18 de jan. de 2017

Entidades repudiam manobra para aprovação do projeto que entrega de 100 bilhões do patrimônio público de telecomunicações às operadoras . -Editor - essa entrega pelO GOLPISTA TEMER, junto com os cupinchas GOLPISTAS DOS PARTIDOS ALIADOS, já vinha sendo denunciada, mas o PIG- PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA, nunca deu qualquer destaque, ou caiu de pau em cima dos BANDIDOS.


Entidades repudiam manobra para aprovação do projeto que entrega bilhões do patrimônio público de telecomunicações às operadoras

Por  em 
As organizações civis abaixo subscritas vêm, perante o público e a sociedade civil brasileira, repudiar a decisão da Secretaria Geral da Mesa Diretora do Senado Federal que rejeitou, nesta segunda-feira (19/12), o recurso que pedia votação em plenário do Projeto de Lei da Câmara nº 79/2016. Entre outros problemas jurídicos e políticos, o projeto transforma as concessões de telecomunicações em autorizações e pretende transferir infraestrutura estratégica da União avaliada em R$ 100 bilhões para o patrimônio privado de poucas operadoras.
Em uma manobra regimental política e contestável, a Mesa Diretora do Senado Federal – que tem como Presidente Renan Calheiros (PMDB/AL) e como vice-presidentes Jorge Viana (PT/AC) e Romero Jucá (PMDB-RR) – alegou que o recurso havia sido protocolado fora do prazo. O recurso foi assinado por dez Senadores da República e protocolado às 19h58, conforme instruções da própria Secretaria Geral da Mesa, na sexta-feira (16/12/2016). Nesta segunda-feira, conforme denunciado pela imprensa, o secretário geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, orientou os secretários adjuntos, por telefone, a rejeitar os recursos. No site do Senado, no entanto, consta que o recurso não foi aceito por “falta de assinaturas necessárias”.
A Coalizão Direitos na Rede já havia denunciado manobra regimental similar quando o projeto de lei tramitou na Câmara dos Deputados. No final de novembro, Deputados contrários ao conteúdo do texto recolheram 76 assinaturas parlamentares para levar o PL ao plenário. Porém, o recurso foi rejeitado sob o argumento de ter sido apresentado fora do prazo regimental.
Uma vez enviado ao Senado Federal, o PLC 79/2016 foi aprovado em sete dias, sem discussões democráticas. Após a designação do relator na Comissão de Desenvolvimento Nacional, Senador Otto Alencar (PSD/BA), no dia 30/11, o relatório do texto foi apresentado em um dia útil, na sexta-feira (01/12). Na terça-feira seguinte (06/12), com a presença de Romero Jucá (PMDB/RR), o projeto foi aprovado na 10ª reunião da Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional, em caráter terminativo.
Diversas organizações que integram a Coalizão Direitos na Rede alertaram para os efeitos perversos do projeto de lei. Entre eles, a alienação de bens reversíveis e da infraestrutura essencial à manutenção dos serviços de telecomunicações no Brasil. A medida resultará no fim da universalização dos serviços de telecomunicações, pode elevar preços e deixar regiões interioranas desconectadas. Além disso, a mudança do modelo de concessão para autorização não foi desenhada de forma a prever certas proteções ao cidadão, como a possibilidade de garantir a continuidade da prestação do serviço caso a operadora venha a falir.
Cientes de tais preocupações, dez Senadores da República assinaram o recurso que pedia a discussão do projeto em plenário, nos termos do Regimento Interno do Senado Federal. Por uma manobra da Secretaria Geral da Mesa, o pedido foi negado.
Diante de tal fato, denunciamos as manobras do Senado Federal para aprovação do PLC 79/2016 sem o necessário debate público e sem a consideração de quem defende os direitos dos consumidores e a ampliação do acesso às telecomunicações no Brasil. Reforçamos que os argumentos formalistas utilizados pela Secretaria Geral da Mesa Diretora para a rejeição do recurso são descabidos. Não podemos aceitar a manipulação de regras do Estado Democrático de Direito em favor de interesses econômicos e políticos.
A negação do direito de recurso dos Senadores afeta, assim, não só os membros do Legislativo, mas todos os usuários dos serviços de telecomunicações. É direito da população brasileira aprofundar as discussões sobre Projeto 79/2016 e suas consequências para o uso da infraestrutura de telecom do país e para as políticas de universalização de serviços essenciais como o acesso à internet no Brasil.
Exigimos que o Supremo Tribunal Federal acate os argumentos apresentados por Senadores da República no mandado de segurança que determina que o Senado não envie o PLC 79/2016 à sanção presidencial sem que antes seja apreciado pelo Plenário do Senado. A violação de direitos democráticos cometida pela Mesa do Senado não pode ser tolerada.
20 de dezembro de 2016.
Assinam esta nota de repúdio:
  • Actantes
  • Amarc Brasil – Associação Mundial de Rádios Comunitárias
  • Artigo 19
  • A Voz do Cidadão – Instituto de Cultura de Cidadania
  • Associação Brasileira dos Procons – ProconsBrasil
  • Associação das Entidades Usuárias do Canal Comunitário de Ponta Grossa (TVCom PG)
  • Barão de Itararé
  • Casa da Cultura Digital Porto Alegre
  • CCLF – Centro de Cultura Luiz Freire
  • Clube de Engenharia
  • Coding Rights
  • Coletivo Digital
  • CONTEE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino
  • Departamento Jurídico XI de Agosto – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
  • Federação dos Radialistas – Fitert
  • Federação Interestadual dos Trabalhadores e Pesquisadores em Serviços de Telecomunicações – Fitratelp
  • Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
  • Frente de Movimentos Sociais de Ponta Grossa
  • Hackerspaces Brasil
  • Internet Sem Fronteiras – Brasil
  • Instituto Bem Estar Brasil
  • Instituto Beta: Internet & Democracia
  • Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
  • Instituto NUPEF
  • Instituto Telecom
  • Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
  • Laboratório de Antropofagia Cultural – abaporu.lab
  • Lavits – Rede Latino-americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade
  • Mobilização Marco Civil Já
  • Movimento Mega
  • Proteste – Associação de Consumidores
  • Transparência Hacker
  • UNEGRO – União de Negras e Negros pela Igualdade
Share:

0 comentários:

Postar um comentário