Vítimas do bonde de Campos do Jordão (SP) culpam o freio pela tragédia

(foto Renato Ferezim)

A Polícia Civil de Pindamonhangaba começou a ouvir nesta segunda testemunhas do acidente com o bonde Automotriz A2, que deixou três pessoas mortas e 41 feridas no início da noite de sábado na Serra da Mantiqueira. “Tudo indica que, por algum motivo, após a parada em Santo Antônio do Pinhal, o veículo perdeu o freio”, falou o delegado Vicente Lajoto, depois do depoimento de duas vítimas.

O delegado pediu documentação, como relatório de manutenção do bonde, e quer ouvir o diretor da Estrada de Ferro Campos do Jordão, responsável pela manutenção do trecho e da máquina, além das vítimas. Segundo ele, a investigação pode durar até três meses, já que a maioria é de fora e saiu ferida.

É o caso do gerente de projetos Rubéns Vockt Carvalho de Araújo, de 42 anos, morador da Zona Sul de São Paulo, que estava com toda a família no passeio. Ele perdeu a mulher grávida e foi parar no hospital com os dois filhos, todos com lesões pelo corpo. Rubéns confirma que o problema foi nos freios. “Senti certo desespero no maquinista. De repente, o trem começou a pegar mais velocidade e, quando chegou na curva, virou e bateu num poste. Todo mundo veio para a frente. Perdi minha esposa e minha filha”, disse, chorando, à rádio CBN.

O corpo da gerente bancária Adriana Kelm Vockt de Araújo, de 35 anos, que estava grávida de 6 meses de uma menina, foi enterrado nesta segunda em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Também morreram a aposentada Marly Pereira Froelich, de 65 anos, cremada nesta segunda no Vila Alpina, na Zona Leste da capital, e a guia de turismo Sonia Maria Neves, de 47, sepultada em Pindamonhangaba.

Última manutenção ocorreu em setembro

Sindicância instaurada pela Estrada de Ferro Campos do Jordão para verificar as causas e responsabilidades do acidente deve ser concluída em 30 dias. O serviço do bondinho está suspenso e a estrada ficará fechada pelo tempo que for necessário. Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, as manutenções do bonde são feitas periodicamente e a última ocorreu no dia 18 de setembro.

Diário de São Paulo – Silvério Morais - 05/11/2012

Comentário do SINFERP

Agora três meses para o delegado. Um mês para a sindicância interna que está sendo realizada com a participação da CPTM. Quem reformou (modernizou) o automotriz acidentado? Quem realizou a manutenção? Quem aprovou uma "modernização" na qual os assentos se soltaram com o choque?

matéria e foto reproduzida do www.saopaulotremjeito.blogspot.com.br

Do editor - sou um entusiasta da ferrovia , mas segurança é fundamental.