã .

Comunidade Comemoração Data

Santa Luzia do Jacarequara Aniversário da comunidade Abril

Monte das Oliveiras Aniversário da comunidade 25/mai

Maanaim Aniversário da igreja Junho

Santa Helena do Abacate Festa de São João Junho

São Francisco do Caribi Festa de São Francisco 26/ago

Ebenezer (das Pedras) Aniversário da Igreja 28/ago

Maracarana Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 12/out

Flechal Nossa Senhora Aparecida 12/out

Cesaréia Aniversário da Igreja 20/Nov

Santa Luzia do Caranatuba Nossa Senhora de Santa Luzia 12/dez

Nova Jerusalém do Amaro Aniversário da Igreja 12 e 13/ago

Evento sujeito a variação de data de acordo com o planejamento da

comunidade. Importante verificar a data antes de programar o pacote.

Manejo Florestal Comunitário

O extrativismo madeireiro tem o objetivo de estimular a geração de renda por meio do aproveitamento da madeira produzida com base em técnicas de manejo florestal sustentável, de modo a garantir as necessidades de empresas locais de base florestal e naval, além do consumo próprio dos produtores e das comunidades sem comprometer a floresta. A RDS do Uatumã possui os primeiros Planos de manejo Florestal comunitários de terra firme em Unidades de Conservação do Amazonas. Com a visita, é possível entender a forma de organização dos manejadores florestais, visitar as áreas de produção e compreender como a ciência, aliada ao conhecimento tradicional, contribui para o uso sustentável da floresta.

Programa Carbono Neutro Idesam

A RDS do Uatumã é a primeira Unidade de Conservação do Brasil que possui como estratégia de gestão a utilização dos serviços ambientais para auxiliar sua implementação. Dessa forma, foi formulado o Programa Carbono Neutro Idesam, que consiste na implantação de Sistemas Agroflorestais
em áreas degradadas da Unidade de Conservação como forma de compensar as emissões de parceiros interessados em se carboneutralizar.

Os sistemas agroflorestais implantados na Reserva são baseados no conhecimento tradicional do uso do solo e nas técnicas agroecológicas para climas tropicais. O resultado disso? Áreas biodiversas com espécies nativas como a andiroba, o cupuaçu e o pau-rosa que recuperam a floresta e garantem renda ao morador tradicional. O turismo comunitário no Uatumã permite ao visitante conhecer as áreas de produção, a estrutura do primeiro programa de recuperação de áreas degradadas e os serviços ambientais de uma Unidade de Conservação na Amazônia.

Assim, empresas, instituições e pessoas que decidirem carboneutralizar sua emissões de carbono para a atmosfera pelo Programa Carbono Neutro, podem ir até a Reserva e ver como que seu carbono está sendo capturado da atmosfera pelas árvores plantadas na Reserva do Uatumã’.

O que é CARBONeuTRALIZAÇÃO?

Carboneutralização é a ação de compensar emissões de gases de efeito estufa, que contribuem com as mudanças climáticas e o aquecimento global, através de reflorestamentos em áreas degradadas ou sem vegetação natural.

Turismo de Aventura

Trilha histórica do extrativismo do Pau Rosa

O pau-rosa (Aniba roseadora) é uma árvore nativa da Amazônia, muito explorada no passado por causa do seu óleo, utilizado para a fabricação de perfumes, entre eles o famoso Channel Nº 5. Na RDS do Uatumã, é possível percorrer uma trilha de 6 km utilizada por antigos trabalhadores, numa caminhada de cerca de uma hora e meia. A trilha é um antigo ramal do pau-rosa e a caminhada é plana e de fácil acesso. Ao final dela, uma bela surpresa: a Cachoeira Bela Encantada. Cravada no meio da floresta, ela possui água cristalina e uma queda de cerca de 6 metros.

Campina Santa Helena

A campina é uma forma de vegetação bastante típica, que se diferencia por completo das florestas densas da Amazônia. Formada por uma vegetação baixa e muito rica, possui grande quantidade de orquídeas e bromélias e são conhecidas localmente como “campos da natureza”. Também possui aves diferenciadas e lindas quedas d’água presentes em grotas em meio à paisagem. A Campina Santa Helena possui fácil acesso, a partir de uma trilha de cerca de 30 minutos de caminhada. O passeio é inesquecível!

Trilha da Serra do Jacamim O jacamim é uma ave típica da região, muito comum n serra que tem o mesmo nome e que percorre paralelamente o rio Uatumã. Com cerca de 8 km de extensão e com dificuldade média de percurso, o início da trilha se dá por um igapó (floresta que passa parte do ano inundada pela cheia do rio). Durante o caminho há mirantes  imperdíveis de onde é possível observar a floresta do alto da serra. A descida, por sua vez, culmina em uma praia às margens do rio Uatumã. Por lá, a boa pedida é se refrescar com banho de rio e saborear a comida típica ribeirinha na casa de moradores da região.

Corredeiras do Caranatuba

O Igarapé do Caranatuba é famoso por possuir corredeiras ao longo do seu leito. Embarcado em canoas, vale subir o igarapé até esta região, contemplar a beleza diferenciada e nadar nas corredeiras. O percurso de canoa até o local dura cerca de duas horas. Animais e plantas endêmicas da Amazônia são outros grandes atrativos!

Lago Azul do Jatapú

O lago azul está localizado junto a um igapó que possui água transparente, ideal para mergulhos e visualização de peixes e outros animais aquáticos. Localizado em um afluente do Rio Jatapú, próximo à comunidade do Lago do Arara, é uma das atrações imperdíveis para o turista que vista a Unidade de Conservação.

Turismo de Aventura

Focagem noturna de animais

A floresta amazônica é freqüentada por animais selvagens, como o temido jacaré-açú - que pode chegar a mais de 6 metros de comprimento - e grandes mamíferos, entre eles as onças pintada e parda. Na RDS do Uatumã, por exemplo, são realizadas emocionantes expedições noturnas para a focagem de jacarés em igapós. A sensação dessa aventura é indescritível.

E mais: é comum ver também outros exemplares de espécies selvagens da floresta amazônica.

Pesca Esportiva

A pesca dos gigantes da Amazônia

A Floresta Amazônica é o paraíso da pesca esportiva. É a região dos maiores peixes, o sonho de todo
pescador. Os rios Uatumã e Jatapú são muito procurados pelos grandestucunarés existentes, como é caso do tucunaré-açú, peixe que pode atingir um metro e pesar mais de 13 quilos. Qualquer uma das 15 espécies de tucunaré cientificamente conhecidas tem a força de um voraz predador. E o sortudo que topar com um desses tem história para toda vida. A pesca esportiva na RDS do Uatumã é ordenada pelo Plano dePesca Esportiva, com áreas de utilização e preservação na Unidade de Conservação. A pesca ocorre nos meses de setembro a dezembro e as regras para a atividade são discutidas anualmente entre os gestores da Unidade e os moradores.

Atividades futuras

O turismo na RDS do Uatumã está em fase de expansão. O Plano de Uso Público, que norteia as atividades turísticas locais prevê para a região outras atrações turísticas como:
Educação patrimonial e visita a sítios arqueológicos: a região da bacia do Uatumã foi, no passado, local de desenvolvimento de civilizações amazônicas, habitada por diferentes etnias indígenas. Após
estudos arqueológicos na unidade de Conservação previstos no Plano de gestão da UC, haverá a possibilidade do turista visitar um sítio arqueológico aberto, que mostra como um arqueólogo trabalha, verificar as diferentes camadas do solo e conhecer parte da vida dos ancestrais por meio de vestígios arqueológicos.

Circuito de caiaque pelo Rio Uatumã: sair da Vila de Balbina, remando em caíque ou canoa num circuito que leva vários dias, está se tornando uma opção popular para os mais aventureiros. Em breve, os visitantes poderão utilizar seus próprios esforços descendo o rio de Balbina até Itapiranga (ou, se preferirem, um barco pode deixá-los no caminho). Os circuitos podem ir de 3 a 10 dias. Haverá opções
para pernoitar e fazer as refeições nas comunidades. Para quebrar os dias remando, é possível acrescentar atividades complementares como subir a Serra do Jacamin, caminhar até a cachoeira da Bela Encantada ou à Campina Santa Helena.

Arvorismo e escalada em árvore (tree climbing): a prática permite ao turista contemplar o rico e pouco conhecido universo das copas das árvores centenárias amazônicas, como angelins e castanheiras, utilizando técnicas de mínimo impacto, sem deixar dano à natureza. Trata-se de um método que consiste em escalar com cordas, sem escalar propriamente o tronco das árvores, preservando-se assim os seus organismos vivos.

Triatlo Tropical: possui três modalidades de esporte: caiaque, bicicleta e natação. Será implantado após análise de viabilidade técnica para a escolha do local mais seguro e menos impactante para a UC.

Exemplo de vestígio arqueológico encontrado na RDS do Uatumã

Como Chegar à Rds do Uatumã

Aeroporto Internacional Eduardo Gomes

Avenida Santos Dumont, 1350 Tarumã CEP 69041-000 Manaus/

AM Contato: +55 (92) 3652 1210 FAX: +55 (92) 3652 1366/1169

Terminal Rodoviário Municipal de Manaus

Rua Recife, km 8 Manaus - AM Contato: +55 (92) 3236-3409

Porto de Manaus Rua Marquês de Santa Cruz, 25, Centro, CEP

69005 050 - Manaus / AM Contato: +55 (92) 2123 4350 / +55 (92)

2123 4351 Fax: +55 (92) 2123 4360

1. Transporte terrestre

Partindo de Manaus: Manaus - Itapiranga: pela AM-010 (Manaus -

Itacoatiara), percorre-se 227 km até a AM-363 (Estrada da Várzea); segue

mais 110 km até Itapiranga. Total: 337 km (5hs).

Para o turista que queira conhecer as maravilhas naturais da RDS do Uatumãexistem três formas de hospedagem. A escolha de uma delas depende exclusivamente do perfil do visitante e da experiência que ele deseja vivenciar:

• Barco Hotel: utilizado principalmente por pescadores esportivos, o barco-hotel é indicado para o turista que deseja vivenciar a vida na floresta, sem abrir mão do conforto em sua estadia. Os pacotes turísticos com essa embarcação são vendidos geralmente na capital do Estado poroperadoras de turismo e pesca esportiva.

• Pousada comunitária: é a modalidade de acomodação que mais possibilita a vivência comunitária. O turista fica hospedado na casa de um ribeirinho e participa do cotidiano da vida na região. Atualmente, existem pousadas comunitárias em três localidades: Comunidade Bela Vista (com capacidade de abrigar 32 pessoas), Comunidade Santa Helena do Abacate (capacidade: 14 pessoas), Comunidade Maracarana (capacidade: 18 pessoas) e Comunidade Livramento (capacidade: 10 pessoas).

• Camping: o camping é a modalidade indicada para o turista que possui o perfil mais aventureiro. Existem pontos estratégicos onde é possível pernoitar na floresta ou nas praias do rio Uatumã. Para tanto, é necessário estar acompanhado de um guia local e respeitar as regras e o zoneamento da Unidade de Conservação.

Todas as modalidades podem ser combinadas durante a estadia na Reserva (por exemplo: 04 dias em pousada comunitária + 02 dias em camping).

ÔNIBUS: Há ônibus diários de Manaus para Itapiranga. Acomodação

Manaus - Balbina: pela BR-174, entrar no Km 102 para AM-240 (Estrada

de Balbina). Seguir 73 km e entrar no ramal da Morena e percorrer 28

Km até o porto (da Morena).

ÔNIBUS: Há ônibus diários de Manaus para Balbina duas vezes ao dia.

2. Transporte Fluvial Existe transporte fluvial saindo de Manaus

para Itapiranga e São Sebastião do Uatumã, saindo do Porto de Manaus.

3. Transporte para a RDS do Uatumã Partindo de Itapiranga, São Sebastião do Uatumã ou Presidente Figueiredo não existe transporte comercial. Mensalmente o barco da prefeitura de cada município realiza o transporte dos comunitários para comércio na cidade, sendo possível tambéma utilização desse meio para o acesso a reserva.

Frete: A partir de Babina ou Itapiranga é possível fretar barcos e voadeiras para ingressar na Reserva.

Como visitar?

Para mais informações, consulte:

Centro estadual de unidades de

Conservação - CeuC

Av. Mário Ypiranga Monteiro (antiga Recife), 3280 ,

Parque Dez, CEP 69.050-030 - Manaus/AM

Contato: (92) 3642-4607 www.ceuc.sds.sm.gov.br

Instituto de Conservação e Desenvolvimento

Sustentável do Amazonas - Idesam

Rua Barão de Solimões, 12 , Conjunto Parque das Laranjeiras,

Bairro Flores, CEP 69.058-250 - Manaus/AM

Contato: (92) 3642-5698 http://www.idesam.org.br/  texto extraido do portal
Share:

0 comentários:

Postar um comentário